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Pecuária de confinamento: o que é e qual importância da modalidade no mercado brasileiro de gado de corte
Entre 2020 e 2024, produtores otimizaram em 4% utilização de ração para criação de bovinos, aponta relatório da Cargill, com dados que representam 30% do setor. Estratégia representa 21% da pecuária brasileira, segundo CNA/Senar. [SUBIR VÍDEO ID 13518730] O Brasil é um dos maiores produtores de carne bovina do mundo. Apenas atrás dos EUA, o país responde por quase 20% da produção global, montante que representou quase 12 milhões de toneladas em 2024, segundo o USDA, departamento de agricultura norte-americano. Embora menos representativa do que a modalidade a pasto, predominante em território nacional, a pecuária de confinamento tem ganhado espaço no fornecimento de gado de corte. Siga o canal g1 Ribeirão e Franca no WhatsApp O confinamento tem pelo menos 21,3% na participação do abate para obtenção de carne bovina no país, segundos o último relatório do projeto "Campo Futuro", da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). Pecuária de confinamento no Brasil Divulgação Um relatório divulgado este mês pela Cargill - o Benchmarking Confinamento Probeef -, com base em um levantamento com quase 250 pecuaristas que respondem por 30% dessa modalidade em território nacional, apontam um crescimento de 4% na eficiência biológica, ou seja, com uma menor quantidade de ração necessária para a criação de cabeças gado aptas para o corte (veja mais abaixo). Práticas como a utilização de tecnologias de automação e inteligência artificial também se destacam entre os melhores produtores do país. "O Brasil é o segundo maior país confinador do mundo. A gente perde só para os Estados Unidos e isso às vezes chama atenção porque somos um país tropical, em que chove, a nossa pecuária é voltada ao pasto, mas o confinamento vem ganhando força porque a pressão pelo uso da terra está muito grande. Eu tenho que aumentar a produtividade, que encurtar o ciclo produtivo, e o confinamento se torna uma estratégia rápida de engorda, mais efetiva. Isso fez com que esse mercado brasileiro seja hoje crescente", afirma Felipe Bortolotto, gerente de tecnologia de bovinos de corte da Cargill. Nos tópicos a seguir, entenda as principais características da pecuária de confinamento e os principais resultados obtidos com os produtores nos últimos anos, com base em uma pesquisa de realizada pela Cargill que representa 30% do setor. A utilização do confinamento de bovinos é uma realidade crescente na pecuária brasileira Alfri Ribeiro – Getty Imagens O que é a pecuária de confinamento? O confinamento é uma das modalidades da pecuária em que os criados em áreas restritas, currais onde recebem a alimentação no cocho. Diferentemente da extensiva, onde os animais se alimentam de pasto, no confinamento a dieta é controlada e composta por ração concentrada. Entre os principais pontos fortes estão: Aumento de produtividade; Mercado crescente; Profissionalização e tecnologia: a busca por maior eficiência tem levado à adoção de tecnologias, como softwares de gestão, automação de trato e inteligência artificial (como o uso de drones para monitoramento do bem-estar animal); Flexibilidade: o confinamento permite ajustar a produção de acordo com as condições de mercado. Em momentos de baixa no valor da arroba, por exemplo, os produtores podem reduzir os ciclos. Segundo Bortolotto, o confinamento é uma estratégia utilizada para criação de animais depois de uma fase de desenvolvimento inicial, por volta dos 18 meses de vida, quando o gado já é considerado um adolescente. "Você pode escolher terminar ele a pasto e com baixa suplementação, que é o extensivo, você pode escolher terminar mantendo ele no pasto e dar muita ração, que é o semiconfinamento, terminação intensiva, ou você tira esse bicho do pasto e o põe no confinamento e salva o pasto, porque o colocou dentro de um ambiente fechado e você vai fornecer toda a comida no coxo", explica. Pecuária de confinamento representa um quinto da criação de gado de corte brasileira AcervoEP Quais os principais mercados do Brasil? Em 2024, os principais mercados de exportação do Brasil foram a China e a União Europeia. Somente no estudo realizado pela Cargill, 57% dos animais participantes foram para esses dois destinos. Esse percentual inclui 7% de destinação para países da chamada Cota Hilton, ou seja, com cortes bovinos de alta qualidade destinados a países da Europa e provenientes somente de países credenciados como o Brasil. Japão e Vietnã também são apontados como consumidores promissores do gado brasileiro criado em confinamento. Qual é o nível de produção e qual o ganho de eficiência? Estima-se que, atualmente, a pecuária de confinamento no país tenha cerca de 7,5 milhões de cabeças de gado, um número que vem aumentando na última década. Segundo a CNA/Senar, em 2018, por exemplo, eram 3,8 milhões de cabeças. Segundo o relatório da Cargill, realizado com donos de 2,3 milhões de cabeças de gado, ou seja, quase a metade desse universo, nos últimos cinco anos, as criações em confinamento tiveram um ganho de 4% na eficiência biológica. Em 2020, cada arroba produzida, em média, demandava 151,7 quilos de matéria seca consumida pelo animal. Em 2024, esse mesmo peso foi obtido com apenas 145,9 quilos de ração. Entre os criadores mais bem sucedidos, essa eficiência é ainda maior, com uma aplicação de 134,6 quilos de ração por arroba produzida. "Isso quer dizer que o animal ingeriu menos quilos de matéria seca para conseguir produzir uma arroba. Um boi que produziu 7,6 arrobas, em média, no confinamento comeu 145 quilos de matéria seca para produzir uma arroba. Quanto menor esse número, melhor", explica Jonas Acedo Daltrini, consultor técnico de bovinos de corte da Cargill. O tempo de permanência no cocho, para obtenção de peso para o abate, também diminuiu de 113 para 109 dias, o que tem relação com o aumento da demanda pelo consumo face o aumento de custos para os pecuaristas observado no ano passado, antes de uma retomada após o segundo semestre. As arrobas produzidas, por sua vez, quase se mantiveram no mesmo patamar - 7,6 contra 7,8 - mesmo com a redução no peso médio da carcaça de 20,8 para 20,07 entre 2020 e 2024. Entre os produtores mais bem sucedidos do país na pecuária de confinamento, a quantidade de arrobas obtidas por cabeça chegou a 8,6. "No ano passado, o primeiro semestre foi muito difícil economicamente para a cultura de corte, ou seja, a margem estava muito baixa e a turma estava trazendo um custeio do ano de 2023 muito pesado. Então a turma estava assim (...) gira rápido para girar o estoque que está pesado para entrar no novo ciclo. Esse foi um ponto", afirma Bortolotto. Na pecuária de confinamento, animais têm alimentação controlada em cochos AcervoEP Quais práticas ajudam no ganho de eficiência? Segundo os especialistas, esse ganho de eficiência na pecuária de confinamento está atrelada a alguns fatores, entre eles: Melhoramento genético Manejo de cocho Inteligência artificial e automação Segundo Daltrini, uma das práticas adotadas pelos produtores de sucesso é a leitura noturna do cocho, que permite entender se adequar melhor à rotina e às necessidades dos animais. De acordo com o consultor, os clientes da empresa que utilizaram essa técnica economizaram R$ 33 por criação. "O produtor que faz a leitura de cocho noturna, que usa informações de trato dos animais, que usa informações de período de cocho dos animais, que afere a sobra de dieta que teve no cocho, tem uma melhoria de eficiência produtiva de 4 kg de matéria seca por arroba colocada", diz. O uso da automação em processos, como na reposição do trato alimentar, também faz a diferença, segundo Daltrini. Isso acontece, porque há uma maior garantia de precisão dos números e uma facilidade na rotina do criador. "Os confinamentos que têm automação de tratos, que conseguem minimizar erros durante a operação, conseguem 10 kg de matéria seca a menos em eficiência frente a quem não usa automação. Para traduzir isso, é o cara que engorda o mesmo boi tendo um lucro de quase R$ 80 reais a mais frente a quem não usa", explica. Nesse contexto, alguns dos pecuaristas mais bem sucedidos também se utilizaram de drones equipados com inteligência artificial que criam índices de bem-estar animal com base em fotografias e que geraram um lucro adicional de R$ 65 por boi. Com base nisso, segundo Bortolotto, os melhores clientes listados pelo relatório proporcionam mais espaço por metro quadrado por boi do que o restante do mercado. "Os animais precisam ter bom acesso a água, bom acesso a comida e ter espaço para descansar. E quando começo a tirar uma foto todo dia com drone e eu treino a IA para resolver isso, eu faço um paralelo com o diagnóstico por imagem da medicina humana. Não erra", diz. Veja mais notícias da Agrishow 2025 VÍDEOS: Tudo sobre Ribeirão Preto, Franca e região Veja Mais
Afrodisíaco e probiótico: veja 5 curiosidades sobre o cacau, a fruta do chocolate
Consumido por humanos há mais de 9.400 anos, o cacau dá origem ao chocolate, um dos alimentos mais apreciados do mundo e que se tornou um símbolo da Páscoa. Chocolate Kier in Sight Archives na Unsplash O chocolate é um dos alimentos mais consumidos do mundo e um símbolo da Páscoa. E a fruta que dá origem a esse ingrediente tão apreciado guarda algumas curiosidades. O cacau é consumido por humanos há mais de 9.400 anos e sempre teve grande importância cultural e econômica. O Brasil, sexto maior produtor do mundo, também tem forte ligação com a fruta, que é considerada pelos yanomamis como um “alimento dos deuses”. Além disso, o cacau possui probióticos e propriedades afrodisíacas. Páscoa mais cara: Preço do cacau disparou 190% em 2 anos; entenda Saiba a diferença entre os tipos e como é a produção de cacau no Brasil De onde vem o que eu como: chocolate O g1 listou cinco curiosidades sobre o cacau. Veja abaixo: 1- Ele é afrodisíaco O chocolate, por causa do cacau, estimula a produção de óxido nítrico, com função vasodilatadora, facilitando o fluxo de nutrientes para zonas erógenas, como os órgãos sexuais. O cacau é rico em substâncias como metilxantina, ácidos graxos e aminas biogênicas. Elas têm função psicoativa e neurológica, modulando neurotransmissores que promovem equilíbrio, tranquilidade e saciedade. Conheça as lendas milenares por trás do cacau Veja como é a produção do cacau na Amazônia 2 - Sua semente ‘sangra’ para virar chocolate O produto do cacau que dá origem ao chocolate se chama nibs. Ele é extraído na fase de fermentação da fruta, quando sua semente “sangra”, liberando um líquido violeta. Nesse processo, um líquido violeta sai da semente e ela morre, se transformando em amêndoa. Depois de seca em uma estufa, ela será descascada para extrair o nibs, que é derretido para virar chocolate. 3- É visto como um ‘presente divino’ Entre as civilizações andinas, como os olmecas, os toltecas e os maias, o cacau era exclusividade das classes mais altas. Havia a crença na importância espiritual do fruto e, por isso, ele só era consumido por reis, sacerdotes e líderes militares. No Brasil, os yanomamis têm uma forte relação com o cacau por acreditarem que ele é um presente divino. Já os iecuanas fazem um chá da casca do cacau para fortalecer uma pessoa debilitada ou sem energia; no entanto, não há estudos que comprovem essa função. QUIZ: Teste seus conhecimentos sobre o cacau Cacau era considerado alimento dos deuses por diversos povos 4- Ele é probiótico O cacau é um probiótico, ou seja, tem muitas bactérias boas para a saúde. São pelo menos 150 microrganismos que participam de sua fermentação e continuam vivos mesmo após a produção do chocolate. No nosso corpo, as bactérias ajudam no metabolismo e na formação de substâncias e enzimas que atuam na prevenção de doenças. O chocolate também contribui para melhorar o humor e reduzir a ansiedade, além de prevenir o envelhecimento. Boa parte desses benefícios está concentrada nos chocolates mais intensos, que possuem maior quantidade de cacau. Chocolate Unsplash/ Tetiana Bykovets 5- Chocolate amargo? Não é bem assim Especialistas ouvidos pelo g1 afirmam que o termo "amargo" é inadequado, pois o amargor é considerado um defeito. O correto é dizer que ele é intenso, quando há maior porcentagem de cacau do que os outros ingredientes. Os chocolates que normalmente são chamados de “amargos” precisam ter, no mínimo, 50% de cacau em sua composição. Eles são considerados mais saudáveis na comparação com os tipos ao leite e branco, que possuem mais açúcar e gorduras. Se preferir o chocolate com maior quantidade da fruta, o consumidor aproveita melhor as propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes do cacau, que é rico em vitaminas do complexo B e minerais, como o magnésio e potássio. Páscoa com menos ovos, chocolate mais caro e produtos com menos cacau Veja Mais
Noroeste de SP tem espaço sobrando em armazéns de grãos
Mudança no clima dispensa uso de mão de obra e altera a cultura de plantação dos agricultores, que têm preferido produzir safras que não necessitam de escoamento. Produtores de grãos enfrentam desafios para armazenar o que colhem TV TEM/Reprodução O escoamento de grãos, como soja e milho, é um processo diário realizado por produtores do interior de São Paulo. No entanto, a falta de movimentação preocupa os trabalhadores, que afirmam que a safra está menor do que a de 2024. De acordo com a empresária Rosicléia Fátima Christal, proprietária de um secador localizado em José Bonifácio (SP), a capacidade de armazenagem é de 260 mil sacas, porém, atualmente, apenas 77% deste total está preenchido. Uma das explicações da baixa de secagens de grãos é o clima seco deste ano. A soja, que é um dos principais grãos que necessitam do escoamento, não precisou do tratamento por conta do calor extremo. As safras já foram colhidas prontas para a venda. Outra explicação é que, devido a uma mudança de cultura, os produtores começaram a plantar cana-de-açúcar. Um dos exemplos é Andre Luis Seixas, que mora em Ipiguá (SP) e é produtor de soja há dez anos. O agricultor conta que, devido ao clima irregular da região, que resultou na falta de chuvas, decidiu parar com as plantações de soja - que necessitam de muita água - e apostar no plantio de cana. Diante disso, os 180 hectares disponíveis no campo do agricultor agora estão repletos de cana-de-açúcar. O mercado de escoamento de grãos está enfrentando uma difícil fase e, no fim, isso se deve ao clima que está mudando os objetivos das plantações dos agricultores ou tornando desnecessário o uso da mão de obra. Veja a reportagem exibida no programa em 20/04/2025: Noroeste de SP tem espaço sobrando em armazéns de grãos VÍDEOS: veja as reportagens do Nosso Campo Acesse + TV TEM | Programação | Vídeos | Redes sociais Confira as últimas notícias do Nosso Campo Veja Mais
Arcabouço fiscal com regras atuais é insustentável, apontam especialistas em contas públicas
Governo teria de cortar gastos de forma robusta e achar saída para precatórios (dívidas judiciais) para manter arcabouço. Mesmo assim, economistas avaliam que uma nova reforma será necessária nos próximos anos. O projeto que o governo enviou ao Congresso para a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026 explicitou, nesta semana, as dificuldades do arcabouço fiscal. Segundo especialistas em contas públicas, as regras que foram aprovadas já no atual governo Luiz Inácio Lula da Silva ficarão insustentáveis se nada for feito nos próximos anos. Veja Mais
Fazenda alia alta produção e sustentabilidade
Para preservar a fauna e flora local, uma fazenda de São Manuel (SP) adotou medidas que não prejudicam a produção agrícola da propriedade. Fazenda investe em produção econômica e sustentável TV TEM/Reprodução Atualmente, a agricultura e o meio ambiente têm coexistido nas fazendas do interior de São Paulo. Com o propósito de preservar a natureza e, o mesmo tempo, não comprometer a produção, iniciativas sustentáveis podem gerar um impacto positivo na flora e fauna do país. É o caso de uma fazenda localizada no município de São Manuel (SP), onde há uma usina de cana-de-açúcar que cobre uma área total de 1600 hectares. No entanto, quase 17% do local estão cobertos por uma vegetação nativa do cerrado. De acordo com o diretor institucional Moacir Fernandes Filho a mudança de planejamento sustentável da fazenda iniciou no ano de 2008, com a restauração das áreas degradadas. "O objetivo da companhia é ser uma empresa perene, é o nosso grande sonho. A sustentabilidade tem que caminhar de mãos dadas com a companhia. Isso é algo cultural para gente, está no nosso DNA, faz parte da nossa política, por respeito ao meio ambiente, por respeito às pessoas. Nós achamos que é mais do que uma crença: é uma política da companhia", diz. Uma das primeiras ações de sustentabilidade da companhia foi a criação de um viveiro, onde são cultivadas diversas mudas usadas no processo de reflorestamento das áreas que necessitam desse procedimento. O viveiro conta com 94 espécies de árvores e plantas nativas, e a capacidade de produção anual chega a 200 mil mudas. Além do reflorestamento, a companhia também criou um projeto que monitora a caminhada dos animais, que é chamado de corredores ecológicos. Além disso, em parceria com várias instituições, também faz a soltura de animais resgatados nas áreas da fazenda. "Foram feitos, até hoje, 711 avistamentos, e dentre eles eu posso citar onça-parda, lobo-guará, tamanduá-bandeira, diversas aves, como o tico-tico-rei, o anu-branco, entre outros. É uma gama de variedades de fauna, e a gente consegue mensurar como é que está o ecossistema local, bem como propiciar áreas de suturas, tanto para animais apreendidos como animais recuperados também", explica Natalia Cristina Javra de Souza Toledo, líder da adequação ambiental. Os projetos da companhia mostram como é possível a natureza e agricultura coexistirem sem prejudicar o meio ambiente e as produções agrícolas. Dessa forma, a vida do planeta pode ser preservada e restaurada à medida que mais fazendas adotarem esse método. Veja a reportagem exibida no programa em 20/04/2025: Fazenda alia alta produção e sustentabilidade VÍDEOS: veja as reportagens do Nosso Campo Acesse + TV TEM | Programação | Vídeos | Redes sociais Confira as últimas notícias do Nosso Campo Veja Mais
SYM Cruisym 150: Dafra renova sua scooter mais barata para brigar com Honda e Shineray
Scooter mais econômica da Dafra finalmente recebe itens para tentar aparecer na lista das 10 motos mais vendidas do segmento. Dafa SYM Cruisym 150 divulgação/Dafra A Dafra lançou a versão 2025 de sua scooter mais econômica: a SYM Cruisym 150, chegará com preço de R$ 19.290 em versão única. Com valor competitivo, o novo modelo tem a missão de posicionar a marca entre as 10 scooters mais vendidas do Brasil. (veja o ranking abaixo) Para isso, a scooter tem um visual mais esportivo com linhas retas na carenagem. O motor foi atualizado para ganhar potência e torque. São 2 cv a mais, de 12,5 cv para 14,3 cv, e aumento de 1,22 kgfm para 1,38 kgfm. Alguns itens também foram adicionados para fazer frente a rivais, como a Honda PCX. O primeiro item é a chave presencial, que permite ligar a moto com a chave no bolso. O segundo é o controle de tração, que garante maior estabilidade durante a pilotagem. Um diferencial da Cruisym 150 em relação à PCX 150 é o painel digital colorido, além dos freios ABS de duplo canal, que oferecem maior controle para evitar o travamento das rodas durante as frenagens. (veja as fichas técnicas no fim da reportagem) A SYM Cruisym 150 também possui espaço abaixo do banco para carregar um capacete, porta USB para carregamento de celular, GPS ou outros equipamentos eletrônicos, além de iluminação em LED integrada ao farol. Dafra SYM Cruisym 150 LEIA MAIS Shineray aposta na Storm 200 para peitar Honda e Yamaha; g1 testou moto chinesa Royal Enfield Shotgun 650 é opção mais barata entre as rivais estradeiras e é alternativa à Super Meteor; veja teste LISTA: veja as 10 motos novas mais vendidas do Brasil em fevereiro Competição ferrenha Para chegar ao ranking das mais vendidas, a SYM Cruisym 150 precisa ultrapassar as 13 mil unidades vendidas. Em todo o ano passado, a lista das 10 scooters mais vendidas do Brasil trouxe nomes da Honda, Yamaha, Shineray e Avelloz como as mais populares. Foram mais de 500 mil scooters e cubs da Honda, 47,5 mil emplacamentos de modelos da Yamaha, 32,1 mil vendas da marca Shineray e 18,1 mil unidades comercializadas da Avelloz. Os números são da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Este é o ranking das 10 scooters e cubs mais vendidas durante o ano de 2024: Honda Biz: 278.350 unidades; Honda Pop 100I: 169.940 unidades; Honda PCX160: 55.067 unidades; Honda Elite 125: 27.697 unidades; Avelloz AZ1: 18.121 unidades; Yamaha Nmax: 17.538 unidades; Shineray Shi 175: 16.797 unidades; Yamaha Neo 125: 16.788 unidades; Shineray XY: 15.339 unidades; Yamaha Fluo 125: 13.253 unidades. Testamos a nova Honda ADV 160 Veja Mais
Gado jersey tem fama de produzir leite de qualidade
Em Tatuí (SP), produtores de leite têm investido na criação da vaca Jersey, uma raça europeia que se destaca pela alta produção de um leite com alto teor de gordura, ideal para a indústria de laticínios. Vaca Jersey oferece boa produção e qualidade do leite TV TEM/Reprodução Em Tatuí (SP), os produtores têm investido na criação de vaca Jersey, uma raça caracterizada por boa produção de leite e pelo manejo tranquilo. De origem europeia, entre a França e a Inglaterra, os primeiros lotes desembarcaram no Rio Grande do Sul no final do século 19. Atualmente, o Brasil conta com mais de 150 mil animais registrados. Uma outra característica importante do animal é a vida longa na reprodução e na quantidade de produção leiteira. "Suas qualidades de produção de leite em termos de qualidade são muito boas, em teor de gordura, sólidos e proteínas. Isso para um alimento puro resulta numa qualidade melhor de nutrição, e para indústria de laticínio representa mais produtos por volume de leite", explica o produtor Luiz Augusto Pacheco. A diferença está também na quantidade de gordura no leite. Enquanto uma vaca holandesa produz um leite com 3,7% de gorgura, a vaca Jersey produz leite com quase 5% de gordura. Segundo os produtores, este fator é importante na hora de negociar com as indústrias. Em geral, o preço comercializado do leite Jersey é de R$0,30 a R$0,40 o litro. O manejo correto ajuda a melhorar ainda mais a produção. Luiz explica que, além da alimentação adequada, o local também conta com alguns cuidados que vão desde a cobertura até a ventilação. Veja a reportagem exibida no programa em 20/04/2025: Gado jersey tem fama de produzir leite de qualidade VÍDEOS: veja as reportagens do Nosso Campo Acesse + TV TEM | Programação | Vídeos | Redes sociais Confira as últimas notícias do Nosso Campo Veja Mais
Últimos dias
Mega-Sena, concurso 2.854: resultado; aposta de SC acerta sozinha as seis dezenas e ganha mais de R$ 52 milhões
Veja as dezenas sorteadas: 02 - 13 - 16 - 31 - 44 - 55 . A quina teve 101 apostas vencedoras que levam mais de R$ 48 mil. Mega-Sena Marcelo Brandt/Arquivo g1 Uma aposta de Concórdia (SC) acertou sozinha as seis dezenas do concurso 2.854 da Mega-Sena, realizado neste sábado (19), em São Paulo, e ganhou sozinha um prêmio de R$ 52.035.653,48. Clique aqui para seguir o canal de Loterias do g1 no WhatsApp Veja os números sorteados: 02 - 13 - 16 - 31 - 44 - 55 Veja quantas apostas foram premiadas no concurso 2854: 6 acertos - 1 aposta ganhadora, que vai receber R$ 52.035.653,48; 5 acertos - 101 apostas ganhadoras, que vão receber R$ 48.304,31; 4 acertos - 7.246 apostas ganhadoras, que vão receber R$ 961,85. O próximo sorteio da Mega será na quinta-feira (24) e o prêmio será de R$ 25 milhões. Números sorteados da Mega-Sena, concurso 2854 Divulgação/Caixa Entenda como funciona a Mega-Sena e qual a probabilidade de ganhar o prêmio A Para apostar na Mega-Sena As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), em qualquer lotérica do país ou pela internet, no site da Caixa Econômica Federal – acessível por celular, computador ou outros dispositivos. É necessário fazer um cadastro, ser maior de idade (18 anos ou mais) e preencher o número do cartão de crédito. Probabilidades A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para a aposta simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 5, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa. Já para uma aposta com 15 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 22.522,50, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 10.003, ainda segundo a Caixa. Veja Mais
Volvo planeja demitir até 800 funcionários por efeito do tarifaço de Trump
A empresa, que emprega cerca de 20.000 pessoas na América do Norte, diz que está sofrendo com as perspectivas de aumento dos custos e demanda fraca. EX30, lançamento da Volvo Car Brasil Divulgação/Volvo Car Brasil O Grupo Volvo planeja demitir até 800 trabalhadores em três instalações nos Estados Unidos nos próximos três meses devido à incerteza do mercado e às preocupações com a demanda diante do tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse um porta-voz nesta sexta-feira (18). A Volvo disse em um comunicado que informou aos funcionários que quer demitir de 550 a 800 pessoas em sua unidade da Mack Trucks em Macungie, Pensilvânia, e em duas instalações do grupo em Dublin, Virgínia, e Hagerstown, Maryland. A empresa emprega cerca de 20.000 pessoas na América do Norte, de acordo com seu site. LEIA TAMBÉM REAÇÃO DAS MARCAS: VW, Audi e Jaguar suspendem exportações para os EUA CENÁRIO DE INCERTEZAS: Setor automotivo mostra preocupação com aumento de importados da China e México EFEITOS NO BRASIL: Carro zero mais caro? Entenda os efeitos da tarifa de Trump no mercado automotivo Trump derrubou o sistema de comércio global que está em vigor há mais de 75 anos com um plano de tarifas sobre produtos de todo o mundo. Sua política comercial errática minou a confiança dos consumidores e das empresas e fez com que os economistas aumentassem suas previsões para uma recessão nos EUA. As demissões na Volvo são a mais recente resposta de um setor de automóveis e caminhões que está sofrendo com as tarifas do presidente republicano sobre determinadas peças, o que deve aumentar o custo de fabricação dos veículos. "Os pedidos de caminhões pesados continuam a ser afetados negativamente pela incerteza do mercado sobre as taxas de frete e demanda, possíveis mudanças regulatórias e o impacto das tarifas", disse um porta-voz do Volvo Group North America em um comunicado enviado por e-mail. "Lamentamos ter que tomar essa medida, mas precisamos alinhar a produção com a redução da demanda por nossos veículos." Lojas da Tesla, de Elon Musk, são pichadas por ativistas ambientais na Suécia Veja Mais
Bacalhau ou 'tipo bacalhau': o que saber para não errar na compra
Visual semelhante pode enganar, mas só duas espécies podem ser chamadas oficialmente de bacalhau no Brasil. No Brasil, somente duas espécies de peixe são oficialmente reconhecidas como bacalhau: o Gadus morhua (encontrado no Oceano Atlântico) e o Gadus macrocephalus (do Oceano Pacífico) Pixabay Em meio a tantas opções nas prateleiras, surge uma dúvida: o que está no carrinho é realmente bacalhau — ou apenas “tipo bacalhau”? A diferença pode parecer sutil, mas reflete no sabor, na qualidade e no valor nutricional do alimento. No Brasil, somente duas espécies de peixe são oficialmente reconhecidas como bacalhau: o Gadus morhua (encontrado no Oceano Atlântico) e o Gadus macrocephalus (do Oceano Pacífico). Quem explica é a Lícia Lundstedt, chefe-adjunta de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Pesca e Aquicultura. Já os peixes vendidos como "tipo bacalhau" são de outras espécies, como Saithe, Ling e Zarbo. "Por passarem por um processo de salga e secagem parecido ao do bacalhau, eles acabam desenvolvendo características parecidas, como formato, textura, cor e cheiro", explica a especialista. Vale destacar que, segundo ela, a denominação "tipo bacalhau" é legítima e, inclusive, deve ser usada para identificar que não se trata do original. "Até mesmo espécies nacionais, como o pirarucu (Arapaima gigas), quando submetidas a esse tratamento, podem ser vendidas como 'bacalhau brasileiro', exemplifica. Diferenças Além de serem de peixes diferentes, o bacalhau verdadeiro e o "tipo bacalhau" têm características diferentes. As características organolépticas (percebidas por meio dos sentidos, como sabor, cheio e textura) do bacalhau verdadeiro são mais apreciadas e valorizadas que a do "tipo bacalhau", segundo a especialista. Como identificar o 'bacalhau verdadeiro' A principal dica é ler o rótulo com atenção. Nos bacalhaus verdadeiros deve estar presente o nome científico da espécie (Gadus morhua ou Gadus macrocephalus). Mesmo nas peças não embaladas, vale a pena buscar se informar sobre o nome científico do produto, segundo a especialista. Além disso, apesar da identificação visual ser difícil, já que os cortes e a conservação influenciam no aspecto, existem algumas pistas que ajudam na hora da escolha, segundo a especialista: cor da carne: o bacalhau verdadeiro tem carne clara, quase branca, com coloração uniforme. Já o "tipo bacalhau" tende a ter tonalidade mais escura ou amarelada; lascas: no bacalhau legítimo, elas são grossas, firmes e se soltam com facilidade após o cozimento. No "tipo", costumam ser menores e irregulares; postas (corte mais grosso, na espinha): as do bacalhau autêntico são mais altas, largas e regulares, enquanto as do "tipo" costumam ser mais finas e estreitas; cheiro: o bacalhau verdadeiro tem aroma de peixe suave. O “tipo bacalhau” pode ter cheiro mais forte e marcante; preço: em geral, o tipo bacalhau é mais barato que o original. Problemas climáticos deixam chocolate mais caro Veja Mais
Trump tinha 5 metas com as tarifas — ele atingiu alguma delas?
Acordos comerciais, incentivo à indústria doméstica, aumento da arrecadação, redução de preços e o combate à concorrência chinesa: até que ponto Donald Trump atingiu estes objetivos com o aumento das tarifas de importação? Trump anuncia tarifas recíprocas REUTERS/Carlos Barria O presidente americano Donald Trump anunciou um plano de tarifas de importação em massa na semana passada, que teria virado de cabeça para baixo a ordem econômica global e as relações comerciais de longa data entre os Estados Unidos e seus aliados. Mas o plano de Trump – ou, pelo menos uma parte significativa dele – foi congelado. O presidente suspendeu o aumento das tarifas para a maioria dos países por 90 dias. E, paralelamente, ele se concentra em manter uma guerra comercial contra a China. Em uma escalada que se arrastou por mais de uma semana, as tarifas contra o país asiático foram aumentadas por Trump até alcançarem o patamar de 145%, após retaliações por parte de Pequim. Com a reversão parcial para os demais países, será que Trump estaria mais perto de atingir seus objetivos em relação ao comércio internacional? Vamos examinar rapidamente cinco das suas ambições principais e verificar como elas caminharam até o momento. Economia da China cresce mais que o esperado, apesar de tarifas do Trump 1. Melhores acordos comerciais O que disse Trump: Há décadas, nosso país tem sido roubado, pilhado e explorado por outras nações, próximas e distantes, amigas e inimigas. O plano original de Trump para o comércio exterior previa fortes consequências que atingiriam todo o mundo, com uma tarifa básica de 10% para todos os países, incluindo algumas ilhas desabitadas. Além disso, seriam impostas tarifas "recíprocas" adicionais a 60 países que, segundo ele, seriam os maiores transgressores. As medidas deixaram aliados e adversários preocupados com a perspectiva de verem este golpe debilitar suas economias. A Casa Branca se vangloriou rapidamente da quantidade de líderes mundiais que procuraram o presidente, oferecendo acordos e concessões comerciais. Foram "mais de 75", segundo secretário do Tesouro americano, Scott Bessent. O governo americano não publicou a lista de todos os países que, segundo Trump declarou na terça-feira (8/4), estariam "puxando saco" e prometendo fazer de tudo. Mas os Estados Unidos anunciaram negociações com o Japão e a Coreia do Sul, entre outros países. O resultado: Os parceiros comerciais americanos receberam o prazo de 90 dias para chegar a algum tipo de acordo com Donald Trump – e o tempo está passando. Mas as negociações estão acontecendo, o que indica que o presidente tem uma boa chance de conseguir algo com os seus esforços. 2. Incentivo à indústria americana O que Trump disse: Os empregos e as fábricas irão voltar para o nosso país de forma estrondosa... Iremos turbinar nossa base industrial doméstica. Trump vem dizendo há décadas que as tarifas de importação são uma forma eficaz de reconstruir a base industrial americana, como forma de proteção contra a concorrência desleal estrangeira. Algumas fábricas podem conseguir aumentar a produção com suas instalações atuais, mas ampliações mais substanciais exigem tempo. E, para que os líderes empresariais decidam voltar a fabricar nas suas próprias linhas de produção e investir em novas fábricas nos Estados Unidos, eles irão querer saber que as regras do jogo são relativamente estáveis. Mas o vaivém das medidas tarifárias do presidente americano é um movimento inerentemente instável. No momento, é difícil prever aonde irão chegar os níveis finais de tarifas de importação e quais setores receberão maior proteção. Um dia, podem ser os fabricantes de aço e automóveis; no dia seguinte, podem ser as empresas de eletrônica e alta tecnologia. O resultado: Quando as tarifas são aplicadas e removidas, aparentemente conforme a vontade do presidente, é muito mais provável que as empresas – nos Estados Unidos e no exterior – esperem a poeira baixar para, só depois, pensar em assumir grandes compromissos. Miriam Leitão: Trump acena para setores e China segue com retaliação 3. Enfrentando a China O que Trump disse: Tenho muito respeito pelo presidente chinês Xi, muito respeito pela China, mas eles tiraram enorme vantagem de nós. Depois da reviravolta de Trump sobre as tarifas de importação na quarta-feira (9/4), diversas autoridades da Casa Branca (incluindo Bessent) declararam rapidamente que o objetivo de Trump era desferir o golpe contra o verdadeiro vilão: a China. "Eles são a maior fonte dos problemas comerciais dos Estados Unidos", declarou Bessent aos repórteres, "e, de fato, são o problema para o resto do mundo." Se Trump queria uma disputa de vontades com a China, testando a tolerância de cada um dos lados às tribulações políticas e econômicas, ele conseguiu – mesmo que o presidente americano e sua equipe tenham indicado estarem procurando uma saída. Na quarta-feira (9/4), Trump declarou que a culpa da atual disputa comercial é de ex-presidentes americanos, não da China. E, no dia anterior, a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que o presidente seria "incrivelmente bondoso" se a China propusesse um acordo. O resultado: Mesmo se o atual confronto for realmente o objetivo de Trump, começar uma briga com a segunda maior economia do mundo, com poderio militar equivalente, traz enormes riscos. E os Estados Unidos podem ainda ter afastado seus aliados indispensáveis para um confronto desta escala. 4. Aumento da receita O que Trump disse: Agora, é a nossa vez de prosperar e, para isso, usaremos trilhões e trilhões de dólares para reduzir nossos impostos e pagar nossa dívida nacional. E tudo irá acontecer com muita rapidez. Durante a campanha presidencial do ano passado, Trump defendeu frequentemente que sua proposta de tarifas de importação traria enormes aumentos de receita. E que os Estados Unidos poderiam usar esse dinheiro para reduzir seu déficit orçamentário, reduzir impostos e financiar novos programas governamentais. Um estudo da organização apartidária Tax Foundation calculou no ano passado que uma tarifa universal de 10% – que acabou sendo a conclusão de Trump pelo período de 90 dias – geraria US$ 2 trilhões (cerca de R$ 11,7 trilhões) em aumento de receita para os próximos 10 anos. Em termos comparativos, os cortes de impostos incluídos recentemente pelo Congresso americano no seu plano orçamentário custariam cerca de US$ 5 trilhões (cerca de R$ 29,3 trilhões) nos próximos 10 anos, segundo o think tank (centro de pesquisa e debates) Centro de Política Bipartidária. O resultado: Trump tem como objetivo é aumentar a receita das tarifas de importação. Se o presidente mantiver suas tarifas básicas, mais as alíquotas adicionais sobre certos produtos e origens e as tarifas mais altas para a China, ele irá conseguir – pelo menos até que os americanos aumentem sua produção doméstica, o que irá secar a fonte de receita. 5. Preços mais baixos para os consumidores americanos O que Trump disse: Em última análise, o aumento da produção doméstica irá fortalecer a concorrência e reduzir os preços para os consumidores. Esta será realmente a idade de ouro da América. Analistas e especialistas ofereceram inúmeras outras explicações sobre os motivos que levaram Trump a uma mudança comercial tão agressiva na semana passada. Estaria ele tentando reduzir as taxas de juros, desvalorizar o dólar ou trazer o mundo para a mesa de negociações, em busca de um novo acordo global de comércio? O presidente não falou muito sobre estas possibilidades. Mas ele manifestou incansavelmente seu desejo de reduzir custos para os consumidores americanos. E prometeu que sua política comercial irá ajudar a atingir este propósito. Os preços da energia desabaram na semana seguinte ao anúncio do plano de tarifas de importação de Donald Trump. Mas este pode ter sido o resultado do receio de que as guerras comerciais possam levar a uma recessão global. O consenso entre os economistas é que as novas tarifas irão aumentar os preços para os consumidores. Afinal, as tarifas são somadas aos preços dos produtos importados, principalmente quando há menos concorrência de produtos fabricados nos Estados Unidos. No ano passado, a Tax Foundation estimou que uma tarifa de importação universal de 10% aumentaria os custos para as famílias americanas, em média, em US$ 1.253 (cerca de R$ 7.333) no seu primeiro ano. E os economistas alertam que os americanos de baixa renda serão os mais atingidos. O resultado: Um possível aumento dos preços é contraproducente e representa um imenso risco potencial para o peso político de Donald Trump e as perspectivas eleitorais do seu partido no futuro. Veja Mais
Informações adicionais das reportagens do dia 20/04/2025
Veja dicas para começar um pomar comercial de mamão formosa. Como começar um pomar de mamão O Helton Scorparo, morador do município de Cambará, no Paraná, quer começar um pomar comercial de mamão formosa e entrou em contato com a nossa equipe em busca de informações sobre o tema. Uma publicação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), tem 500 perguntas e respostas sobre a fruta. O material traz orientações sobre as variedades, o preparo do solo, a propagação de mudas e tratos culturais. >>>Acesse aqui Veja Mais
Petrobras anuncia redução do preço do diesel em R$ 0,12 por litro
Mudança passa a valer a partir desta sexta-feira (18). Estatal calcula que haverá uma redução de R$ 0,10 na bomba. Isso porque o diesel fóssil vendido pela estatal às distribuidoras é misturado ao biodiesel. Bomba de gasolina em posto de combustíveis Jorge Júnior/Rede Amazônica A Petrobras anunciou nesta quinta-feira (17) que vai reduzir o preço do óleo diesel vendido às distribuidoras em R$ 0,12 por litro a partir desta sexta-feira (18). De acordo com a estatal, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor será de R$ 2,95 por litro. A Petrobras calcula que haverá uma redução de R$ 0,10 na bomba. Isso porque o diesel fóssil vendido pela estatal às distribuidoras é misturado ao biodiesel, na proporção de 86% fóssil e 14% biocombustível. A nova redução anunciada nesta quinta-feira (17) deve reverter o aumento de R$ 0,22 implementado em janeiro. Ela será somada a outra redução, de R$ 0,17, anunciada no fim de março. Petrobras anuncia redução de R$ 0,17 no litro do diesel nas distribuidoras As quedas no preço do petróleo no mercado internacional têm levado às reduções no preço do diesel no Brasil. A disputa comercial desencadeada pelas tarifas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está levando à redução nas estimativas de demanda global por petróleo e à queda no preço do barril. Avaliação do governo No último dia 8, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que o preço dos combustíveis reunia "todas as condições" para ser reduzido, considerando a queda na cotação do petróleo no mercado internacional. "Considerando o preço do Brent dessa semana, naturalmente, nós temos o preço que tem todas as condições de ser reduzido. Agora, é importante dizer que o preço que está refletido esta semana no Brent leva muito em consideração as loucuras cometidas pelo presidente dos Estados Unidos", afirmou o ministro. Em conversa com jornalistas após participar da abertura do evento "Gas Week" em Brasília, Silveira negou que tenha pressionado a Petrobras por mais uma redução no preço do diesel. ⛽O governo é acionista majoritário da Petrobras e tem a maioria das cadeiras no conselho de administração da companhia, tendo indicado a presidente da estatal, Magda Chambriard. Na quarta-feira (16), Chambriard disse que a Petrobras analisa o preço do diesel a cada 15 dias, considerando a variação do dólar e a cotação do petróleo. Questionada sobre uma nova redução, ela disse que não poderia trazer para o Brasil "confusões que não são nossas". Entenda o impacto da medida O preço do diesel vendido nos postos é composto por: valor de venda do combustível fóssil pela Petrobras às distribuidoras impostos federais (PIS e Cofins) imposto estadual (ICMS) preço do biodiesel, que é adicionado na proporção de 14% margens de distribuição e revenda Segundo dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), o diesel vendido pela Petrobras estava acima da paridade internacional em R$ 0,11 por litro nesta quinta-feira (17). Como a grande maioria dos produtos no Brasil é transportada por caminhões, a redução no valor do diesel pode ter efeito indireto na inflação -- que é uma preocupação do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Veja Mais
Censo 2022: mais da metade das cidades não tem nenhum trecho de rua para bicicletas, diz IBGE
3.012 municípios brasileiros não possuem trechos de ruas sinalizados para a circulação de ciclistas, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (17). Ciclovia na orla de Ipanema Raoni Alves / g1 Rio Mais da metade dos municípios brasileiros não possui trechos de ruas sinalizados para a circulação de bicicletas, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). São 3.012 municípios sem sinalizações para ciclovias, ciclorrotas e ciclofaixas, representando 54,1% do total de municípios do país. No Brasil, apenas 1,9% da população vive em trechos de ruas sinalizados para bicicletas, percentual que o IBGE considerou baixo, confirmando que a infraestrutura das vias no país ainda é direcionada para veículos automotores. Saiba mais: INFOGRÁFICO: A rua do brasileiro 33,7% dos brasileiros vivem em trechos de ruas sem nenhuma árvore, aponta IBGE Censo 2022: 16% dos brasileiros vivem em ruas sem calçadas e só 15% têm acesso a rampas para cadeirantes Veja os dados: Apenas 1,9% dos moradores brasileiros residem em trechos de ruas sinalizados para bicicletas; Em 3.012 municípios, não foram identificadas sinalizações para ciclovias, ciclorrotas e ciclofaixas. Isso representa 54,1% do total de municípios do país; Santa Catarina (5,2%), Distrito Federal (4,1%), Ceará (3,2%) e Amapá (3,1%) são os estados com maior proporção de moradores em trechos de ruas com sinalização para bicicletas; Por outro lado, Amazonas e Maranhão (0,5%), Tocantins (0,6%), e Goiás, Minas Gerais, Rio Grande do Norte e Alagoas (0,9%) são os que apresentam as proporções mais baixas; Florianópolis (7,1%), Fortaleza (5,5%) e Belém (4,6%) são as capitais com maior proporção de pessoas residindo em trechos de ruas sinalizados para bicicletas. Sant’Ana do Livramento (RS), Parintins (AM), Cametá (PA) e Jaú (SP) são as concentrações urbanas que não têm moradores com acesso a vias com sinalização de bicicletas. As informações são da pesquisa Características Urbanísticas do Entorno dos Domicílios, realizada com base no Censo Demográfico de 2022. O levantamento avalia as condições das vias onde vive a população brasileira. O IBGE analisou 63.104.296 domicílios (66% do total), localizados em setores urbanos ou em setores rurais com características urbanas. Ao todo, foram consideradas as áreas onde moram 174.162.485 brasileiros — o equivalente a 86% da população. Foram analisadas condições de infraestrutura urbana, como iluminação, pavimentação, transporte, calçadas, acessibilidade e sinalização. Poucas vias para bicicletas O IBGE considerou ciclovias, ciclorrotas e ciclofaixas, incluindo temporárias para lazer, no levantamento. Também foram consideradas sinalização vertical ou horizontal na pista de rolamento ou em calçadas compartilhadas. De acordo com o Censo, a sinalização nos trechos de vias para bicicletas é importante em função da segurança, e que boas sinalizações e infraestruturas encorajam mais pessoas a optarem pela bicicleta como meio de transporte, contribuindo para a sustentabilidade e redução de poluição, além de melhorar o tráfego nas vias urbanas. O levantamento afirma que a proporção de moradores em trechos de vias com sinalização para bicicletas é baixa em todas as categorias de hierarquia urbana, atingindo o maior percentual nas metrópoles (2,8%), caindo gradativamente os centros locais (0,5%), considerado o menor nível hierárquico. O Censo 2022 afirma que, dentre as concentrações urbanas, os maiores percentuais de pessoas residindo em trechos de vias sinalizadas para bicicletas estão na Região Sul, liderado pela cidades de Joinville (11,2%), Jaraguá do Sul (9,8%) e Itajaí -Balneário Camboriú (7,2%), em SC. Neste ranking aparecem as capitais Florianópolis (7,1%), Fortaleza (5,5%) e Belém (4,6%). Sant’Ana do Livramento (RS), Parintins (AM), Cametá (PA) e Jaú (SP) são as concentrações urbanas que não têm moradores com acesso a vias com sinalização de bicicletas. Veja Mais
Trump chama presidente do BC americano de 'atrasado e errado' e torce pelo fim de seu mandato
A afirmação de Trump vem apenas um dia depois de Powell criticar publicamente o tarifaço do presidente americano. O Fed, banco central dos EUA, tem independência do governo para tomar suas decisões. Presidente dos EUA, Donald Trump Reuters/Kevin Lamarque O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quinta-feira (17) que o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, está "sempre muito atrasado e errado" em relação a condução da política de juros no país. A afirmação de Trump vem apenas um dia depois de Powell criticar publicamente o tarifaço do presidente americano. Nesta quarta (16), Powell afirmou que o patamar das tarifas anunciadas por Trump é muito maior do que o Fed esperava, mesmo nos cenários "mais extremos". O presidente do Fed também disse que a guerra tarifária iniciada pelos EUA pode dificultar o trabalho da instituição, que toma suas decisões sempre guiada pelo objetivo de controlar a inflação, ao mesmo tempo que fortalece o mercado de trabalho. O que são as Treasuries e como Trump está ameaçando o status de ‘investimento mais seguro do mundo’ Trump ainda reclamou do tempo que falta para que o mandato de Powell a frente do Fed seja concluído, dizendo que esse momento "não chega rápido o suficiente". Os mandatos de presidente e vice do Fed têm duração de quatro anos. Powell deve deixar o cargo somente daqui um ano, em maio de 2026. As taxas de juros nos EUA estão, atualmente, entre 4,25% e 4,50% ao ano — um patamar alto para os padrões de juros do país — e Trump já criticou essa política monetária em diversas ocasiões, desejando o corte dos juros. Veja Mais
Com tarifaço, Brasil pode ser grande destino de produtos chineses, mas precisará de preparo
Especialistas ouvidos pelo g1 dizem que chineses já queriam novos mercados antes das tarifas de Donald Trump. Indústria nacional precisa de investimentos pois ainda não consegue competir em termos de tecnologia e produtividade. China e EUA Associated Press A guerra tarifária entre China e Estados Unidos movimentou intensamente os mercados financeiros nas últimas semanas, mas os efeitos não se limitam aos investimentos. O comércio mundial também deve ser afetado. As altas tarifas impostas pelos EUA sobre a China "apenas aceleram um processo que já estava em andamento: a busca por novos mercados", explica Vitor Moura, fundador da Lantau Business Answers, consultoria brasileira especializada em intermediação de negócios entre Brasil e China, e especialista da rede Observa China. Com alta capacidade de produção e preços competitivos, os produtos chineses prometem "inundar" mercados como o Brasil. Além de ser um tradicional parceiro comercial, os chineses olham para o Brasil com atenção devido às suas dimensões continentais e à grande demanda de uma população de mais de 200 milhões de pessoas. Mas, para que a questão não se torne um problema para o Brasil, será necessário se preparar e adotar medidas que estimulem a inovação, segundo Jesse Guimarães, vice-presidente da Associação de Empresas Brasileiras na China para Indústria, Comércio e Tecnologia (Bracham). Entenda abaixo quais as perspectivas a relação Brasil-China em meio ao tarifaço de Trump. LEIA MAIS China diz que Trump deve parar com 'ameaças e chantagens' e não dá indicação de acordo O que são as Treasuries e como Trump está ameaçando o status de ‘investimento mais seguro do mundo’ Economia da China cresce mais que o esperado, apesar de tarifas do Trump Brasil pode receber mais produtos vindos da China Vitor Moura, que vive na China há 10 anos e atua na intermediação de negócios entre o Brasil e o país asiático, explica que os empresários chineses demonstravam um desejo crescente de expandir seus negócios para outros países antes das novas tarifas de Trump. "A economia doméstica da China ainda está em processo de recuperação pós-Covid. Havia uma aposta no consumo interno como força da economia, o que eles chamam de 'estratégia de circulação dupla'", explica Moura. "Isso ainda está funcionando mais devagar do que o esperado. Por isso, os empresários passaram a olhar mais para fora." Uma reportagem do g1 mostrou que o consumo total dos lares representa menos de 40% do Produto Interno Bruto (PIB) da China. As tarifas impostas por Trump podem tornar esse cenário ainda mais desafiador, já que as exportações respondem por boa parte dos empregos na China e, se elas recuam, a renda da população também pode ser afetada. Assim, o cenário externo se torna cada vez mais importante para o crescimento chinês, e as estratégias de diversificação são levadas em consideração. "O Brasil acaba chamando atenção pelo tamanho", comenta Moura. O especialista destaca um novo fator nas relações entre os dois países: embora os brasileiros já tenham uma relação consolidada com a China, "o acesso ao comércio no Brasil era mais restrito às grandes empresas, com mais capital para bancar um movimento desse porte". "Agora, eu estou observando um movimento muito forte de empresas de médio porte buscando alternativas para entrar no mercado brasileiro". A chegada dessas empresas, que antes não olhavam com tanta atenção para outros mercados além dos EUA, pode ser o principal fator responsável pelo aumento da presença de produtos chineses no Brasil. Moura explica que o objetivo das companhias de médio porte é trazer produtos finais para o Brasil — itens bem acabados e com maior valor agregado. As companhias que devem se destacar no curto prazo são aquelas com alto grau de tecnologia, algo que não há em larga escala no país. "Um exemplo de uma reunião que tive hoje mesmo: uma empresa de motos elétricas (scooters) que quer entrar no Brasil. Tudo relacionado a novas tecnologias está despertando interesse. Setores como energia renovável, veículos elétricos, inteligência artificial estão em destaque", diz Moura. China proíbe entrega de jatos da Boeing em reação ao tarifaço de Trump Empresários brasileiros precisam se adaptar Um obstáculo aos planos chineses é a apreensão dos empresários brasileiros. Moura comenta que o ponto central da questão é o modo de produção chinês: investimento pesado em formas de reduzir os custos de fabricação para vender seus produtos a preços baixos. Essa "estratégia agressiva" impacta o modelo brasileiro, que ainda não consegue competir em termos de tecnologia e produtividade com os chineses. "Acho que o Brasil deveria usar isso como uma oportunidade de adaptação e desenvolvimento. Não dá para competir com a China lá em cima. O momento é de buscar parcerias locais e adaptar as tecnologias para a nossa realidade", diz Moura. O vice-presidente da Bracham, Jesse Guimarães, compartilha o mesmo ponto de vista e destaca que essa é apenas "a ponta do iceberg". "A China tem uma política pública clara de internacionalização de suas empresas. Antes, eles esperavam os compradores virem às feiras. Hoje, o governo chinês dá incentivos para que as empresas viajem e conquistem mercados no mundo inteiro", pontua. Guimarães afirma que o governo brasileiro precisa adotar medidas que, mesmo permitindo a produção de empresas estrangeiras no país, garantam que as tecnologias desenvolvidas lá fora também sejam entregues ao Brasil. O executivo relembra que empresas estrangeiras que operam ou já operaram no Brasil, como as americanas, produzem suas riquezas aqui, mas, além de arcar com salários e outros custos para trabalhar no país, levam todo o lucro para fora. Para Guimarães, a forma de evitar isso é incluir cláusulas de transferência de tecnologia nos contratos de operação dessas empresas, obrigando-as a deixar pelo menos parte de seu conhecimento em solo brasileiro. Isso evitaria que o crescimento da presença da China no Brasil esmagasse empresas nacionais e não gerasse nenhum tipo de avanço e riqueza para o país. "O Brasil não pode repetir o erro de aceitar qualquer investimento estrangeiro sem exigir contrapartidas", diz o especialista. Além disso, Guimarães ressalta que o Brasil precisa buscar outras parcerias comerciais com países neutros — como a Índia — e com países estratégicos para determinados negócios — como o Egito, que oferece boas tecnologias para a produção de fertilizantes, produto importante para um país tão dependente do agronegócio como o Brasil. Sem essas parcerias, o país pode sofrer com os efeitos colaterais do tarifaço. O aumento das tarifas entre os países deve encarecer os preços de insumos e produtos no mundo todo, gerando e espalhando inflação. A melhor forma de evitar uma inflação elevada, segundo Guimarães, é com parcerias estratégicas e a autonomia de produção de produtos importantes para o país dentro do próprio Brasil. Veja Mais
Consumidores podem economizar R$ 8 bilhões em combustível com incentivo a carros elétricos, diz Alckmin
Programa regulamentado pelo presidente Lula nessa terça-feira (15) prevê reduzir em 12,08% a emissão de gases que causam o efeito estufa. Além de R$ 19 bilhões em investimentos até 2028. Vice-presidente Geraldo Alckmin Reprodução/EPTV O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, afirmou nesta quarta-feira (16) que os brasileiros podem economizar cerca de R$ 8 bilhões que seriam gastos em combustíveis, caso optem por investir em um carro elétrico. A fala do ministro ocorreu durante coletiva de imprensa sobre o programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover), aprovado pelo Congresso e sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no ano passado. Veja Mais
Governo cria programa de reavaliação de benefícios para reduzir fila no INSS
Medida provisória foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) e institui o 'Programa de Gerenciamento de Benefícios'. Segundo o governo, ele ainda precisa ser regulamentado. O governo federal publicou nesta quarta-feira (16) uma medida provisória (MP) em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) em que institui o "Programa de Gerenciamento de Benefícios" dentro do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O objetivo do programa é reavaliar e revisar benefícios previdenciários e assistenciais. A medida busca reduzir a fila de atendimento no INSS. INSS tem fila com mais de 2 milhões de pedidos pra serem analisados Segundo o governo, o programa ainda necessita de regulamentação, que será feita por meio de portaria interministerial do Ministério da Gestão e do Ministério da Previdência Social. Remuneração extraordinária De acordo com o Ministério da Previdência Social, o programa, que terá duração de um ano (prorrogável uma vez, desde que não ultrapasse 31 de dezembro de 2026), contempla o pagamento de uma remuneração extraordinária aos servidores. O valor será de: R$ 68 por processo concluído; R$ 75 por perícia, ou análise documental, terminada. "Servidores em greve ou com compensação de horas não terão direito aos pagamentos, o que pode gerar conflitos laborais", informou o Ministério da Previdência Social. Os pagamentos, entretanto, estão sujeitos à autorização orçamentária anual, o que pode, segundo o Ministério da Previdência, "limitar sua efetividade". "Não serão pagos em casos de horas extras, adicionais noturnos ou compensação por greve", acrescentou o governo. Serão priorizados processos com prazos expirados (judiciais ou acima de 45 dias), avaliações sociais do Benefício de Prestação Continuada (BPC) e serviços médico-periciais em unidades com deficiência de atendimento. Fila do INSS e de benefícios sociais No começo deste mês, dados do governo, relativos a dezembro de 2024, apontaram que mais dois milhões de requerimentos por benefícios sociais e da Previdência estavam aguardando análise (veja vídeo acima) Segundo o governo, o aumento na fila ocorreu principalmente por conta de três fatores: a greve de servidores no segundo semestre de 2024, a falta de documentação e pedidos refeitos depois de negados. Em julho de 2023, o governo criou um programa para cumprir a promessa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de acabar com a fila de espera dos pedidos de benefícios do INSS. A medida provisória permitia deslocar funcionários para unidades com maior carência no atendimento e autorizava o governo a pagar bônus de produtividade aos servidores e médicos peritos. Segundo o INSS, nos primeiros oito meses do programa, a fila de espera por benefícios caiu de 1,8 milhão de pedidos para pouco mais de 1,3 milhão. A fila voltou a aumentar a partir de julho de 2024. Em novembro de 2024, último mês com dados disponíveis, chegou a quase 2 milhões de pessoas. Veja Mais
Com saca de café acima dos R$ 2,5 mil, produtores investem em segurança particular para evitar furtos e roubos em MG
Preço alto do café tem atraído a atenção de criminosos; produtores têm investido em rondas particulares. Com saca de café acima dos R$ 2,5 mil, produtores investem em segurança particular Com a saca do café sendo negociada acima dos R$ 2,5 mil, cafeicultores do Sul de Minas estão preocupados com furtos e roubos. Por isso, eles estão investindo em mais segurança com as rondas particulares. "Eu não durmo porque eu acordo a noite toda esperando qual horário que eu vou ser (roubada) de novo". Veja Mais
Trump diz que inflação está em queda nos EUA por causa do tarifaço
Em postagem nas redes sociais, o republicano se mostrou otimista, mas não divulgou dados. Donald Trump durante discurso na Casa Branca AP Photo/Alex Brandon O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na noite de terça-feira (15) que a inflação está em queda no país por conta do tarifaço. Em postagem na sua rede social, Truth Social, o Trump adicionou que o custo de todos os produtos, incluindo gasolina e alimentos, vem diminuindo. "Os Estados Unidos estão arrecadando números recorde em tarifas, com o custo de quase todos os produtos caindo, incluindo gasolina, mantimentos e praticamente todo o resto. Da mesma forma, a inflação está em queda. Promessas feitas, promessas cumpridas", disse. Postagem de Trump sobre inflação Reprodução/Redes sociais Apesar da publicação otimista, o presidente não divulgou dados específicos. Dados do governo dos EUA divulgados em 10 de abril mostraram que os preços ao consumidor caíram inesperadamente em março LEIA MAIS Grupo entra com ação judicial para bloquear a aplicação de tarifas; ONU pede revisão Em meio a tarifaço, comércio com EUA bate recorde no 1º trimestre Tarifaço EUA voltam atrás e isentam celulares, computadores e chips de tarifaço O governo dos EUA anunciou, em março, aumento das tarifas sobre aço e alumínio, impactando as vendas externas brasileiras destes produtos aos EUA, que ficaram mais caras. No começo deste mês, o diretor de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Herlon Brandão, afirmou que é possível que o resultado da balança comercial de março tenha sido influenciado pela decisão dos EUA de subir as tarifas de aço e alumínio, englobando produtos brasileiros. “Pode ser que sim (que tenha impacto), mas a gente ainda não consegue perceber esse efeito direto do aumento da tarifa [de aço e alumínio]”, declarou Brandão, do MDIC, na ocasião. Veja Mais
Ações da Boeing têm forte queda, após China proibir entrega de jatos da companhia
Decisão de Pequim foi resposta ao tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Governo do gigante asiático também pediu que as transportadoras chinesas suspendam as compras de peças de aeronaves de empresas americanas. Aeronaves Boeing 737 MAX em fábrica da Boeing em Washington em imagem de 2019 Lindsey Wasson/Arquivo/Reuters As ações da Boeing fecharam em forte queda nesta terça-feira (15), após a China ter ordenado que suas companhias aéreas não recebam mais entregas de jatos da empresa. A ordem veio em resposta à decisão dos Estados Unidos de impor tarifas de 145% sobre produtos chineses. A Boeing vê a China como um dos seus maiores mercados em crescimento, e é onde sua rival, a Airbus, detém uma posição dominante. Com isso, os papéis da companhia caíram mais de 2% na sessão. Pequim pediu ainda que as transportadoras chinesas suspendam as compras de equipamentos e peças de aeronaves de empresas americanas, segundo a reportagem, o que deve aumentar os custos de manutenção dos jatos que voam no país. O governo chinês também está considerando maneiras de ajudar as companhias aéreas que alugam jatos da Boeing e estão enfrentando custos mais altos devido ao tarifaço, segundo informou a Bloomberg News nesta terça-feira. As três principais companhias aéreas da China — Air China, China Eastern Airlines e China Southern Airlines — planejavam receber 45, 53 e 81 aviões da Boeing , respectivamente, até 2027. Agora, a interrupção representa mais um revés para a fabricante de aviões, que está passando por uma lenta recuperação após um ano desafiador, marcado por uma greve trabalhista, maior escrutínio regulatório e interrupções persistentes na cadeia de suprimentos. A empresa também perdeu mais de um terço de seu valor desde a explosão da porta de uma aeronave durante um voo no ano passado. A ação de Pequim também segue sua decisão da semana passada, de aumentar os impostos sobre as importações dos EUA — o que aumentaria significativamente o custo dos jatos Boeing destinados às companhias aéreas chinesas e potencialmente levaria as companhias aéreas a considerar alternativas como a Airbus e a empresa doméstica COMAC. A Boeing não quis comentar. Guerra tarifária EUA x China: a escalada de tarifas Arte g1 A decisão da China sobre a Boeing está em linha com a sua decisão da semana passada de aumentar os impostos sobre as importações dos EUA para 125%, em retaliação às tarifas americanas. A medida aumentaria significativamente o custo dos jatos da Boeing entregues às companhias aéreas chinesas, o que as levaria a considerar alternativas como a Airbus e a empresa doméstica COMAC, explicou a Reuters. As crescentes tarifas retaliatórias entre as duas maiores economias do mundo correm o risco de paralisar o comércio de bens entre os dois países, segundo analistas, que foi avaliado em mais de US$ 650 bilhões em 2024. EUA x China, lance a lance: entenda a escalada de tarifas que mudou a economia global em poucos dias Exportações da China disparam em março, por conta de Tarifaço de Trump Veja Mais
Chocolate de Dubai: como o desejo de uma grávida virou febre mundial (que já chegou ao Brasil)
Chocolate feito nos Emirados Árabes conquistou as redes e ganhou versões em todo mundo. No Reino Unido, supermercados estão limitando as compras O original chocolate de Dubai se tornou popular por seu recheio de pistache GETTY IMAGES Enquanto estava de férias nos Emirados Árabes Unidos, havia apenas uma missão na minha mente – colocar as mãos na viral "barra de chocolate de Dubai". Se você tem um algoritmo treinado para te mostrar vídeos de doces nas redes sociais, provavelmente já viu essa barra, que combina os sabores de chocolate, pistache e tahine (uma pasta de gergelim) com massa filo, e é inspirada na sobremesa árabe knafeh, que une queijo, uma massa fina, pistache e um xarope de açúcar. A barra original, chamada Can't Get Knafeh of It (um trocadilho em inglês que pode ser traduzido como "Não Consigo Largar o Knafeh"), da empresa FIX Chocolatier, é vendida exclusivamente nos Emirados Árabes desde 2022. Ela se tornou tão popular nas redes sociais que só é disponibilizada por duas horas por dia — e costuma esgotar em minutos. Mas agora, imitações, apelidadas de "chocolate de Dubai", chegaram aos supermercados de vários países, inclusive lojas e docerias do Brasil. No Reino Unido, a procura é tanta que os mercados estão limitando a quantidade de barras que cada cliente pode comprar. Yezen Alani, que é coproprietário da FIX junto à esposa, Sarah Hamouda, disse à BBC que a atenção global que o chocolate de Dubai está recebendo é "lisonjeira e comovente". De onde vem o que eu como: chocolate A barra de chocolate da FIX foi idealizada pela primeira vez por Hamouda em 2021, quando ela teve desejo por aqueles sabores durante a gravidez. Alani e Hamouda começaram a desenvolver a barra um ano depois, tocando o negócio paralelamente aos seus empregos corporativos. "Sarah e eu fomos criados no Reino Unido e nos mudamos para Dubai há 10 anos, então temos raízes ocidentais e árabes", diz Alani. "Queríamos criar sabores inspirados nisso." Páscoa 2025: compare o preço de 15 ovos com os do ano passado Parte do apelo do chocolate está na sua exclusividade — só é possível encomendá-lo por meio de um aplicativo de entrega de comida, e não entrando numa loja ou pegando no supermercado. Ele custa cerca de R$ 115 por barra e só pode ser comprado em horários específicos do dia, para garantir que a empresa consiga atender a todos os pedidos. Também vi barras semelhantes sendo vendidas em muitas lojas dos Emirados Árabes, apelidadas de "chocolate de Dubai" e decoradas com imagens de pistaches e massa filo. Alani diz que essas versões "imitação" são "muito frustrantes, porque as pessoas estão experimentando cópias, o que prejudica a nossa marca". Marido e mulher, Yezen Alani e Sarah Hamouda criaram o negócio juntos, em Dubai SARAH HAMOUDA-YEZEN ALANI Um dos motivos para o aumento da popularidade da barra foi o impacto das redes sociais — com um vídeo viral da usuária do TikTok Maria Vehera, publicado em 2023, sendo citado como um dos principais responsáveis por torná-la famosa. No vídeo, Vehera experimenta a barra de knafeh pela primeira vez — junto a várias outras feitas pela mesma chocolataria — e o conteúdo recebeu quase 7 milhões de curtidas. A aparência da barra parece feita sob medida para as redes sociais — desde as manchas atraentes em laranja e verde sobre o chocolate ao leite liso até o som crocante que ela faz ao ser quebrada. A combinação de chocolate com pistache não é nova, mas o verdadeiro diferencial está na textura crocante do recheio, com a massa filo adicionando consistência e uma camada extra à barra. Como a barra Can't Get Knafeh of It está disponível apenas em um país, os Emirados Árabes, outras marcas começaram a vender suas próprias versões na Europa — incluindo a fabricante suíça Lindt, cujo "chocolate de Dubai" está sendo vendido por 10 libras (R$ 76) em supermercados do Reino Unido. No Brasil, a Cacau Show já vende um modelo "chocolate de Dubai", por R$ 40 a barra. O produto, porém, está esgotado no site da loja. Em São Paulo, tradicionais restaurantes árabes e docerias também fazem a sua versão, a valores que passam de R$ 200. Desde que passou a oferecer a barra, a rede de supermercados Waitrose, no Reino Unido, afirmou que precisou impor um limite de duas unidades por cliente para controlar o estoque. O supermercado alemão Lidl lançou sua própria versão em suas lojas do Reino Unido por 5 libras (R$ 38), também com limite de compra por cliente. Uma influenciadora chegou a mostrar que, por causa disso, as barras estavam sendo mantidas atrás do balcão. Depois de experimentar a barra da Lindt e algumas outras versões vendidas em lojas de bairro, a diferença é clara. O chocolate da FIX é apresentado como uma "barra de sobremesa" e precisa ser mantido na geladeira, com validade curta, como acontece com muitos produtos lácteos. Esse não é o caso das outras versões, que foram desenvolvidas para durar mais tempo nas prateleiras. Também dá para perceber a diferença no sabor e na textura — a barra original tem quase o dobro da largura da versão da Lindt, que se aproxima mais do tamanho e formato de uma barra de chocolate comum. Quando Alani e Hamouda começaram, empregavam apenas uma pessoa para atender cerca de seis a sete pedidos por dia. Mas, com o crescimento da popularidade — principalmente graças ao TikTok — o negócio hoje conta com 20 funcionários, que dão conta de 500 pedidos diários. Um dos principais assuntos em torno da marca tem sido o preço do produto. "Tudo é feito à mão, cada detalhe do design é feito manualmente", diz Alani. "Usamos ingredientes premium, e o processo não é como fazer uma barra da Cadbury (famosa marca britânica de chocolates) — tem a etapa de assar, moldar o chocolate de acordo com o design, e o próprio recheio... até os pistaches são selecionados e processados à mão." Em entrevista à revista Arabian Business no ano passado, Hamouda comentou: "Minha mãe costumava fazer knafeh, e eu queria capturar isso do meu jeito." "Knafeh foi o primeiro sabor que conseguimos aperfeiçoar. O crocante, o pistache… tudo tinha que estar no ponto certo", acrescentou. Apesar do sucesso do produto, Alani admite: "Tem sido uma jornada difícil", já que os dois vêm tocando o negócio em tempo integral enquanto criam os dois filhos. "Houve momentos em que pensamos em desistir, mas dissemos a nós mesmos: 'vamos continuar enquanto isso pagar o nosso aluguel'. E agora não temos arrependimentos, porque deu certo." Leia também: Preço do cacau dispara 190% em 2 anos e vai mexer com a sua Páscoa; entenda como Ovo de Páscoa para cachorro, com whey, com maquiagem...: conheça tipos 'diferentões' Páscoa com menos ovos, chocolate mais caro e produtos com menos cacau Problemas climáticos deixam chocolate mais caro Veja Mais
Brasil deve agir com 'cautela' e mirar eventuais 'retaliações seletivas' contra EUA, dizem especialistas
Presidente Lula sancionou lei aprovada no Congresso que permite reciprocidade sem necessidade de aprovação da OMC. 'Tarifaço' de Trump pode causar impactos nas exportações do país. Especialistas do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) divulgaram uma análise conjunta na qual afirmam que, diante do "tarifaço" promovido pelos Estados Unidos, o Brasil deve agir com "cautela" e mirar eventuais "retaliações seletivas" caso decida responder à Casa Branca, isto é, focando em setores específicos, não de forma generalizada. O documento, intitulado "Como o Brasil deve lidar com Trump?", foi divulgado em um contexto em que, após aprovação do Congresso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou a chamada Lei da Reciprocidade. Com a sanção da lei, o governo fica autorizado a retaliar países que impuserem tarifas que contrariem acordos comerciais e possam prejudicar as exportações brasileiras. Governo quer reciprocidade comercial, mas aposta na negociação Mesmo assim, o entendimento no Ministério das Relações Exteriores é o de que o país precisa continuar negociando com o governo americano, encontrando alternativas ao "tarifaço", embora agora tenha uma espécie de marco legal que autorize a retaliação. Diplomatas: texto no Congresso dá segurança ao Brasil para retaliar EUA, mas meta ainda é negociar "O momento exige cautela, mas também audácia — e, sobretudo, a compreensão de que concessões pontuais em setores protegidos podem fortalecer nossa posição, impulsionar a competitividade e evitar a armadilha de um protecionismo ainda maior", afirma um trecho do documento. "Retaliação não é vingança, é alavancagem. Uma política inteligente de retaliações seletivas deve mirar precisamente setores de grande peso político dentro dos EUA", diz o Cebri em outro trecho da publicação. Em um comunicado divulgado à imprensa nesta segunda (14), a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República disse que a chamada Lei da Reciprocidade é "estratégica", mas que o país precisa buscar a solução diplomática. "A lei representa uma ação estratégica do Brasil frente às medidas tarifárias impostas a dezenas de nações pelo governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump", afirmou o Planalto. "A norma ressalta, entretanto, que consultas diplomáticas serão realizadas com vistas a mitigar ou anular os efeitos das medidas e contramedidas tratadas pela nova norma jurídica", acrescentou a Secom. Tarifaço americano desmonta relações econômicas construídas nos últimos 80 anos e obriga planeta a buscar soluções Jornal Nacional/ Reprodução Prejuízos às exportações Em nota divulgada em 2 de abril, o governo brasileiro disse que a postura da Casa Branca viola os compromissos assumidos pelos EUA na Organização Mundial do Comércio (OMC) e pode causar prejuízos expressivos ao comércio bilateral. Segundo o Itamaraty, as medidas anunciadas por Trump geram impacto direto sobre todas as exportações de bens para os Estados Unidos, segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás somente da China. Um dia após o anúncio do "tarifaço", a Embaixada dos Estados Unidos em Brasília divulgou um comunicado em português, atribuído à Casa Branca, no qual citou o Brasil entre os países que "sufocam" parte da economia americana, acrescentando que Trump não permitirá que os Estados Unidos sejam "explorados". Busca por alternativas Para os especialistas do Cebri, as regras do comércio internacional "estão sendo demolidas e reescritas diante de nossos olhos". Diante disso, afirmam que o Brasil tem duas opções: "permanecer como mero espectador" ou "mobilizar seu arsenal estratégico para defender seus interesses", por exemplo, buscando novos mercados. "Seria miopia estratégica focar apenas na frente americana. Devemos fortalecer ainda mais nossa política comercial para a Ásia. Nossas exportações para países daquela região já superam muitas nações europeias. É preciso acentuar e aprofundar o relacionamento comercial com países do sudeste asiático, leste asiático e sul da Ásia", diz o documento. Em maio, o presidente Lula deve ir à China para participar de uma reunião entre o governo de Xi Jinping e representantes de países da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac). A China tenta ampliar a influência econômica da região por meio de investimentos em obras de infraestrutura e acordos comerciais. Na semana passada, chefes de Estado e de governo dos países da Celac divulgaram um comunicado conjunto no qual disseram "rechaçar" ações unilaterais que restringem o comércio internacional. Sem citar Trump, países da Celac dizem 'rechaçar' ações unilaterais que restringem comércio; Argentina e Paraguai não assinam Os governos de Argentina, Paraguai e Nicarágua não aderiram a esse comunicado. Argentina e Paraguai, por exemplo, comemoraram ter ficado com a tarifa mínima imposta por Trump, de 10%. Veja Mais
Mega-Sena pode pagar R$ 45 milhões nesta terça-feira
Apostas podem ser feitas até as 19h em lotéricas ou pela internet. Mega-Sena Marcelo Brandt/G1 O concurso 2.853 da Mega-Sena pode pagar um prêmio de R$ 45 milhões para os acertadores das seis dezenas. O sorteio ocorre às 20h desta terça-feira (15), em São Paulo. No concurso do último sábado (12), ninguém levou o prêmio máximo. A aposta mínima para a Mega-Sena custa R$ 5 e pode ser realizada também pela internet, até as 19h – saiba como fazer a sua aposta online. A Mega-Sena tem três sorteios semanais: às terças, quintas e sábados. Entenda como funciona a Mega-Sena e qual a probabilidade de ganhar o prêmio Para apostar na Mega-Sena As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), em qualquer lotérica do país ou pela internet, no site da Caixa Econômica Federal – acessível por celular, computador ou outros dispositivos. É necessário fazer um cadastro, ser maior de idade (18 anos ou mais) e preencher o número do cartão de crédito. Probabilidades A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para a aposta simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 5, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa. Já para uma aposta com 15 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 22.522,50, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 10.003, ainda segundo a Caixa. Veja Mais
Argentina reduz controle de câmbio, e peso despenca; bolsa sobe quase 5%
Governo de Javier Milei alterou o sistema de restrição que estava em vigor desde 2019 e adotou o câmbio flutuante. Títulos do Tesouro do país registraram fortes altas nesta segunda-feira, dia em que as mudanças passaram a valer. Notas de pesos, na Argentina. Reuters A O peso argentino despencou nesta segunda-feira (14), enquanto os mercados de ações e títulos do Tesouro registraram fortes altas. O pregão foi marcado pelo primeiro dia de redução dos controles cambiais, o chamado “cepo”. (entenda mais abaixo) A flexibilização do cepo, anunciada na última sexta-feira (11) pelo banco central da Argentina, determina o fim da paridade fixa para a moeda argentina e introduz o "câmbio flutuante" — quando o valor da moeda é determinado pela oferta e demanda do mercado. Com isso, o governo de Javier Milei ensaia o fim do sistema de restrição cambial que estava em vigor desde 2019, limitando a compra de dólares e outras moedas estrangeiras pelos argentinos. Junto com a redução do controle cambial, foi anunciado que a Argentina fechou um acordo de US$ 20 bilhões com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Segundo o ministro da Economia, Luis Caputo, o dinheiro permitirá a "recapitalização do BC para ter uma moeda mais saudável e continuar o processo de desinflação". No primeiro dia útil após os anúncios, a moeda argentina se desvalorizou 11,38% em relação ao dólar. Mas o S&P Merval, índice que mede o desempenho das ações mais líquidas da Argentina, registrou alta de 4,70%. Entenda abaixo o que se sabe sobre o acordo com o FMI e sobre a nova política cambial do país. O que mexeu com os mercados argentinos nesta segunda-feira? Qual é a nova política cambial da Argentina? Por que Milei implementou uma nova política cambial? O que essa nova política pode fazer pela Argentina? Qual o acordo feito entre a Argentina e o FMI? A Argentina pode voltar para o mercado de capitais? Títulos da Argentina sobem com suspensão de controle cambial O que mexeu com os mercados argentinos nesta segunda-feira? A desvalorização do peso argentino e a forte alta no mercado de ações e nos títulos públicos refletem as novas políticas de câmbio anunciadas pelo presidente da Argentina, Javier Milei, na semana passada. O S&P Merval, índice que mede o desempenho das ações mais líquidas da Argentina, avançou 4,70%. As principais empresas argentinas listadas nas bolsas americanas também tiveram forte alta no dia. Veja o desempenho: YPF Sociedad Anonima subiu 10,26% Grupo Financiero Galicia SA ADR subiu 14,05% Grupo Supervielle SA subiu 18,07% Banco Macro SA B ADR subiu 15,41% BBVA Argentina subiu 14,78% Despegar.com (Decolar) teve leve recuo, de 0,05% "A suspensão ou o levantamento de medidas como o 'cepo' cria um ambiente melhor para o mercado, sobretudo no médio e no longo prazo", diz André Galhardo, economista-chefe da consultoria Análise Econômica. "Da mesma forma que o mercado entende que é melhor diminuir os gastos do governo e reduzir a presença do Estado na economia, isso vale também para controles cambiais", diz. Enquanto isso, o peso se desvalorizou. Para cada dólar, passaram a ser necessários 1.196,31 pesos no fechamento desta segunda-feira. O valor representa uma alta de 11,38% em relação à última sexta-feira, quando o controle cambial do país estabelecia a moeda norte-americana a 1.074 pesos. Segundo Galhardo, essa queda do peso é resultado de uma maior demanda por dólares. "Certamente, a retirada de parte das restrições atendeu a uma demanda reprimida pela moeda norte-americana", explica. "Isso resultou em um desequilíbrio momentâneo entre oferta e demanda, encarecendo o dólar." Volte ao início. Qual é a nova política cambial da Argentina? O novo regime de taxa de câmbio da Argentina acaba com o chamado "cepo" — uma série de restrições cambiais impostas pelo governo em 2019 para controlar a compra e venda de dólares. Na época, o governo implementou a medida para limitar a compra de moeda e evitar a fuga de capitais para estabilizar a economia argentina, em meio a problemas nas contas públicas e alta dos preços. Agora, a nova política cambial de Milei permitirá que o peso argentino flutue livremente entre 1.000 e 1.400 pesos por dólar — a política anterior era de câmbio fixo. Na última sexta-feira, por exemplo, a moeda estava em torno de 1.074 pesos por dólar. O governo argentino detalhou que a nova faixa móvel se expandirá em 1% a cada mês, tanto no limite superior quanto no inferior, e o BC poderá comprar e vender dólares se esse intervalo for quebrado. O BC argentino também explicou que, enquanto a moeda flutuar dentro dos limites estabelecidos, a instituição poderá operar nos mercados secundários por meio de operações de mercado aberto — são operações realizadas para controlar a oferta da moeda e ajudar no controle da política monetária. De acordo com o FMI, a ideia de restringir o controle de câmbio é fazer com que a estrutura monetária da Argentina evolua para uma "taxa de câmbio totalmente flexível no contexto de um sistema bimonetário" — em que o peso argentino e o dólar coexistem e podem ser usados simultaneamente. Outro ponto anunciado pelo governo argentino foi o fim do chamado "grampo de dólar", que restringia o acesso à moeda estrangeira. A partir deste ano, as empresas poderão enviar lucros para fora do país, o que pode liberar mais investimentos de multinacionais. Volte ao início. Por que Milei implementou uma nova política cambial? Segundo o ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo, a antiga política cambial "limitava o funcionamento normal da economia". A ideia, segundo o governo, é que as novas medidas, somadas aos recursos cedidos pelo FMI, possam tornar a moeda mais saudável, reduzir a inflação e permitir cortes de impostos. Volte ao início. Argentina libera o limite de compra de dólares para pessoas físicas O que essa nova política pode fazer pela Argentina? Adriana Dupita, economista de mercados emergentes da Bloomberg Economics, destaca que a mudança no controle do câmbio pode aumentar o fluxo de exportações do país, beneficiando a balança comercial. “A taxa de câmbio até a última sexta era tão barata que estimulava demais as importações e desencorajava as exportações. Assim, o saldo comercial do país vinha caindo e havia risco de caminhar para o negativo em breve”, afirma. Ao mesmo tempo, os investidores estrangeiros não estavam enviando dólares para a Argentina, já que não teriam como retirar — devido às regras do cepo. "Assim, a mudança do regime cambial ajuda tanto a evitar uma sangria de dólares pelo lado da balança comercial como cria a possibilidade de haver entrada de dólares pela via financeira." Volte ao início. Qual o acordo feito entre a Argentina e o FMI? A Argentina fechou um acordo de US$ 20 bilhões (aproximadamente R$ 116,9 bilhões) com o Fundo Monetário Internacional (FMI), com prazo de 48 meses, na última sexta-feira (11). Segundo o governo argentino, o país deve receber US$ 28 bilhões (R$ 163,6 bilhões) somente em 2025, incluindo: US$ 15 bilhões (R$ 87,6 bilhões) do FMI; US$ 6,1 bilhões (R$ 35,6 bilhões) de outros credores multinacionais; US$ 2 bilhões (R$ 11,7 bilhões) de bancos globais; e US$ 5 bilhões (R$ 29,2 bilhões) da extensão de um swap cambial com a China — esse é um acordo feito entre os bancos centrais dos dois países que permite que as instituições troquem moedas, o que ajuda a fortalecer suas respectivas reservas internacionais. A ideia é que o FMI desembolse US$ 12 bilhões nesta semana, seguido de uma revisão do programa em junho que deverá liberar mais US$ 2 bilhões, e uma nova revisão no final do ano com mais US$ 1 bilhão. "Esses recursos líquidos serão usados para fortalecer o balanço patrimonial (do banco central) por meio da recompra de títulos intransferíveis pelo Ministério da Economia", informou o banco central da Argentina na última semana. O acordo com o FMI estipula que a Argentina acumule reservas internacionais líquidas no valor de US$ 4 bilhões até o final do ano, em comparação com o nível registrado em 31 de dezembro de 2024. Essa meta acelera para um aumento de US$ 8 bilhões no próximo ano. Um dos principais focos do governo de Milei é a acumulação de reservas. A ideia é aumentar a confiança na economia argentina para atrair investimentos e acelerar o crescimento. Embora tenha tido algum sucesso ao longo do mandato, esse cenário se reverteu nas últimas semanas, em meio à crescente pressão sobre o peso. Com isso, as reservas líquidas caíram para US$ 7 bilhões negativos, segundo uma estimativa do FMI. O acordo com o FMI prevê também um superávit fiscal primário (receitas maiores que despesas) de 1,3% do PIB neste ano. Esse crescimento ainda seria um pouco abaixo do ano passado, mas Caputo afirma que o governo terá uma meta mais alta que a proposta, em torno de 1,6%. A meta fiscal geral — incluindo o pagamento da dívida — visa a um equilíbrio fiscal este ano. O superávit primário e geral começaria a aumentar no próximo ano e assim por diante. Volte ao início. A Argentina pode voltar para o mercado de capitais? Segundo o FMI, se houver uma "implementação decisiva" do programa e um rápido acúmulo de reservas, isso poderá reduzir os custos de empréstimos para a Argentina e fazer com que ela volte a acessar os mercados de capitais internacionais até o início de 2026. Os desafios do país, com as reservas no vermelho, ainda não terminaram. Embora a inflação tenha diminuído drasticamente desde que Milei assumiu o cargo em dezembro de 2023, os preços elevados ainda persistem. "A cobertura das reservas continua muito fraca", disse o FMI. "É necessário mais trabalho para ancorar a inflação e fortalecer de forma duradoura a posição externa do país e a resiliência a um cenário global mais complexo." Segundo Dupita, da Bloomberg Economics, o empréstimo do FMI e a mudança no regime cambial "são muito bem-vindos" para a Argentina, e podem ajudar o país a entrar novamente no mercado de capital global, do qual está fora praticamente desde 2019. "Hoje o país tem classificação de risco muito ruim e está fora dos índices de bolsa de mercados emergentes. Isto pode mudar com o tempo, conforme o país for reconstruindo suas reservas internacionais e demonstrar que segue firme no seu ajuste fiscal", completa a economista. Volte ao início. *Com informações da agência de notícias Reuters. Veja Mais
Tarifaço de Trump: grupo entra com ação judicial para bloquear a aplicação de tarifas; ONU pede revisão
Ação foi movida no Tribunal de Comércio Internacional dos EUA, para bloquear as tarifas abrangentes sobre parceiros comerciais estrangeiros. Trump anuncia tarifas recíprocas REUTERS/Carlos Barria O grupo Liberty Justice Center entrou com uma ação judicial nesta segunda-feira (14) para bloquear as tarifas recíprocas estabelecidas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A ação foi movida no Tribunal de Comércio Internacional dos EUA, para bloquear a aplicação de tarifas abrangentes sobre parceiros comerciais estrangeiros, e argumenta que o presidente ultrapassou sua autoridade. O grupo agiu em nome de cinco empresas americanas que importam produtos de países alvo das tarifas, segundo a Reuters. "Nenhuma pessoa deveria ter o poder de impor impostos que têm consequências econômicas globais tão vastas", disse Jeffrey Schwab, conselheiro sênior do Liberty Justice Center, em nota. "A Constituição dá o poder de definir taxas — incluindo tarifas — ao Congresso, não ao Presidente." Além dessa ação, o governo Trump enfrenta uma ação semelhante no tribunal federal da Flórida, onde um pequeno empresário pediu a um juiz para bloquear as tarifas impostas à China. China bate de frente com os EUA e sobe tarifas para 125% ONU pede revogação das tarifas para países pobres Também nesta segunda-feira, a agência de Comércio e Desenvolvimento da ONU (UNCTAD) requisitou ao governo Trump que considere excluir as economias mais pobres das tarifas recíprocas. Segundo a agência, o tarifaço "teria um impacto mínimo nos objetivos da política comercial dos Estados Unidos". A UNCTAD diz que a pausa anunciada por Trump na semana passada ofereceu um "momento crítico para considerar a isenção" de economias pequenas e vulneráveis e países menos desenvolvidos "de tarifas que oferecem pouca ou nenhuma vantagem para a política comercial dos EUA, enquanto potencialmente causam sérios danos econômicos no exterior". Em um relatório de insights de política, disse que alguns dos países listados entre os 57 parceiros comerciais ameaçados com tarifas recíprocas acima de 10% "são muito pequenos e/ou economicamente pobres, com poder de compra muito baixo". "Como resultado, eles oferecem oportunidades limitadas ou inexistentes de mercado de exportação para os Estados Unidos. Concessões comerciais desses parceiros significariam pouco para os Estados Unidos, enquanto potencialmente reduziriam sua própria arrecadação de receita", disse a UNCTAD. De acordo com os cálculos da ONU, para 36 dos 57 parceiros comerciais listados, as novas tarifas gerariam menos de 1% das receitas tarifárias atuais dos EUA, e vários dos 57 parceiros comerciais alvo de Washington exportam commodities agrícolas que não são produzidas nos EUA — e para as quais há poucos substitutos. "Exemplos incluem baunilha de Madagascar e cacau da Costa do Marfim e Gana. Aumentar as tarifas sobre esses produtos, embora gere alguma receita, provavelmente resultará em preços mais altos para os consumidores", disse. Veja Mais
Trump diz que China e Vietnã estão tentando descobrir como 'ferrar' os EUA
Presidente americano também falou sobre tarifas para o setor farmacêutico e que analisa uma eventual ajuda ao setor automotivo. Trump encontra o presidente de El Salvador Nayib Bukele no Salão Oval, na Casa Branca, em Washington, D.C., nos Estados Unidos Reuters/Kevin Lamarque O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a falar sobre sua guerra tarifária com a China nesta segunda-feira (14) e disse que o país asiático está se reunindo com o Vietnã para descobrir "como prejudicar os EUA". A afirmação foi feita em meio a uma reunião do presidente americano com Nayib Bukele, presidente reeleito de El Salvador. Mais cedo, circulou a notícia de que o presidente da China, Xi Jinping, começou uma viagem ao Sudeste Asiático nesta segunda para fortalecer as relações comerciais e diplomáticas com os países da região. O primeiro destino do líder chinês foi, inclusive, o Vietnã, país para onde muitas empresas chinesas migraram sua produção para evitar as tarifas americanas no passado. "Eu não culpo a China; eu não culpo o Vietnã", disse Trump a repórteres no Salão Oval da Casa Branca. "Vejo que eles estão se reunindo hoje... é uma reunião adorável. Uma reunião como se estivessem tentando descobrir 'como podemos ferrar com os EUA." Trump também declarou que "tudo o que tem que fazer é impor tarifas". O presidente também falou mais especificamente sobre impor tarifas sobre os produtos importados do setor farmacêutico, dizendo que essa medida deve acontecer "em um futuro não tão distante". Por outro lado, ele disse que está estudando formas para "ajudar as companhias de carros". Isso porque, mesmo com grandes empresas originárias dos EUA, como GM e Ford, 46% de todos os veículos vendidos no país em 2024 foram importados, segundo a Standard & Poor's. Algumas companhias do setor automotivo, inclusive, já suspenderam as exportações de veículos para os EUA, como a Audi e a Jaguar Land Rover. LEIA TAMBÉM EUA x China, lance a lance: a escalada de tarifas que mudou a economia global em poucos dias O que são as Treasuries e como Trump está ameaçando o status de ‘investimento mais seguro do mundo’ Tarifas de Trump trazem desafios imediatos para o Brasil, mas podem gerar oportunidades, apontam economistas Exportações da China disparam em março, por conta de Tarifaço de Trump Entenda a guerra tarifária entre China e EUA A guerra tarifária entre as duas maiores economias do mundo se intensificou na semana passada, após o anúncio das tarifas recíprocas prometidas pelo presidente americano, Donald Trump. No dia 2 de abril, Trump detalhou a tabela das tarifas, que vão de 10% a 50% e serão cobradas, a partir desta quarta, sobre mais de 180 países. A China foi um dos países que foi tarifado — e com uma das maiores taxas, de 34%. Essa taxa se somou aos 20% que já eram cobrados em tarifas sobre os produtos chineses anteriormente. Como resposta ao tarifaço, o governo chinês impôs, na sexta (4), tarifas extras de também 34% sobre todas as importações americanas. Os EUA decidiram retaliar a resposta, e Trump deu um prazo para a China: ou o país asiático retirava as tarifas até as 13h (horário de Brasília) de terça-feira (8) ou seria taxado em mais 50 pontos percentuais, levando o total das tarifas a 104%. A China não recuou e ainda afirmou que estava preparada para "revidar até o fim". Cumprindo a promessa de Trump, a Casa Branca confirmou a elevação em mais 50% das tarifas sobre os produtos chineses. O presidente americano disse, porém, que acreditava que a China chegaria a um acordo com os EUA para evitar mais tarifas. A resposta chinesa veio na manhã de quarta-feira (9): o governo elevou as tarifas sobre os EUA de 34% para 84%, acompanhando o mesmo percentual de alta dos EUA. No mesmo dia, Trump anunciou que daria uma "pausa" no tarifaço contra os mais de 180 países que foram taxados com tarifas que variam de 10% a 50%. Essa pausa é, na verdade, uma redução de todas as tarifas para 10% por um prazo de 90 dias. Tarifas específicas já em vigor, como as de 25% sobre aço e alumínio, não são afetadas pela medida — e continuam valendo. A exceção, porém, foi a China. Trump anunciou mais uma vez a elevação de tarifas sobre os produtos chineses, para 125%. Na quinta (10), a Casa Branca explicou que as taxas de 125% foram somadas a outra tarifa de 20% já aplicada anteriormente sobre a China, resultando numa tarifa total de 145%. Como resposta, nesta sexta-feira (11) os chineses elevaram as tarifas sobre os americanos para 125%. *Com informações da agência de notícias Reuters Veja Mais
Sexta-feira Santa: é feriado nacional? Ganho em dobro se trabalhar? Tire dúvidas
Quem for escalado para trabalhar na data tem alguns direitos assegurados, como pagamento em dobro ou folga compensatória. Sexta-feira Santa é feriado? Saiba o que diz a lei se você faltar ao trabalho Muitos trabalhadores já estão de olho no tão esperado "feriadão" prolongado que chega nesta sexta-feira (18): a Paixão de Cristo, também chamada de Sexta-feira Santa. A data, declarada como feriado nacional pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), garante aos funcionários um dia de descanso. Outro feriado que vem logo na sequência é o de o Dia de Tiradentes, que cai na segunda-feira, 21 de abril. Com isso, quem conseguir emendar pode aproveitar uma folga prolongada — de sexta a segunda. Mas enquanto alguns terão a oportunidade de aproveitar o tempo livre, outros continuarão suas atividades normalmente. Isso porque a legislação trabalhista autoriza o funcionamento das atividades em alguns setores que são classificados como essenciais. (confira abaixo) ⚠️ Mas atenção: quem for escalado para trabalhar na data tem alguns direitos assegurados. O g1 conversou com advogados especialistas em direito trabalhista para te ajudar a entender mais sobre o assunto. Abaixo, você vai descobrir: Veja Mais
Dólar opera em baixa, acompanhando alívio nos mercados globais com novo recuo de Trump; Ibovespa sobe
Na última sexta-feira, a moeda norte-americana recuou 0,46%, cotada a R$ 5,8713. Já o principal índice da bolsa de valores avançou 1,31%, aos 127.682 pontos. -- Adriana Toffetti/Estadão Conteúdo O dólar opera em queda nesta segunda-feira (14), com os mercados ainda reagindo às últimas movimentações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com seu tarifaço. Os mais recentes capítulos dessa história, porém, trouxeram alívio para os mercados financeiros globais. Na última sexta (11), o governo americano isentou smartphones, laptops e outros eletrônicos das tarifas recíprocas aplicadas sobre mais de 180 países. Essa decisão deixa de fora esses produtos, que são estratégicos e não são produzidos em larga escala nos EUA, sobretudo da tarifa de 145% que Trump aplicou sobre os produtos chineses, em meio a uma guerra tarifária com o país asiático. No domingo (13), porém, Trump disse que os eletrônicos não estão sendo liberados do tarifaço, mas que integrarão uma nova categoria de tarifas. Casa Branca está 'preocupada' com a China, mas avança em negociações com UE, diz conselheiro de Trump Mesmo com a fala do presidente, os mercados reagem positivamente à notícia — que, além de gerar menos impactos nos preços desses produtos, também podem sinalizar uma maior disposição de Trump para negociar as tarifas, sobretudo com a China. No primeiro pregão após a decisão dos EUA, as bolsas asiáticas fecharam em alta, as bolsas europeias caminham para o mesmo caminho e o preço do dólar recua no mundo inteiro. Nesse sentido, o Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, opera em alta. Veja abaixo o resumo dos mercados. Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair Veja Mais
Alívio tarifário sobre produtos de tecnologia impulsiona alta nas bolsas asiáticas
As ações da China e de Hong Kong subiram nesta segunda-feira (14), à medida que os papéis de tecnologia avançaram após a Casa Branca isentar smartphones e computadores das tarifas "recíprocas" dos EUA. Ações da China sobem nesta segunda-feira após a Casa Branca isentar smartphones e computadores Mark Schiefelbein/AP As ações da China e de Hong Kong subiram nesta segunda-feira (14), à medida que os papéis de tecnologia avançaram após a Casa Branca isentar smartphones e computadores das tarifas "recíprocas" dos EUA, enquanto o setor de chips foi pressionado por preocupações com a segurança nacional. O índice chinês de blue chips CSI300 subiu 0,5%, enquanto o índice composto de Xangai avançou 0,9% até a pausa do meio-dia, após perdas de 2,9% e 3,1% na semana passada, respectivamente. O índice de referência de Hong Kong, Hang Seng, saltou 2,4% após uma queda de 8,5% na semana anterior. O índice de tecnologia Hang Seng Tech subiu 2,7%. LEIA MAIS: Trump diz que 'ninguém está sendo liberado' e que avalia tarifas para smartphones e eletrônicos Ouro, pedrarias e glitter: venda de bíblias de luxo faz empreendedoras faturarem até R$ 100 mil por mês Royal Enfield transforma a Himalayan 450 em outra moto — muito melhor; confira o teste do g1 A administração Trump concedeu isenções de tarifas elevadas para smartphones, computadores e outros eletrônicos importados majoritariamente da China, ao mesmo tempo em que sinalizou que esses produtos estarão sujeitos a tarifas separadas — juntamente com semicondutores — que podem ser impostas dentro de um mês. Os fornecedores da Apple na China dispararam com o alívio temporário. O índice de eletrônicos CSI Electronics subiu 0,9% até o meio-dia. A principal montadora da Apple, Foxconn Industrial Internet, avançou 1,1%, e a fabricante de componentes acústicos Goertek saltou 2,5%. Limitando os ganhos, o índice de semicondutores CSI Semiconductor recuou até 0,9% após Trump afirmar que os chips vindos da China passarão por uma investigação de segurança nacional na próxima semana. A notícia da isenção "alimenta expectativas de uma possível melhora nas relações comerciais e até mesmo a perspectiva de negociações comerciais", disse Li Shuding, consultor de investimentos da Galaxy Securities. Ele acrescentou que os dados de empréstimos de março foram melhores do que o esperado e que "esperamos uma intensificação na implementação de políticas" para apoiar a economia. Antes da recuperação desta segunda-feira (14), os índices CSI 300 e Hang Seng haviam recuado 3,5% e 9,9%, respectivamente, desde o "Dia da Libertação" em 2 de abril. Trump havia ameaçado implementar tarifas abrangentes contra parceiros comerciais, com a China sendo o principal alvo, o que aumentou os temores de desaceleração do crescimento econômico global e interrupções no comércio. O Goldman Sachs revisou suas metas de 12 meses para o MSCI China e o índice CSI300, reduzindo-as para 75 e 4.300, respectivamente — abaixo das estimativas anteriores de 81 e 4.500. "As tensões comerciais entre EUA e China atingiram níveis sem precedentes, levantando preocupações sobre uma recessão global e os riscos de desacoplamento entre as duas maiores economias do mundo em outras áreas estratégicas, como mercados de capitais, tecnologia e geopolítica", afirmou o estrategista da China Kinger Lau em nota nesta segunda-feira. Em outro ponto, as exportações da China em março subiram 12,4% em relação ao ano anterior, superando amplamente a expectativa de crescimento de 4,4% prevista em uma pesquisa da Reuters com economistas, após as fábricas acelerarem os embarques antes da entrada em vigor das novas tarifas dos EUA. Veja Mais
Carro da Tesla é destruído em Londres em protesto 'artístico' contra Elon Musk
Modelo depredado foi um Tesla Model S de 2014, que já estava destinado ao descarte. Grupo se referiu ao ato como uma 'instalação de arte participativa'. Tesla é destruído em protesto de Londres Henry Nicholls/AFP Um grupo chamado Everyone Hates Elon (Todo Mundo Odeia o Elon) destruiu um veículo da Tesla nesta semana, em Londres, em protesto contra as ações políticas de Elon Musk, dono da montadora e homem próximo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O modelo escolhido para o protesto foi um Tesla Model S de 2014, já destinado ao descarte e sem condições legais de circulação. O veículo foi doado ao coletivo por uma pessoa que preferiu manter o anonimato. O grupo chamou o ato de "instalação de arte participativa". “Estamos dando às pessoas comuns a chance de mostrar como se sentem em relação a Elon Musk e suas opiniões odiosas. Esta instalação de arte participativa permite que as pessoas expressem sua frustração com a desigualdade de riqueza de forma segura e legal”, disse o grupo em nota. Antes da destruição, a bateria do carro foi removida e enviada para reciclagem. A bateria, quando danificada, pode entrar em combustão ou explodir. Durante o ato, qualquer pessoa podia utilizar ferramentas como marretas e tacos de beisebol, disponíveis no local, para participar da ação. Tesla Model S de 2014 é destruído em protesto Henry Nicholls/AFP “Elon Musk pensa que é intocável, e eu senti que este era um ótimo momento para mostrar que ele não é — e destruir algo que ele valoriza. Sua agenda sobre direitos trans e Gaza parte meu coração, e eu só queria vir e liberar um pouco da minha raiva, que sinto não ter muito espaço para ser expressa”, comentou a estudante Romilly Cotta à agência France Presse. Após a destruição, o Tesla Model S será leiloado pelo coletivo, e todo o valor arrecadado será destinado à caridade. Segundo o grupo, a intenção é doar o dinheiro para instituições que distribuem alimentos. “Acho que há um sentimento compartilhado entre todos nós: a sensação de que os bilionários estão tomando demais. Nós odiamos bilionários — todos odiamos o Elon, especificamente — e isso é apenas catártico”, disse o músico Colin Reineberg. g1 testou: a primeira Tesla Cybertruck que veio para o Brasil LEIA MAIS Na China, Tesla suspende venda de carros importados dos EUA Bolsas dos EUA derretem até 10% em semana de 'tarifaço' de Trump e retaliação da China 'Tesla está em colapso e pode ser que não se recupere': vendas e preços de ações da montadora despencam ainda mais Tesla está derretendo De acordo com um levantamento feito pela consultoria Elos Ayta, a Tesla lá perdeu US$ 557 bilhões em valor de mercado desde o dia 20 de janeiro deste ano. As ações da companhia caíram 40,84% durante o período. As vendas de carros da Tesla, empresa chefiada por Elon Musk, despencaram para o menor nível dos últimos três anos. A fabricante de veículos elétricos entregou quase 337 mil unidades nos primeiros três meses de 2025 — uma queda de 13% em relação ao mesmo período do ano passado. Os carros da companhia enfrentam uma competição cada vez maior da empresa chinesa BYD, mas especialistas acreditam que o papel controverso de Musk na administração Donald Trump também tem uma influência nesse fenômeno. "Esses números são péssimos", escreveu no X (antigo Twitter) Ross Gerber, um dos primeiros investidores da Tesla, do grupo Gerber Kawasaki Wealth and Investment Management. "A Tesla está em colapso e pode ser que não se recupere", acrescentou ele, que já foi um apoiador de Musk, mas recentemente pediu que o conselho da empresa removesse o bilionário do cargo de CEO. O ativismo político de Musk gerou uma onda de protestos e boicotes ao redor do mundo. Ele atualmente lidera a iniciativa do Departamento de Eficiência Governamental (Doge, na sigla em inglês) do presidente Donald Trump, criada com o objetivo de cortar gastos e reduzir o volume de servidores federais. No começo de março, o site Politico relatou que Trump teria dito a pessoas de seu círculo íntimo que Musk se afastaria do governo nas próximas semanas. Logo após a publicação da notícia, o preço das ações da Tesla voltou a subir. A Casa Branca, no entanto, refutou a reportagem, classificando-a como "lixo". Por ser considerado um funcionário especial do governo, por lei Musk só pode servir no governo por 130 dias durante o ano, o que significaria que ele teria de deixar o posto até meados de junho. O chefe da Tesla é o homem mais rico do mundo e contribuiu com mais de US$ 250 milhões (R$ 1,4 bi) para ajudar Trump a ser eleito nas eleições de novembro de 2024. Veja Mais
Vinhos produzidos no DF têm qualidade superior a alguns rótulos internacionais, diz pesquisa
Levantamento da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal foi reconhecido pela Organização Internacional da Vinha e do Vinho. Vinhos analisados são feitos a partir da uva Syrah. Vinhedo brasiliense participante da pesquisa A Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF) financiou um estudo realizado no Laboratório de Referência Enológica Evanir da Silva (Laren) para saber mais sobre o vinho produzido em Brasília. Um dos resultados é que o vinho brasiliense feito com a uva Syrah é superior em qualidade a rótulos de países conhecidos internacionalmente (veja detalhes mais abaixo). ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 DF no WhatsApp. De acordo com os pesquisadores, a uva do Cerrado segue os padrões internacionais, com protocolos reconhecidos pela instituição responsável por estabelecer e manter padrões para a indústria vinícola no mundo inteiro. Para a Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV) , sediada em Dijon, na França, o vinho brasiliense foi elencado como superior em qualidade a rótulos consagrados da França, da Itália, da Espanha, Austrália, da Argentina e da África do Sul. A análise foi realizada pelos pesquisadores Rafael Lavrador Sant'Anna, do Instituto Federal de Brasília (IFB), em parceria com Caroline Dani, da Associação Brasileira de Sommeliers, seção RS (ABS-RS) e Fernanda Spinelli, da Laren-RS e da Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV). Resultados da pesquisa Produção de vinhos da Villa Triacca. Divulgação/Vinícola Brasília Os dados analisados mostram que as taxas de componentes benéficos à saúde do vinho produzido em Brasília, com uvas Syrah, chegam a ser três vezes superiores às dos vinhos do exterior. Veja Mais
Ovo de Páscoa: como a tradição começou com galinhas e virou chocolate?
Apesar do doce ser um dos símbolos mais populares — e queridos — na data, a sua história ainda gera muitas dúvidas e curiosidade. Ovos de Páscoa Unsplash/ Lisette Harzing Antes dos ovos de chocolate tomarem conta das prateleiras na Páscoa, o costume era bem mais simples: presentear com ovos de galinha. Embora hoje a troca de ovos esteja ligada à celebração cristã da ressurreição de Jesus, essa tradição é bem mais antiga e cheia de simbolismos que atravessam culturas e séculos. Confira as respostas do g1 para as principais curiosidades sobre o tema: Veja Mais
Trump diz que está tendo 'conversas muito boas' com a China
Presidente americano já sinalizou diversas vezes, desde o início da guerra tarifária entre os dois países, que tem interesse em negociar os acordos comerciais com a China. O presidente dos EUA, Donald Trump, participa de uma reunião de gabinete na Casa Branca REUTERS/Nathan Howard O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que está tendo "conversas muito boas" com a China em conversa com repórteres nesta sexta-feira (18), segundo informações da agência de notícias Reuters. Trump já sinalizou diversas vezes, desde o início da guerra tarifária entre os dois países, que tem interesse em negociar os acordos comerciais com a China. Nesta quinta (17), inclusive, o presidente americano disse que o país asiático já entrou em contato "várias vezes" com o governo dos EUA para buscar um acordo e reduzir as tarifas de importação. "Acredito que vamos fazer um acordo com a China", afirmou Trump em entrevista a jornalistas no Salão Oval nesta quinta-feira, reiterando que as tarifas norte-americanas sobre produtos chineses podem "não aumentar e podem até mesmo diminuir". Bruno Carazza analisa a limitação das exportações americanas de chips para China; e a dependência dos EUA por minerais críticos chineses A China é alvo de ataques de Trump desde o início do mandato do presidente. Logo no começo do governo do republicano, em fevereiro, os EUA aplicaram uma taxa extra de 10% sobre todas as importações chinesas sob a justificativa de que o país asiático facilitava o tráfico de fentanil. Essa taxa se somou aos 10% que já eram cobrados do país, resultando uma taxa de 20%. A guerra tarifária entre as duas maiores economias do mundo, porém, se intensificou na primeira semana de abril, após o anúncio das tarifas recíprocas prometidas pelo presidente americano, Donald Trump. No último dia 2, Trump detalhou a tabela das tarifas, que vão de 10% a 50% e serão cobradas sobre mais de 180 países. A China foi um dos países que foi tarifado — e com uma das maiores taxas, de 34%. Essa taxa se somou aos 20% que já eram cobrados em tarifas sobre os produtos chineses anteriormente. Como resposta ao tarifaço, o governo chinês impôs, na sexta (4), tarifas extras de também 34% sobre todas as importações americanas. Os EUA decidiram retaliar a resposta, e Trump deu um prazo para a China: ou o país asiático retirava as tarifas até as 13h (horário de Brasília) de terça-feira (8) ou seria taxado em mais 50 pontos percentuais, levando o total das tarifas a 104%. A China não recuou e ainda afirmou que estava preparada para "revidar até o fim". Cumprindo a promessa de Trump, a Casa Branca confirmou a elevação em mais 50% das tarifas sobre os produtos chineses. O presidente americano disse, porém, que acreditava que a China chegaria a um acordo com os EUA para evitar mais tarifas. A resposta chinesa veio na manhã de quarta-feira (9): o governo elevou as tarifas sobre os EUA de 34% para 84%, acompanhando o mesmo percentual de alta dos EUA. No mesmo dia, Trump anunciou que daria uma "pausa" no tarifaço contra os mais de 180 países que foram taxados com tarifas que variam de 10% a 50%. Essa pausa é, na verdade, uma redução de todas as tarifas para 10% por um prazo de 90 dias. Tarifas específicas já em vigor, como as de 25% sobre aço e alumínio, não são afetadas pela medida — e continuam valendo. A exceção, porém, foi a China. Trump anunciou mais uma vez a elevação de tarifas sobre os produtos chineses, para 125%. Na quinta (10), a Casa Branca explicou que as taxas de 125% foram somadas a outra tarifa de 20% já aplicada anteriormente sobre a China, resultando numa tarifa total de 145%. Como resposta, na sexta-feira (11), os chineses elevaram as tarifas sobre os americanos para 125%. Na terça-feira, um comunicado no site oficial da Casa Branca disse que a China encararia tarifas de até 245% como resultado das "ações retaliatórias" do país asiático. O documento não explicava como os EUA chegaram ao cálculo, mas foi atualizado para esclarecer que a taxa será aplicada sobre produtos específicos. O novo texto ficou assim: "A China enfrenta uma tarifa de até 245% sobre importações para os Estados Unidos como resultado de suas ações retaliatórias. Isso inclui uma tarifa recíproca de 125%, uma tarifa de 20% para abordar a crise do fentanil e tarifas da Seção 301 sobre bens específicos, entre 7,5% e 100%." A atenção está em setores estratégicos para os asiáticos, como tecnologia da informação, fabricação de máquinas automatizadas e robótica, veículos de nova energia (NEVs), equipamento de aviação e voo espacial, entre outros. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Lin Jian, respondeu ao questionamento de jornalistas locais sobre as tarifas de 245% afirmando que "podem perguntar ao lado americano o valor específico das tarifas" e que a China deve manter sua posição, segundo o jornal estatal chinês Global Times. Veja mais em: Trump diz que China entrou em contato 'várias vezes' para falar sobre tarifas Casa Branca divulga documento com tarifa de 245% para chineses, causa confusão e atualiza texto China diz que 'não dará atenção' se EUA continuarem com 'jogo numérico das tarifas' China proíbe entrega de jatos da Boeing em reação ao tarifaço de Trump Exportações da China disparam em março, por conta de Tarifaço de Trump Veja Mais
As pequenas empresas chinesas paralisadas pelas tarifas de Trump
A guerra comercial entre os Estados Unidos e a China traz um dilema para as pequenas empresas chinesas conseguirem manter sua produção: buscar novos mercados de exportação ou vender para o mercado interno? Produtores chineses já sentem impacto da taxação extra imposta por Trump Reuters via BBC "Trump é louco", diz Lionel Xu, rodeado pelos kits repelentes de mosquitos da sua empresa. Seu produto chegou a ser um dos mais vendidos nas lojas do Walmart nos Estados Unidos. Agora, eles estão embalados em caixas, em um armazém na China. E lá irão permanecer, a menos que o presidente americano Donald Trump retire sua tarifa de importação de 145% sobre todos os produtos chineses destinados aos Estados Unidos. "É muito difícil para nós", lamenta ele. Cerca da metade de todos os produtos fabricados pela sua companhia, a Sorbo Technology, tem como destino os Estados Unidos. É uma empresa pequena para os padrões chineses, que emprega cerca de 400 funcionários na província de Zhejiang, no leste do país. Mas não é a única a sentir os efeitos da guerra comercial. "Estamos preocupados", prossegue Xu. "E se Trump não mudar de ideia? Será perigoso para a nossa fábrica." Perto dali, Amy tenta vender máquinas de produção de sorvete da Guangdong Sailing Trade Company no seu estande. Seus principais compradores também estão nos Estados Unidos, incluindo o Walmart. "Já suspendemos a produção", ela conta. "Todos os produtos estão no armazém." Com tarifaço, Brasil pode ser grande destino de produtos chineses, mas precisará de preparo China proíbe entrega de jatos da Boeing em reação ao tarifaço de Trump A mesma história se repete em quase todos os estandes da extensa Feira de Cantão, no centro comercial de Guangzhou. A BBC conversou com Xu enquanto ele se preparava para levar alguns compradores australianos para almoçar. Eles vieram procurar barganhas e esperam conseguir um desconto no seu produto. "Vamos ver", diz ele, sobre as tarifas. Xu acredita que Trump irá voltar atrás. "Talvez melhore daqui a um ou dois meses. Talvez, talvez." Xu cruza os dedos. Os Estados Unidos e a China estabeleceram altas tarifas de importação entre si Xiqing Wang/BBC LEIA MAIS Dólar, bolsas, bitcoin: veja o impacto do tarifaço de Trump nos mercados O que são as Treasuries e como Trump está ameaçando o status de ‘investimento mais seguro do mundo’ Na semana passada, Donald Trump suspendeu temporariamente a ampla maioria das suas tarifas de importação, após a forte queda das bolsas de valores globais e um movimento de venda no mercado de títulos da dívida pública americana. Mas ele manteve as alíquotas destinadas a produtos chineses exportados para os Estados Unidos. Pequim respondeu impondo sua própria alíquota de 125% sobre a importação de produtos americanos. Todas estas medidas desorientaram os negociantes das mais de 30 mil empresas que compareceram à feira anual para exibir seus produtos em diversos pavilhões, que totalizam uma área do tamanho de 200 campos de futebol. Na seção de produtos domésticos, as empresas exibiram de tudo, desde máquinas de lavar até secadoras de roupas, de escovas de dentes elétricas a espremedores de frutas e máquinas de fazer waffles. Compradores vieram de todas as partes do mundo, para ver os produtos pessoalmente e fechar negócios. Mas o custo de uma batedeira ou de um aspirador de pó provenientes da China, com as tarifas de importação, ficou alto demais para a que a maioria das empresas americanas consiga repassar aos seus clientes. As duas maiores economias do mundo chegaram a um impasse. E os produtos chineses destinados aos lares americanos, agora, estão se acumulando nos pisos das fábricas. Os efeitos desta guerra comercial, provavelmente, serão sentidos nas cozinhas e nas salas de estar dos Estados Unidos, que, agora, precisarão comprar estes produtos a preços mais altos. A China mantém sua postura desafiadora e prometer levar esta guerra comercial "até o fim". E alguns dos expositores da feira adotaram o mesmo tom. Hy Vian procura comprar fogões elétricos para sua empresa e acredita que os efeitos das tarifas não são tão importantes assim. "Se não querem que nós exportemos, eles que esperem. Já temos um mercado doméstico na China e daremos os melhores produtos primeiro para os chineses." Lionel Xu e outros funcionários da Sorbo Technology estão preocupados com o que irá acontecer com a empresa se Donald Trump não suspender as tarifas impostas aos produtos chineses nos Estados Unidos Xiqing Wang/BBC ENTENDA: Tarifaço é novo desafio para o consumo interno da China, que patina há duas décadas A China, de fato, tem uma grande população de 1,4 bilhão de pessoas. E, teoricamente, trata-se de um forte mercado doméstico. Os legisladores chineses também tentaram estimular o crescimento da sua lenta economia, incentivando os consumidores a gastar. Mas a estratégia não está funcionando. Muitas das pessoas de classe média do país investiram suas economias comprando a residência da família e viram o preço dos imóveis desabar nos últimos quatro anos. Agora, eles querem economizar dinheiro e não gastar. A China pode estar em uma posição melhor para enfrentar esta tempestade do que outros países. Mas a realidade é que a economia do país ainda é voltada para a exportação. No ano passado, as exportações foram responsáveis por cerca da metade do crescimento econômico do país. A China também continua sendo a maior fábrica do mundo. O banco de investimentos americano Goldman Sachs calcula que cerca de 10 a 20 milhões de pessoas na China podem estar trabalhando com exportações destinadas apenas aos Estados Unidos. E alguns desses profissionais já estão sentindo as consequências. Os expositores da Feira de Cantão afirmam que suspenderam o envio de produtos para os Estados Unidos Xiqing Wang/BBC Não muito longe da Feira de Cantão, existem inúmeras oficinas em Guangdong que fabricam roupas, calçados e bolsas. Elas constituem o centro de fabricação de empresas como a Shein e a Temu. Cada edifício abriga diversas fábricas em vários andares. Seus funcionários trabalham 14 horas por dia. Em um pavimento perto das fábricas de sapatos, alguns trabalhadores se reúnem agachados para fumar e conversar. "As coisas não vão bem", diz um deles, que prefere não revelar seu nome. Seu amigo alerta para que ele pare de falar. Discutir dificuldades econômicas pode ser um tema sensível na China. "Tivemos problemas desde a pandemia de covid e, agora, vem esta guerra comercial", ele conta. "Eu costumava receber 300-400 yuans (US$ 40-54, cerca de R$ 236-318) por dia e, agora, com sorte, ganho 100 yuans (cerca de R$ 79) por dia. A reportagem da BBC visitou uma oficina em uma aldeia de Guangzhou, na China. Sua produção, antes orientada à exportação, agora é voltada para o mercado doméstico Xiqing Wang/BBC O trabalhador afirma que é difícil encontrar emprego no momento. Outros que fabricam calçados nas ruas também nos disseram que ganham apenas o suficiente para as necessidades básicas. Alguns na China se orgulham dos seus produtos, mas outros enfrentam as dificuldades causadas pelo aumento das tarifas de importação e imaginam como esta crise irá terminar. A China enfrenta a possibilidade de perder um parceiro comercial que compra mais de US$ 400 bilhões (cerca de R$ 2,36 trilhões) em produtos todos os anos. Mas as consequências também serão sentidas no outro lado do oceano. Economistas alertam que os Estados Unidos podem estar caminhando para a recessão. Além de todas as incertezas, está o presidente Trump, conhecido por seu comportamento temerário. Ele continua pressionando a China, mas Pequim se nega a recuar. A China declarou que não irá aumentar ainda mais a alíquota atual de 125% sobre os produtos importados dos Estados Unidos. Eles poderão retaliar de outras formas, mas esta decisão oferece aos dois lados um espaço para respirar, depois da semana que deu início a esta guerra comercial. Existe pouco contato público entre Washington e Pequim e nenhum dos lados parece disposto a comparecer à mesa de negociação no futuro próximo. E, enquanto isso, algumas das empresas participantes da Feira de Cantão usam o evento para encontrar novos mercados. Amy, por exemplo, espera que suas máquinas de produção de sorvete possam seguir para um novo destino. "Esperamos abrir o novo mercado europeu", destaca ela. "Talvez a Arábia Saudita. E, é claro, a Rússia." Outros acreditam que ainda seja possível ganhar dinheiro na China. Um deles é Mei Kunyan. Com 40 anos de idade, ele conta que ganha cerca de 10 mil yuans (cerca de R$ 7,9 mil) por mês na sua fábrica de calçados, que vende para o mercado chinês. Muitos fabricantes importantes de calçados se mudaram para o Vietnã, onde os custos trabalhistas são mais baixos. Mei também percebeu o mesmo que as empresas à sua volta estão descobrindo agora. Para ele, "os americanos são muito complicados." Veja Mais
Imposto de Renda: Receita divulga lote residual da restituição; veja como consultar
Ao todo, 279.500 contribuintes serão contemplados, no valor total de R$ 339,6 milhões. Imposto de Renda AGÊNCIA BRASIL A Receita Federal abre na próxima quarta-feira (23), às 10h, a consulta ao lote residual de restituições do Imposto de Renda do mês de abril de 2025. Ao todo, 279.500 contribuintes serão contemplados, no valor total de R$ 339,6 milhões. (veja abaixo como fazer a consulta) Do total, R$ 180,2 milhões referem-se ao quantitativo de contribuintes que têm prioridade no recebimento. Veja abaixo. 4.284 idosos acima de 80 anos 25.283 contribuintes entre 60 e 79 anos 3.820 contribuintes com alguma deficiência física ou mental ou moléstia grave 9.502 contribuintes cuja maior fonte de renda seja o magistério 204.798 contribuintes que receberam prioridade por utilizarem a declaração pré-preenchida ou optarem por receber a restituição via PIX; Outros 31.813 contribuintes que recebem a restituição neste lote não são prioritários. LEIA MAIS Veja passo a passo para fazer a declaração pré-preenchida Imposto de Renda 2025: veja mudanças e quem precisa declarar Imposto de Renda 2025: Receita começa a receber declarações pré-preenchidas Como fazer a consulta? Assim que a consulta estiver disponível, o contribuinte deve acessar a página da Receita na internet e clicar na opção "Meu Imposto de Renda". Em seguida, basta clicar em "Consultar a Restituição". A página oferece orientações e os canais de prestação do serviço, permitindo uma consulta simplificada ou completa da situação da declaração, por meio do extrato de processamento, acessado no e-CAC. Caso identifique alguma pendência na declaração, o contribuinte pode retificá-la, corrigindo as informações. A Receita Federal disponibiliza, também, aplicativo para tablets e smartphones que permite consultar diretamente nas bases da Receita Federal informações sobre liberação das restituições do IRPF e a situação cadastral de uma inscrição no CPF. dê play e entenda temas do momento Malha fina Ao realizar a consulta, o contribuinte também poderá saber se há alguma pendência em sua declaração que impeça o pagamento da restituição, ou seja, se ele caiu na chamada "malha fina". Para saber se está na malha fina, os contribuintes também podem acessar o "extrato" do Imposto de Renda no site da Receita Federal no chamado e-CAC (Centro Virtual de Atendimento). Ao fazer o login, selecione a opção “Meu Imposto de Renda (Extrato da DIRPF)”. Na aba “Processamento”, escolha o item “Pendências de Malha”. Lá, você poderá verificar se sua declaração está na malha fina e verificar qual o motivo pelo qual ela foi retida. Para acessar o extrato do IR, é necessário utilizar o código de acesso gerado na própria página da Receita Federal ou certificado digital emitido por autoridade habilitada. As restituições de declarações que apresentam inconsistência (em situação de malha) são liberadas apenas depois de corrigidas pelo cidadão, ou após o contribuinte apresentar comprovação de que sua declaração está correta. Prazo para resgate Segundo a Receita Federal, o pagamento das restituições serão feito apenas em conta bancária de titularidade do contribuinte, para evitar erro nos dados bancários informados ou algum problema na conta destino. Para não haver prejuízo ao contribuinte, a Receita ainda oferece o serviço de reagendamento disponibilizado pelo agente financeiro Banco do Brasil pelo prazo de um ano da primeira tentativa de crédito. Assim, o contribuinte poderá corrigir os dados bancários para uma conta de sua titularidade. Neste caso, o cidadão poderá reagendar o crédito dos valores de forma simples e rápida pelo Portal Banco do Brasil pelos seguintes meios: Site, acessando https://www.bb.com.br/irpf Ligando para a Central de Relacionamento BB por meio dos telefones 4004-0001 (capitais), 0800-729-0001 (demais localidades) e 0800-729-0088 (telefone especial exclusivo para deficientes auditivos). Ao utilizar esse serviço o contribuinte deve informar o valor da restituição e o número do recibo da declaração. Após isso, deve-se aguardar nova tentativa de crédito. Caso o contribuinte não resgate o valor de sua restituição no prazo de um ano, deverá requerê-lo pelo Portal e-CAC, disponível no site da Receita Federal, acessando o menu Declarações e Demonstrativos > Meu Imposto de Renda e clicando em "Solicitar restituição não resgatada na rede bancária". Quem é obrigado a declarar o Imposto de Renda quem recebeu rendimentos tributáveis acima de R$ 33.888,00 em 2024. O valor é um pouco maior do que o da declaração do IR do ano passado (R$ 30.639,90) por conta da ampliação da faixa de isenção; contribuintes que receberam rendimentos isentos, não-tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte, cuja soma tenha sido superior a R$ 200 mil no ano passado; quem obteve, em qualquer mês de 2024, ganho de capital na alienação de bens ou direitos, sujeito à incidência do imposto, ou realizou operações em bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas cuja soma foi superior a R$ 40 mil, ou com apuração de ganhos líquidos sujeitas à incidência do imposto; quem teve isenção de imposto sobre o ganho de capital na venda de imóveis residenciais, seguido de aquisição de outro imóvel residencial no prazo de 180 dias; quem teve, em 2024, receita bruta em valor superior a R$ 169.440,00 em atividade rural; quem tinha, até 31 de dezembro de 2024, a posse ou a propriedade de bens ou direitos, inclusive terra nua, de valor total superior a R$ 800 mil; quem passou para a condição de residente no Brasil em qualquer mês e se encontrava nessa condição até 31 de dezembro de 2024; quem optou por declarar os bens, direitos e obrigações detidos por entidade controlada no exterior (ou seja, uma empresa ou organização no exterior que é controlada direta ou indiretamente por uma pessoa física ou jurídica residente no Brasil), como se fossem detidos diretamente pela pessoa física; quem possui a titularidade de trust e demais contratos regidos por lei estrangeira com características similares; quem atualizou bens imóveis pagando ganho de capital diferenciado (forma específica de tributação sobre o lucro obtido na venda de vens ou direitos) em dezembro/2024; quem auferiu rendimentos no exterior de aplicações financeiras e de lucros e dividendos; quem deseja atualizar bens no exterior. 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Governo publica MP que libera R$ 27,4 milhões para reforço da segurança do STF
Recursos foram solicitados após o atentado com explosivos contra a Corte em novembro de 2024. Dinheiro será utilizado na nomeação de 40 policiais e na compra de equipamentos. Fachada do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, com estátua da Justiça em destaque. Divulgação/STF O governo publicou nesta quinta-feira (17) uma medida provisória que libera R$ 27,4 milhões para reforço da segurança na sede do Supremo Tribunal Federal (STF). Os recursos foram solicitados pelo presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, após o atentado com explosivos na frente do prédio do Supremo em novembro de 2024, no qual o autor dos ataques, Francisco Wanderley, morreu (relembre no vídeo abaixo). Por se tratar de uma medida provisória, o montante já é liberado com a publicação da MP no "Diário Oficial da União", o que aconteceu nesta quinta. O Congresso ainda vai analisar e a avalizar a operação. Vídeo mostra ação de homem em frente ao STF De acordo com o pedido do STF, o dinheiro será utilizado para: nomeação de 40 agentes para a Polícia Judicial, que faz a segurança no STF (R$ 7 milhões) equipamentos antidrone (R$ 12 milhões) um drone autônomo (R$ 150 mil) duas câmeras termais (R$ 120 mil) 10 pinos hidráulicos para estabelecimento de um perímetro de segurança (R$ 1,2 milhão) três guaritas (R$ 30 mil) um espectrômetro de massa (R$ 95 mil) 60 mil munições de treino (R$ 360 mil) 19 conjuntos de aparelhos de raio-X e de detecção de metais (R$ 5,7 milhões) licença de um software de segurança (R$ 221,8 mil) 70 rádios comunicadores (R$ 425 mil) 75 coldres e porta carregadores (R$ 56 mil) "Com base em critério técnicos, a Secretaria de Segurança concluiu pela necessidade de reforço do efetivo de policiais judiciais e de aquisição de equipamentos para mitigar os riscos à segurança do STF [após o atentado com explosivos de 13 de novembro de 2024]", diz a solicitação do STF Os 40 novos agentes serão solicitados do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, que tem sede em Brasília (DF), e recentemente realizou concurso público para a área de segurança. Os R$ 7 milhões serão utilizados custear a despesa com os novos agentes neste ano. Nos próximos anos, esses gastos serão incorporados ao orçamento do Judiciário. "A nomeação de novos agentes de polícia judicial é indispensável para que seja possível planejar a retirada das cercas, retornar a visitação pública, dar maiores celeridade e eficiência ao controle de acesso e reforçar a segurança das autoridades", afirma o pedido assinado por Luís Roberto Barroso. Veja Mais
Censo 2022: 16% dos brasileiros vivem em ruas sem calçadas e só 15% têm acesso a rampas para cadeirantes
População vive em ruas pavimentadas e iluminadas, com calçadas, mas sem rampas e ciclovias, mostra levantamento do IBGE divulgado nesta quinta-feira (17). Rua sem calçada em Marília, no interior de SP. Reprodução/Ministério Público O Brasil tem 16% da população — o equivalente a 27 milhões de pessoas — vivendo em ruas sem calçadas, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em comparação com 2010, entretanto, houve avanço na presença de calçadas nas ruas. Em 2022, 146,4 milhões de brasileiros (84%) viviam em vias com calçadas, contra 102 milhões (66%) registrados em 2010. Saiba mais: INFOGRÁFICO: A rua do brasileiro 33,7% dos brasileiros vivem em vias sem nenhuma árvore, aponta IBGE Censo 2022: mais da metade das cidades não tem nenhuma via para bicicletas, diz IBGE As informações são da pesquisa Características Urbanísticas do Entorno dos Domicílios, realizada com base no Censo Demográfico de 2022. O levantamento avalia as condições das vias onde vive a população brasileira. O IBGE analisou 63.104.296 domicílios (66% do total), localizados em setores urbanos ou em setores rurais com características urbanas. Ao todo, foram consideradas as áreas onde moram 174.162.485 brasileiros — o equivalente a 86% da população. Foram analisadas condições de infraestrutura urbana, como iluminação, pavimentação, transporte, calçadas, acessibilidade e sinalização. Cinco dos dez estados com maiores percentuais de vias com calçadas estão na Região Nordeste: Sergipe (90%), Rio Grande do Norte (87%), Alagoas (85,6%), Paraíba (85%) e Ceará (85%). O estado com menor índice de calçadas é o Amapá, com 57%. O Distrito Federal foi o com maior índice; 93%. Entre os municípios, apenas 253 têm menos de 40% da população residindo em vias com calçadas ou passeios, representando 4,5% do total de municípios do país. Em Afuá (PA), por exemplo, apenas 0,9% da população vive em ruas com calçada. Segundo Maikon Roberth de Noves, pesquisador do IBGE, a cidade tem uma configuração urbana diferenciada, formada por pontes e passarelas. “O município não tem necessidade de calçadas, porque não há veículos motorizados. Todo o transporte é feito por bicicletas e pedestres”, explica. Já em cidades do interior de São Paulo, como Buritizal, São Francisco e Dolcinópolis, o índice chega a 100%. Segundo o instituto, a presença de calçadas é importante para garantir mais segurança e conforto aos pedestres, contribuir para um espaço urbano mais inclusivo e acessível, favorecendo modos de transporte sustentáveis e melhorando a saúde e a qualidade de vida da população. Rampas para cadeirantes ainda são exceção Calçada com rampa para cadeirantes na Av André Araújo em Manaus Google Maps As rampas de acesso para cadeirantes ainda estão longe de ser uma realidade nas vias públicas do país. Segundo dados do Censo 2022, apenas 15% da população pesquisada (26,5 milhões de pessoas) vivem em ruas com acesso para cadeirantes. Em 2010, esse número era ainda menor: 6 milhões de pessoas, o que correspondia a 4%. Isso significa que 119,9 milhões de pessoas (68,8%) moram em vias sem rampa. Em 1.864 municípios (33% do total), menos de 5% da população vive em ruas com rampas. Já em 157 municípios (3%), não há qualquer morador em vias com esse tipo de estrutura. Entre as cidades com melhor acessibilidade estão Maringá, Toledo e Cascavel, todas cidades localizadas no Paraná. Essas estruturas são essenciais para garantir acessibilidade e mobilidade urbana segura, conforme determina a Lei nº 10.098, conhecida como Lei da Acessibilidade. A legislação estabelece que o planejamento e a urbanização das vias públicas devem ser feitas para atender a todas as pessoas, inclusive aquelas com deficiência ou mobilidade reduzida. Só 19% vivem em ruas com calçadas sem obstáculos Mesmo com o avanço no número de brasileiros que vivem em ruas com calçadas, a qualidade desses espaços ainda é um desafio. Segundo dados do Censo 2022, apenas 18,8% da população que vive em áreas com calçadas reside em vias livres de obstáculos. Em todo o país, apenas 238 municípios apresentaram mais da metade da população morando em ruas com calçadas livres. É o caso, por exemplo, de Santos (65%), Araçatuba (57%) e Ribeirão Preto (51,4%), todos no estado de São Paulo. Os piores índices estão nos estados do Piauí (6%), Maranhão (5%) e Acre (6%). Já o estado com melhor desempenho é o Rio Grande do Sul, onde 28,7% da população vive em vias com calçadas sem barreiras. De acordo com o IBGE, a presença de obstáculos pode representar um risco à circulação de pedestres, especialmente para idosos, pessoas com deficiência, gestantes e crianças, comprometendo a acessibilidade e aumentando as chances de acidentes. A pesquisa considerou como obstáculos os elementos permanentes que restringem a passagem em menos de 80 cm, como vegetação, mobiliário urbano, buracos, desníveis, calçadas quebradas e entradas irregulares para estacionamento. A análise foi feita apenas em ruas com calçadas ou passeios. É a primeira vez que o IBGE coleta informações sobre a qualidade das calçadas no país. Veja Mais
Chocolate x 'produto sabor chocolate': saiba identificar as diferenças
No Brasil, legislação exige que um produto tenha no mínimo 25% de cacau para que seja chamado de chocolate. No cenário atual de alta nos preços do cacau, a indústria tem apresentado ao mercado alternativas mais baratas: produtos que não cumprem as especificações mínimas para serem chamados de chocolate e se apresentam como “sabor chocolate”. No Brasil, a legislação exige que um produto tenha no mínimo 25% de cacau para que seja chamado de chocolate – em contraste, "produto sabor chocolate" tende a ter uma quantidade muito menor desse ingrediente essencial. A engenheira de alimentos Luciana Monteiro explica que para se assegurar de que o produto escolhido é de fato chocolate é preciso conferir a descrição da embalagem. Ela detalha como proceder em entrevista ao podcast O Assunto desta quinta-feira (17). Luciana recomenda também a leitura atenta da lista de ingrediente: por lei, eles são listados em ordem decrescente de quantidade. Se o açúcar figurar como o primeiro ingrediente da lista, isso indica que o produto contém uma proporção maior de açúcar do que de cacau, sendo um sinal de alerta sobre a qualidade. Ouça a íntegra do episódio aqui. Trump: o risco para a Saúde nos EUA O que você precisa saber: Preço do cacau dispara 190% em 2 anos e vai mexer com a sua Páscoa; entenda como Como a crise global do cacau fez os preços do chocolate disparar Com maior alta do chocolate em 13 anos, vendas devem cair na Páscoa em 2025, estima confederação O podcast O Assunto é produzido por: Mônica Mariotti, Amanda Polato, Sarah Resende, Gabriel de Campos, Luiz Felipe Silva e Thiago Kaczuroski. Apresentação: Natuza Nery. Nesta semana na apresentação: Alan Severiano. A Cacau no pé Rafael Leal / g1 Veja Mais
Caviar no cachorro-quente: mais barato, ingrediente chega a pratos ‘populares’ nos EUA
Restaurantes fazem receitas criativas com a iguaria que é símbolo das comidas refinadas. Crescimento da produção nos últimos dez anos resultou em queda de preço do produto, ampliando a oferta no mercado norte-americano. Cachorro-quente com caviar vendido no restaurante The Modern, de Nova York Divulgação O caviar está mais barato nos últimos anos e se tornou um ingrediente comum em pratos mais “populares” nos restaurantes de luxo nos Estados Unidos. As ovas do peixe esturjão, símbolo de comidas refinadas (e caras), são a estrela do ‘caviar hot dog’, servido no bar do restaurante The Modern, em Nova York. O quitute, que leva duas pequenas salsichas cobertas com caviar em um minipão, custa US$ 39. Também de Nova York, o Coqodaq, especializado em frango frito, usa a iguaria em um de seus ‘golden nuggets’ (“nuggets de ouro”). A unidade sai por US$ 28. Nuggets de frango com caviar do restaurante de Nova York Coqodaq Divulgação Esses não são casos isolados, segundo relata a agência Bloomberg. O caviar também aparece, por exemplo, em uma salada com ovos encontrada a US$ 73 na cidade de San Francisco, de acordo com a agência. No tailandês Bangkok Supper Club, que também fica em Nova York, o caviar cobre a tortinha recheada de caranguejo, vendida por US$ 22. Veja Mais
Ações da Nvidia caem mais de 6% após Trump restringir exportação de chips para a China
Na segunda (14), a fabricante de chips disse que estava planejando construir servidores de IA avaliados em até US$ 500 bilhões nos EUA, em sintonia com o impulso do governo Trump para a fabricação local. Nvidia e Trump g1 As ações da Nvidia abriram em queda de mais de 6% na manhã desta quarta-feira (16), impactadas pela decisão do governo dos Estados Unidos de limitar as exportações do chip H20 de inteligência artificial da empresa para a China. O índice Nasdaq, o principal da bolsa de valores americana que reúne empresas de tecnologia, caía 1,98% por volta das 10h50. Os chips de IA da Nvidia têm sido um foco importante dos controles de exportação dos EUA, já que as autoridades americanas têm se mobilizado para impedir que os chips mais avançados sejam vendidos para a China, enquanto os EUA tentam se manter à frente na corrida da IA. Após a implementação desses controles, a Nvidia começou a projetar chips que se aproximassem o máximo possível dos limites americanos. Depois do anúncio da restrição, na terça-feira, a Nvidia informou que cobrará US$ 5,5 bilhões em taxas para conter o prejuízo. A restrição dos EUA também atingiu um processador da fabricante Advanced Micro Devices e marcou o golpe mais recente para o comércio de chips de IA, que está perdendo força em meio ao tarifaço, após uma alta de dois anos. Para a Nvidia, o H20 é o chip mais avançado disponível para venda na China e é fundamental para seus esforços de manter o engajamento com a crescente indústria de IA do país. Empresas chinesas como a Tencent, a Alibaba e a ByteDance, controladora do TikTok, vinham aumentando os pedidos nos últimos meses, segundo a Reuters. A notícia surge depois que a Nvidia disse na segunda-feira (14) que estava planejando construir servidores de IA avaliados em até US$ 500 bilhões nos EUA nos próximos quatro anos, em sintonia com o impulso do governo Trump para a fabricação local. Trump isentou, por enquanto, semicondutores e alguns outros produtos eletrônicos de suas tarifas, mas alertou que taxas específicas para cada setor serão anunciadas nas próximas semanas. Essas tarifas podem custar aos fabricantes de equipamentos semicondutores dos EUA mais de US$ 1 bilhão por ano, informou a Reuters na terça-feira. Esta reportagem está em atualização. Veja Mais
Casa Branca divulga documento com tarifa de 245% para produtos chineses, sem aviso prévio
Primeira versão de documento não explicava como os EUA chegaram ao cálculo, mas foi atualizado para esclarecer que a taxa será aplicada sobre específicos. China e EUA Associated Press O site oficial da Casa Branca, dos Estados Unidos, afirmou, nesta terça-feira (15), que a China agora encara tarifas de até 245% como resultado das "ações retaliatórias" do país asiático. A informação consta em um documento divulgado pelo governo americano, mas não explica como os EUA chegaram ao cálculo dessa taxa que será aplicada sobre os produtos chineses. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Lin Jian, respondeu ao questionamento de jornalistas locais sobre as tarifas de 245% afirmando que "podem perguntar ao lado americano o valor específico das tarifas" e que a China deve manter sua posição, segundo o jornal estatal chinês Global Times. No documento, a Casa Branca detalha as principais decisões da política econômica e comercial do presidente Donald Trump e classifica as tarifas como uma forma de "nivelar o campo de atuação e proteger a segurança nacional dos EUA". Em 2 de abril, no que Trump chamou de "Liberation Day" (ou "Dia da Libertação"), o governo americano impôs uma tarifa de 10% sobre mais de 180 países, além de individualizar tarifas recíprocas para os países com os quais os EUA têm os maiores déficits comerciais. As taxas chegaram a até 50%. Desde então, segundo a Casa Branca, mais de 75 países já procuraram os EUA para discutir novos acordos comerciais e reduzir as tarifas. Para dar mais tempo para as negociações andarem, Trump anunciou uma "pausa" nas tarifas recíprocas individualizadas em 9 de abril, mantendo apenas as taxas de 10% sobre todos os países por 90 dias. A exceção foi a China, que não procurou os EUA para negociar e retaliou, aumentando também as alíquotas das tarifas cobradas sobre as importações americanas. China proíbe entrega de jatos da Boing em reação ao tarifaço de Trump Entenda a guerra tarifária entre China e EUA A guerra tarifária entre as duas maiores economias do mundo se intensificou na semana passada, após o anúncio das tarifas recíprocas prometidas pelo presidente americano, Donald Trump. No dia 2 de abril, Trump detalhou a tabela das tarifas, que vão de 10% a 50% e serão cobradas, a partir desta quarta, sobre mais de 180 países. A China foi um dos países que foi tarifado — e com uma das maiores taxas, de 34%. Essa taxa se somou aos 20% que já eram cobrados em tarifas sobre os produtos chineses anteriormente. Como resposta ao tarifaço, o governo chinês impôs, na sexta (4), tarifas extras de também 34% sobre todas as importações americanas. Os EUA decidiram retaliar a resposta, e Trump deu um prazo para a China: ou o país asiático retirava as tarifas até as 13h (horário de Brasília) de terça-feira (8) ou seria taxado em mais 50 pontos percentuais, levando o total das tarifas a 104%. A China não recuou e ainda afirmou que estava preparada para "revidar até o fim". Cumprindo a promessa de Trump, a Casa Branca confirmou a elevação em mais 50% das tarifas sobre os produtos chineses. O presidente americano disse, porém, que acreditava que a China chegaria a um acordo com os EUA para evitar mais tarifas. A resposta chinesa veio na manhã de quarta-feira (9): o governo elevou as tarifas sobre os EUA de 34% para 84%, acompanhando o mesmo percentual de alta dos EUA. No mesmo dia, Trump anunciou que daria uma "pausa" no tarifaço contra os mais de 180 países que foram taxados com tarifas que variam de 10% a 50%. Essa pausa é, na verdade, uma redução de todas as tarifas para 10% por um prazo de 90 dias. Tarifas específicas já em vigor, como as de 25% sobre aço e alumínio, não são afetadas pela medida — e continuam valendo. A exceção, porém, foi a China. Trump anunciou mais uma vez a elevação de tarifas sobre os produtos chineses, para 125%. Na quinta (10), a Casa Branca explicou que as taxas de 125% foram somadas a outra tarifa de 20% já aplicada anteriormente sobre a China, resultando numa tarifa total de 145%. Como resposta, nesta sexta-feira (11) os chineses elevaram as tarifas sobre os americanos para 125%. Nesta terça, os EUA voltaram a afirmar que estão dispostos a negociar os acordos comerciais com a China, mas que essa possibilidade está na palma da mão dos chineses. "O presidente deixou bem claro que está disposto a fazer um acordo com a China, mas a China também precisa querer fazer um acordo com os EUA", afirmou Katherine Leavitt, secretária de imprensa da Casa Branca. Veja Mais
Minha Casa, Minha Vida: veja como ficam as regras do programa com nova 'Faixa 4' para a classe média
Governo expandiu programa habitacional para familias com renda até R$ 12 mil mensais. Nova linha, com taxa menor que a do mercado, deve estar disponível em maio. Prédios em construção na cidade de São Paulo Luiz Franco/g1 O governo federal anunciou neste mês novas regras para o programa Minha Casa, Minha Vida. O novo modelo inclui a ampliação do financiamento habitacional para famílias com renda de até R$ 12 mil. Essas famílias vão compor a chamada "Faixa 4" do programa e, segundo o governo, terão acesso a juros menores que os praticados atualmente no mercado. A nova faixa deve começar a valer na primeira quinzena de maio – a data exata ainda não foi informada. As regras foram aprovadas nesta terça-feira (15) pelo Conselho Curador do FGTS. O que muda e quem tem direito? Entenda Ampliação viabiliza 100 mil novas moradias e prestações menores; entenda Governo amplia 'Minha Casa, Minha Vida' para famílias com renda até R$ 12 mil Faixa 4 A nova faixa do Minha Casa, Minha Vida será voltada para famílias que têm renda mensal entre R$ 8,6 mil e R$ 12 mil. Essas famílias poderão financiar imóveis que tenham um valor total de até R$ 500 mil. Entre as condições já anunciadas, estão: financiamento de até 420 meses (35 anos) taxa de juros de 10% ao ano, abaixo das taxas atuais de mercado (acima de 11,5% ao ano) sem subsídio do governo – ou seja, a família paga o valor integral do imóvel Veja Mais
Javier Milei dá a entender que Brasil deveria agradecer a ele por governo Trump ter taxado produtos do país em 'apenas' 10%
Segundo presidente da Argentina, graças à sua boa relação com o republicano, o Brasil e outros países do Mercosul foram menos impactados pelo tarifaço dos EUA. Em entrevista a podcast, mandatário também elogiou o argentino Ramón Díaz, técnico do Corinthians. Javier Milei, presidente da Argentina EPA-EFE/REX/Shutterstock O presidente da Argentina, Javier Milei, deu a entender que o Brasil deveria agradecer à Argentina por ter sido taxado em 10% pelos EUA no início do mês. A declaração foi feita a um podcast na segunda-feira (14). No dia 2 de abril, o predisente americano, Donald Trump, anunciou uma tarifa de 10% para produtos importados do Brasil — a menor alíquota do tarifaço imposto por Washington a diversos países no mundo. No podcast "La Cosa en Sí", Milei foi entrevistado pelo apresentador Alejandro Fantino. Em certo momento, Fantino trouxe à tona uma conversa na qual foi questionado sobre por que tanto o Brasil e a Argentina foram taxados em 10%, embora Milei seja aliado de primeira hora de Trump, enquanto o governo Lula, no Brasil, tem uma relação mais distante com a atual gestão dos EUA. "Eu disse a eles: Pessoal, se o Brasil ficar doente, nós ficaremos doentes. Então, em algum momento, o Brasil deveria, não sei se deveriam agradecer...", disse Fantino. "É verdade", concordou Milei. Segundo Milei, não fosse sua relação com a Casa Branca, a Argentina deveria ter recebido uma tarifa de 35% "mais as penalidades" pelo déficit comercial americano com Buenos Aires. O presidente argentino argumentou que o impacto das tarifas nos outros países do Mercosul penalizaria indiretamente a Argentina, e por isso todos os países do bloco foram taxados em 10%. "Isso gerava um desvio de comércio, estenderam para o Mercosul e quando viram o quanto pesava o Mercosul dentro da América do Sul, [disseram] 'vamos colocar tudo em 10 [porcento]'", explicou o presidente argentino, sem dar mais detalhes. "Ou seja, se impusessem uma taxa de 35% ao Brasil, poderiam adoecer ou machucar a nós [na economia]", afirmou o apresentador. "Óbvio", respondeu Milei. A entrevista ao podcast, realizada na noite de segunda-feira e transmitica ao vivo, durou mais de quatro horas e meia. De acordo com o jornal "La Nación", Fantino e Milei são amigos pessoais. Fantino é uma personalidade de TV e atuava principalmente como locutor esportivo, tendo narrado jogos da Copa do Mundo de 2014, no Brasil, para uma rádio de seu país. A conversa com Milei também abarcou outros assuntos, inclusive o técnico do Corinthians, Ramón Díaz. "Ramón Díaz é um gênio. Estou esperando ir para o Brasil para vê-lo. Entende o folclore do futebol como ninguém", destacou Milei. VEJA TAMBÉM PIB da Argentina tem queda de 1,7% em 2024, primeiro ano de Javier Milei Veja Mais
Conselho do FGTS aprova ampliação do Minha Casa, Minha Vida para classe média
'Faixa 4' do programa habitacional terá teto de renda familiar de R$ 12 mil. Expectativa é de que nova linha, com taxa menor que a do mercado, esteja disponível em maio. Prédios em construção na cidade de São Paulo Luiz Franco/g1 O Conselho Curador do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) aprovou nesta terça-feira (15) a ampliação do programa Minha Casa, Minha Vida para a classe média. O governo vai criar a "Faixa 4" do programa, com um novo teto de renda familiar, de R$ 12 mil. A expectativa é que a nova cobertura esteja disponível em maio. O que muda e quem tem direito? Entenda Veja Mais
Governo libera, novamente, a atuação da Pixbet, patrocinadora do Flamengo
Casa de apostas havia sido suspensa na última sexta-feira (11). O governo federal voltou a autorizar a atuação em território nacional da Pixbet, empresa de apostas esportivas patrocinadora do Flamengo. A liberação foi publicada na edição desta terça-feira (15) do Diário Oficial da União. A Pixbet Soluções Tecnológicas Ltda é dona das marcas Pixbet, Bet da Sorte e Flabet — esta última é a patrocinadora master do time de futebol carioca. Ela teve autorização do governo federal para atuar no Brasil no começo do ano. Na última sexta-feira (11), a Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda havia suspendido temporariamente a autorização da Pixbet e de outras três casas de apostas: a Caixa Loterias S.A. (BetCaixa, MegaBet e XBet Caixa), a 7MBR Ltda. (CBet) e a TQJ-PAR Participações Societárias S.A. (Baú Bingo, Tele Sena Bet e Bet do Milhão). Segundo a pasta, as empresas não cumpriram algumas exigências legais, como o envio de certificados obrigatórios atuarem no país. De acordo com o Ministério da Fazenda, a empresa tinha até quinta-feira (10) para enviar os documentos pendentes e converter a autorização provisória em definitiva. No entanto, o envio foi feito apenas na noite de sexta-feira (11), quando a portaria de suspensão já havia sido publicada no Diário Oficial da União. Leia mais: Vício em 'bets' e jogos de aposta online afetam famílias, mercado de trabalho e economia Governo obriga bancos a denunciar contas suspeitas Bets ilegais: governo obriga bancos a denunciar contas suspeitas Veja Mais
Autoridade chinesa em Hong Kong chama americanos de 'camponeses' em discurso na TV
Funcionário responsável pelos assuntos de Hong Kong disse que as tarifas dos EUA vão acabar com a vida do país. O Vice-presidente dos EUA já havia chamado os chineses de camponeses, o que gerou críticas em Pequim. Um funcionário do alto escalão do governo chinês em Hong Kong chamou os americanos de camponeses em um discurso televisionado nesta terça-feira (15). A informação é da agência de notícias Reuters. "Que aqueles camponeses dos eua lamentem diante dos 5.000 anos de civilização chinesa", afirmou. Xia Baolongo, que tem o cargo de diretor dos assuntos de Hong Kong e Macau, ainda disse que o tarifaço vai "tirar a vida de Hong Kong". "Tarifa de 145% sobre Hong Kong é brutalmente irracional e extremamente vergonhosa", continuou. O vice-presidente dos EUA, JD Vance, já havia se referido ao governo chinês como "camponeses" durante uma entrevista à rede de TV norte-americana Fox News. O termo irritou Pequim, que reagiu e chamou a fala de "ignorante e desrespeitosa". "Nós pegamos dinheiro emprestado de camponeses chineses para comprar as coisas que esses camponeses chineses fabricam", declarou Vance. Em reação, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, chamou a atitude de Vance de "surpreendente e triste". "A posição da China sobre as relações comerciais entre China e Estados Unidos foi deixada muito clara. É surpreendente e triste ouvir comentários tão ignorantes e desrespeitosos deste vice-presidente", disse Lin Jian , durante o briefing diário de notícias. LEIA MAIS EUA x China, lance a lance: a escalada de tarifas que mudou a economia global em poucos dias China e EUA Associated Press Entenda a guerra tarifária China pede que EUA 'eliminem completamente' tarifas recíprocas e corrijam seus 'erros' A guerra tarifária entre as duas maiores economias do mundo se intensificou na semana passada, após o anúncio das tarifas recíprocas prometidas pelo presidente americano, Donald Trump. Na quarta-feira passada (2), Trump detalhou a tabela das tarifas, que vão de 10% a 50% e serão cobradas, a partir desta quarta, sobre mais de 180 países. A China foi um dos países que foi tarifado — e com uma das maiores taxas, de 34%. Essa taxa se somou aos 20% que já eram cobrados em tarifas sobre os produtos chineses anteriormente. Como resposta ao "tarifaço", o governo chinês impôs, na sexta passada (4), tarifas extras de também 34% sobre todas as importações americanas. Os EUA decidiram retaliar a retaliação e Trump deu um prazo para a China: ou o país asiático retirava as tarifas até as 13h (horário de Brasília) desta quarta-feira (8) ou seria taxado em mais 50%, levando o total das tarifas a 104%. A China não recuou e ainda afirmou, na quarta, que estava preparada para "revidar até o fim". Cumprindo a promessa de Trump, a Casa Branca confirmou a elevação em mais 50% das tarifas sobre os produtos chineses na tarde de quarta. O presidente americano disse, porém, que acreditava que a China chegaria a um acordo com os EUA para evitar mais tarifas. A resposta chinesa veio em partes desde o início da madrugada desta quinta. Primeiro, o país asiático divulgou um documento sobre as suas relações comerciais e econômicas com os EUA, reiterando que vai seguir com as retaliações. Um porta-voz do Ministério das Relações Internacionais da China disse que o país está disposto a negociar para evitar a intensificação da guerra tarifária, mas afirmou que "se os EUA realmente quiserem resolver o problema por meio do diálogo e da negociação, devem adotar uma postura de igualdade, respeito e benefício mútuo". "Os Estados Unidos continuam abusando das tarifas para pressionar a China. A China se opõe firmemente a isso e jamais aceitará esse tipo de intimidação", afirmou. Mais tarde, a China expressou à Organização Mundial do Comércio (OMC) que tem "profunda preocupação" com a situação com os EUA e que a decisão americana de impor tarifas recíprocas a Pequim ameaça desestabilizar ainda mais o comércio global. "A situação se agravou perigosamente. ...Como um dos membros afetados, a China expressa profunda preocupação e firme oposição a essa medida imprudente", afirmou a China em um comunicado à OMC, que a agência de notícia Reuters teve acesso. Logo depois, o governo chinês anunciou o aumento das tarifas cobradas sobre os EUA. Neste domingo (13), a China havia pedido que os EUA eliminassem completamente suas tarifas recíprocas. Em um comunicado oficial, o Ministério do Comércio chinês comentou a decisão anunciada pelo governo Donald Trump na sexta (11), de isentar celulares, computadores e outros produtos eletrônicos das tarifas. Afirmou que foi um "pequeno passo" e que a China estava "avaliando o impacto" dela. "Instamos os Estados Unidos (...) a tomarem medidas importantes para corrigir seus erros, eliminar completamente a prática errônea de tarifas recíprocas e voltar ao caminho certo do respeito mútuo", disse o porta-voz do ministério no texto. As isenções beneficiarão empresas de tecnologia dos EUA, como Nvidia e Dell, assim como a Apple, que fabrica iPhones e outros produtos de ponta na China. A maioria dos produtos chineses ainda enfrenta uma tarifa geral de 145% para entrar nos Estados Unidos. Veja Mais
Voepass anuncia demissões um mês após suspensão total de voos pela Anac
Operação da companhia aérea foi suspensa em março após Agência Nacional de Aviação Civil identificar irregularidades. Número de desligamentos não foi informado. Aeroporto Leite Lopes em Ribeirão Preto, SP Érico Andrade/g1 A Voepass Linhas Aéreas anunciou nesta segunda-feira (14) a demissão de parte da equipe, incluindo tripulação, aeroportuários e pessoas de áreas de apoio. Os desligamentos foram comunicados oficialmente pelo presidente José Luiz Felício Filho em uma carta. O número de desligamentos não foi informado pela empresa. Felício Filho atribui a decisão à suspensão total dos 16 voos pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) em março deste ano (leia a íntegra do comunicado ao final da matéria). A situação da companhia vem se agravando desde agosto de 2024, quando a queda de uma aeronave matou todas as 62 pessoas à bordo em Vinhedo (SP). “Este é um reflexo do impacto dos acontecimentos recentes sobre nossa empresa. Como todos sabem, a suspensão temporária de nossas operações afetou profundamente nossa capacidade financeira, que já vinha fragilizada em decorrência da redução da nossa malha aérea após o acidente de agosto do ano passado”, afirma o presidente. Faça parte do canal do g1 Ribeirão e Franca no WhatsApp Procurada pelo g1, a Voepass informou que a suspensão da operação provocou um impacto direto no caixa da companhia, que já estava em processo de reestruturação financeira. "A companhia ressalta que, mesmo diante de todos os desafios que vem enfrentando, sempre teve como objetivo preservar o máximo de empregos possíveis e manter a sua sustentabilidade no longo prazo; e com isso manter seu compromisso de conectar o interior do Brasil aos grandes polos." A empresa também informou ao g1 que está tratando dos desligamentos diretamente com os sindicatos. Sobre a retomada da operação, a companhia disse que está adotando todas as medidas necessárias para demonstrar sua capacidade operacional e restabelecer o Certificado de Operador Aéreo (COA) pela Anac. De acordo com a Voepass, a malha da companhia encontra-se sob revisão e análise frequentes, que consequentemente tem impacto direto na quantidade de pessoas que emprega. Na última sexta-feira (4), quando a suspensão completou um mês, a agência disse ao g1 que analisa informações iniciais enviadas pela Voepass. De acordo com a Anac, a retomada das operações só será autorizada quando todas as falhas estiverem sanadas. Auditoria da ANAC aponta falta de segurança nas atividades da Voepass Operações suspensas e crise agravada A decisão da Anac de suspender as operações da Voepass ocorreu em virtude de uma operação para fiscalizar as instalações da companhia. Segundo o órgão, a empresa, que recentemente anunciou uma reestruturação financeira, não conseguiu "solucionar irregularidades identificadas". Essa auditoria foi iniciada depois do desastre aéreo em Vinhedo. Ainda em março, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) suspendeu, em caráter liminar, a decisão que obriga a Latam a pagar R$ 34,7 milhões à companhia. O valor é referente ao contrato do sistema codeshare, que consiste na venda de passagens áreas pela Latam para voos operados pela Voepass. Em fevereiro deste ano, a Justiça de Ribeirão Preto (SP) havia dado prazo de cinco dias à Latam para depositar em juízo o valor, que, segundo a Voepass, estava atrasado. A Voepass Linhas Aéreas informou que o pagamento da dívida referente ao contrato de parceria operacional com a Latam foi solicitado no âmbito da tutela preparatória impetrada pela companhia e deferida pela Justiça em fevereiro. Ainda segundo a Voepass, neste momento, a discussão sobre esse valor encontra-se em processo de arbitragem, que é quando as partes discutem uma solução por meio de um acordo. Veja a íntegra do comunicado enviado aos funcionários: "Olá a todos, Venho por meio desta carta compartilhar com vocês uma decisão difícil e dolorosa. Em função da nova realidade, estamos realizando o desligamento de uma parte significativa da nossa equipe, incluindo tripulação, aeroportuários e pessoas de áreas de apoio. Este é um reflexo do impacto dos acontecimentos recentes sobre nossa empresa. Como todos sabem, a suspensão temporária de nossas operações afetou profundamente nossa capacidade financeira, que já vinha fragilizada em decorrência da redução da nossa malha aérea após o acidente de agosto do ano passado. Assim como outras organizações, fomos forçados a aceitar que precisamos dar alguns passos para trás para garantir a continuidade da nossa missão. Esta decisão foi tomada de forma responsável. Por isso, consideramos todos os cenários possíveis para minimizar os impactos. Gostaria de reforçar para todos vocês, que também dedicam aos para esse mercado tão complexo e com poucas empresas com resiliência suficiente para enfrentar, o quanto sou inspirado por cada um de vocês. Mesmo enfrentando adversidades, vocês demonstraram resiliência, compaixão e dedicação. Sinto profundamente por esta situação difícil. E tenham certeza de que vocês fizeram tudo o que podiam para manter esta empresa operando com eficiência e segurança. As qualidades e talentos que vocês trouxeram para a Voepass são inestimáveis. Expresso minha sincera gratidão por tudo que vocês compartilharam conosco. Agradeço cada momento e todo o esforço. Quero reforçar ainda que nosso foco permanece inabalável em retomar nossa missão de conectar o interior do Brasil aos grandes centros. E acreditamos na importância do nosso papel essencial como motor para o desenvolvimento da aviação regional no país. Nossa história de 30 anos é testemunha de nossa resiliência e capacidade de navegar por tempos difíceis. Esta base é o que nos dá confiança para seguirmos buscando a retomada da nossa operação em um futuro próximo com esperança e determinação. Tenho certeza de que, com o apoio da nossa equipe e das comunidades que precisam da aviação regional como um serviço essencial, sairemos deste período mais fortes e ainda mais dedicados a nossa missão. Com profunda gratidão, Felício Co-fundador e presidente da VOEPASS Linhas Aéreas" Veja mais notícias da região no g1 Ribeirão e Franca Vídeos: Tudo sobre Ribeirão Preto, Franca e região Veja Mais
Programa de renegociação das dívidas do estados começa nesta terça-feira, diz Tesouro
Custo é estimado em R$ 20 bilhões, mas pode variar de acordo com o número de estados aderentes. Contrapartidas exigidas incluem investimentos em educação e segurança. O programa de renegociação de dívidas dos estados deve começar nesta terça-feira (15), com a publicação dos atos normativos que regulamentam a medida. A informação foi divulgada nesta segunda (14) pelo secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron. Secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, em entrevista coletiva sobre a renegociação da dívida dos estados. Diogo Zacarias/MF Ou seja, a partir desta terça-feira (15), os estados já vão poder aderir ao programa. Para isso, precisam manifestar interesse e promulgar lei estadual autorizando a adesão. Veja Mais
Empresa americana é pioneira ao lançar plano de saúde para brasileiros nos EUA
SaúdeMAX oferece economia de até 50% e cobertura flexível sem necessidade de Social Security. Conheça o time do SaúdeMAX - Vídeo: Divulgação Carla Oliveira, mineira de 28 anos, chegou aos Estados Unidos determinada a construir uma nova vida. Trabalhando como esteticista autônoma em Orlando, na Flórida, economizava todos os meses para abrir seu próprio estúdio. Sem Social Security e com planos de saúde fora do alcance, ela evitava ir a consultas e procurar médicos. Mas, em 2021, uma crise de apendicite mudou tudo. Internada às pressas, recebeu uma conta hospitalar de mais de US$ 50 mil, valor impossível de pagar. Perdeu o carro, o aluguel e teve que abandonar o sonho do negócio próprio. Sem alternativa, Carla voltou ao Brasil. Histórias como a de Carla são recorrentes na comunidade brasileira nos EUA. E foi como solução para esse problema que a empresa americana MPB.Health lançou um plano de saúde exclusivo para brasileiros nos Estados Unidos e se tornou pioneira com esse novo projeto. A MPB.Health, empresa americana com mais de 10 anos de mercado, lançou o SaúdeMAX, um plano desenvolvido exclusivamente para imigrantes brasileiros, sem exigências de Social Security, crédito bom ou contratos de longo prazo. Você, que é do Brasil e vive nos EUA, provavelmente já fez algumas reflexões quando o assunto é plano de saúde ou seguro saúde: ● Como encontrar planos de saúde mais baratos nos EUA? ● Qual é o seguro de saúde mais barato para brasileiros que vivem por lá? ● É possível economizar com médicos e hospitais nos EUA? O SaúdeMAX é uma alternativa ao seguro tradicional que se tornou uma solução acessível para brasileiros. É confiável? Como funciona? Por que vale a pena? Saiba tudo a seguir. Alternativa acessível para brasileiros Com mensalidades acessíveis e cobertura em todo território americano (a exceção é o estado de Washington), o SaúdeMAX surge como uma solução para famílias brasileiras que procuram segurança sem comprometer o orçamento. O plano funciona como uma "economia compartilhada": os membros pagam um valor inicial por incidente médico e o restante das despesas é coberto coletivamente pelo grupo. O brasileiro não precisa do Social Security para ingressar nesse modelo de plano. Ou seja, não precisa estar legalizado no país. O atendimento é personalizado e humanizado. Falando a sua língua e entendendo a sua realidade. “Temos a missão de levar saúde para a comunidade brasileira que vive nos EUA. Principalmente os brasileiros que ainda estão no processo de legalização, aqueles que não possuem Social Security. A empresa surge como alternativa acessível para que esse brasileiro tenha um plano de saúde”, explica a brasileira Catherine Okubo, CEO da MPB.Health, da qual o SaúdeMax faz parte. Benefícios exclusivos para brasileiros O SaúdeMAX inclui vantagens como: ● Cobertura de maternidade após 30 dias de contrato; ideal para quem planeja aumentar a família; ● Preço fixo independentemente da idade: sem aumento por aniversário; ● Cirurgias pré-aprovadas realizáveis no Brasil ou nos EUA; ● Descontos em exames laboratoriais e consultas de telemedicina; ● Receitas médicas digitais válidas em farmácias dos EUA; ● Flexibilidade total: contrato mensal, sem multa por cancelamento; ● Política? As leis do governo não afetam o SaúdeMAX. O governo vai diminuir subsídios para imigrantes brasileiros nos planos tradicionais? Pois saiba que o SaúdeMAX independe de partidos políticos. Você não fica à mercê; ● Atendimento personalizado e falando a sua língua. Entendendo a sua realidade, as suas necessidades; ● Parceria com clínicas brasileiras localizadas nos EUA; ● É possível adquirir o plano em qualquer período do ano. E cancelar a qualquer momento. “Muitos brasileiros não têm acesso a seguros tradicionais por falta de documentos. Aqui, basta comprovar residência nos EUA”, destaca Catherine. Catherine Okubo é a CEO da MPB.Health Marcio Amaral Economia de até 50%: vale a pena? O plano pode reduzir custos pela metade comparado a seguros convencionais — principalmente para quem não se qualifica para subsídios governamentais. A economia vem da estrutura de compartilhamento de custos e da eliminação de burocracias. Exemplo prático sobre como funciona: ● Uma cirurgia de apendicite nos EUA pode custar US$ 50 mil; ● Com a SaúdeMAX, o paciente paga apenas o valor inicial (que pode ser US$ 1.500), e o restante é coberto. Desde que todas as despesas estejam de acordo com as regras do plano. Como contratar e para quem é indicado? Interessados podem consultar valores e coberturas no site oficial. Não há exigência de exame médico ou tempo mínimo de contrato. O plano é indicado para brasileiros residentes nos EUA sem acesso a seguros tradicionais, famílias que buscam flexibilidade e previsibilidade financeira e viajantes frequentes que precisam de cobertura internacional. Enquanto os custos médicos nos EUA seguem entre os mais altos do mundo, soluções como o SaúdeMAX preenchem uma lacuna crítica para imigrantes. Quem é Catherine Okubo? Catherine Okubo, CEO da MPB.Health, é um exemplo inspirador de resiliência, dedicação e superação. Nascida em São Paulo, Brasil, e com descendência japonesa, Catherine carrega consigo uma história familiar marcada por tradição e trabalho duro. Seu avô, imigrante japonês, chegou ao Brasil ainda jovem para trabalhar em agricultura e, posteriormente, em uma fábrica de balas e doces. Por muitas vezes chegando a dormir no chão da fábrica para economizar, deixando um legado de perseverança e disciplina. Catherine Okubo, CEO da MPB.Health, costuma desmistificar o mundo da saúde para brasileiros que vivem nos EUA Marcio Amaral Aos 13 anos, Catherine deu seus primeiros passos no mundo do trabalho, demonstrando uma maturidade precoce e uma vontade inquieta de construir seu próprio caminho. Aos 15 anos, já dominava o Inglês e se mudou para os Estados Unidos, onde sua mãe já residia, ampliando seus horizontes e se preparando para desafios globais. Atuou em diversos setores, incluindo saúde, teatro, comunicação e o mercado de vitaminas e suplementos. Acumulou experiências que moldaram sua visão empreendedora e sua capacidade de adaptação. Em 2022, conheceu o fundador da MPB.Health nos Estados Unidos, C. Rod Maxson. Um encontro que mudaria sua trajetória profissional para sempre. Reconhecendo seu talento e potencial, foi convidada a assumir um papel de liderança na empresa. Em janeiro de 2025, aos 33 anos de idade, Catherine fez história ao se tornar a primeira mulher imigrante a ocupar o cargo de CEO da MPB.Health, consolidando-se como uma líder inspiradora. Sua ascensão é um símbolo de representatividade e empoderamento para mulheres e imigrantes em posições de destaque no mundo corporativo. Como influenciadora, nas redes sociais, compartilha vídeos e conteúdos com dicas que desmistificam o mundo da saúde para brasileiros que vivem nos EUA. “Como C. Rod Maxson gosta de frisar, nossa missão é levar saúde de qualidade e acessível, proporcionando segurança, bem-estar e atendimento humanizado por meio de planos pensados para a necessidade de cada indivíduo. É nisso que acreditamos. E é por isso que trabalhamos duro todos os dias”, comenta Catherine. A MPB.Health A MPB.Health tem a visão de ser a principal referência em planos de saúde para brasileiros nos EUA, garantindo acesso fácil e confiável a serviços médicos essenciais, com transparência e compromisso. Na lista de valores, destacam-se: ● Acessibilidade – Saúde ao alcance de todos; ● Humanização – Atendimento próximo e acolhedor; ● Transparência – Compromisso com a confiança e clareza; ● Excelência – Qualidade em cada serviço oferecido; ● Inovação – Soluções modernas para facilitar o acesso à saúde. A MPB.Health é diferente. O objetivo é prosperar com a sua saúde, não com a sua doença. O plano vai além do tradicional, com uma abordagem que cuida de você em todos os aspectos. Oferecendo ferramentas exclusivas e recursos inovadores para você administrar sua saúde, melhorar sua qualidade de vida e realizar seus sonhos. Ficou com alguma dúvida sobre economizar com plano de saúde? Saiba mais aqui! Veja Mais
Leilão da Receita tem PlayStation 5 por R$ 800 e notebook por R$ 500; veja como participar
Período de recebimento das propostas vai das 08h de 24 de abril até às 21h do dia 28. Sessão para lances está prevista para 29 de abril. Novo leilão da Receita Federal tem PlayStation 5 por R$ 800. Divulgação/ Receita Federal A Receita Federal em Viracopos realizará mais um leilão regional de mercadorias apreendidas ou abandonadas em 29 de abril. São 400 lotes no total, que incluem fones de ouvido, processadores de som, acessórios para celulares, câmeras fotográficas, microscópios, telescópio, robôs aspiradores, caixas de som, instrumentos musicais, smartphones, smartwatches, tablets, notebooks, artigos esportivos, veículos, pedras preciosas, entre outros. Segundo a Receita, o leilão será realizado de forma eletrônica e é destinado a pessoas físicas e jurídicas. O período para recebimento das propostas vai das 8h do dia 24 de abril até as 21h do dia 28 de abril. A sessão para lances está prevista para as 10h do dia 29 (horários de Brasília). Os lances devem ser feitos para os lotes fechados — ou seja, um conjunto de determinados itens. Alguns dos lotes mais baratos custam a partir de R$ 50 e contêm papéis de embalagem e de catálogos, além de revistas, adesivos, fichas plásticas e uma boneca de pano. Além disso, há um lote com dois PlayStations 5 a partir de R$ 800. Veja mais detalhes abaixo. Já o lote mais caro custa a partir de R$ 428 mil e possui vários componentes eletrônicos, com diversos displays para diferentes celulares. Outros destaques do leilão são: No lote 4 é possível adquirir várias pedras preciosas e semipreciosas com preços a partir de R$ 3 mil; No lote 7 é possível adquirir um álbum Fifa da Copa da Rússia de 2018 com uma caixa com 100 envelopes de figurinhas com preços a partir de R$ 400; No lote 12 é possível adquirir várias unidades de smartwatches da Apple e de outras marcas com preços a partir de R$ 129,4 mil; No lote 25 é possível adquirir várias bolsas de diferentes marcas — incluindo da Prada — com preços a partir de R$ 900; No lote 26 é possível adquirir um óculos de realidade virtual e um monóculo de visão noturna digital com preços a partir de R$ 400; No lote 49 é possível adquirir moedas e notas para colecionadores por preços a partir de R$ 1 mil; No lote 73 é possível adquirir dois PlayStations 5 com preços a partir de R$ 800; No lote 81 é possível adquirir um microscópio com acessórios com preços a partir de R$ 250; No lote 96 é possível adquirir dois Macbooks e um notebook Lenovo com preços a partir de R$ 2 mil; No lote 98 é possível adquirir dois notebooks com preços a partir de R$ 500; No lote 100 é possível adquirir várias câmeras digitais e lentes de máquinas fotográficas com preços a partir de R$ 1 mil; Dos lotes 114 ao 200, com algumas exceções, há uma variedade de diferentes celulares com preços a partir de R$ 1,9 mil; No lote 220 é possível adquirir várias pedras preciosas com preços a partir de R$ 16 mil; Dos lotes 280 ao 297, com algumas exceções, é possível adquirir diferentes veículos com preços a partir de R$ 900. De acordo com o Fisco, os lotes estarão disponíveis para visitação entre 14 e 25 de abril, nas cidades de Araraquara, Barueri, Bauru, Campinas, Guarulhos, Santo André, São Bernardo do Campo, Santos, São Paulo e Suzano. Para alguns lotes, a visitação ocorrerá por meio de videochamada. Os endereços e horários para visitação, bem como os contatos para agendamento, estão indicados no edital do leilão. A Receita ainda destacou que os bens arrematados por pessoas físicas não podem ser vendidos, assim como alguns lotes específicos adquiridos por pessoas jurídicas. Além disso, os licitantes terão 30 dias para retirada do lote arrematado. O pagamento das mercadorias é feito por meio de Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf). Por fim, também alertou para que os contribuintes tenham cuidado para não cair em golpes. "A Receita Federal alerta para a realização de transmissões ao vivo (lives) fraudulentas que simulam leilões de mercadorias apreendidas em plataformas de compartilhamento de vídeos na Internet", afirmou o Fisco em nota oficial, indicando que a participação é feita exclusivamente pelo e-CAC. Veja como participar do leilão mais abaixo. Quem pode participar do leilão? Pessoas físicas podem participar do leilão sob os seguintes critérios: ser maior de 18 anos ou pessoa emancipada; ser inscrito no Cadastro de Pessoas Física (CPF); ter selo de confiabilidade Prata ou Ouro no sistema de identidade digital do Governo Federal. Já para pessoas jurídicas, os critérios são os seguintes: ter cadastro regular no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídica (CNPJ); ou, no caso do responsável da empresa ou de seu procurador, ter selo de confiabilidade Prata ou Ouro no sistema de identidade digital do governo federal. Como funcionam os leilões Como participar do leilão? Para participar do leilão apresentando um lance, o interessado precisa seguir os seguintes passos: entre 24 e 29 de abril, observando os horários estabelecidos pela Receita, acessar o Sistema de Leilão Eletrônico por meio do Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte (e-CAC); selecionar o edital do leilão em questão, de número 0800100/000002/2025 - SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL DA 8ª REGIÃO FISCAL; escolher o lote em que se quer fazer o lance e clicar em "incluir proposta"; aceitar os termos e condições apresentados pelo site da Receita; e incluir o valor proposto (que, necessariamente, deve ser maior do que o valor mínimo estabelecido pela Receita), e salvar. Veja Mais
Dia Mundial do Café: teste seus conhecimentos sobre a bebida queridinha dos brasileiros
O café espresso tem mais cafeína? Qual é a diferença entre café especial e tradicional? Responda essas e outras perguntas. O café espresso tem mais cafeína que o coado? Quantas xícaras pode tomar por dia? Qual é a diferença entre café especial e tradicional? Nessa segunda-feira (14), comemora-se o Dia Mundial do Café, segunda bebida mais consumida no Brasil depois da água. Você é fã dessa bebida? Teste os seus conhecimentos no quiz a seguir. Sabe tudo sobre café? Faça o quiz e descubra. Aprenda mais sobre café Como é o café especial que faz o Brasil ser premiado internacionalmente; veja VÍDEO abaixo: De onde vem o que eu bebo: o café especial que faz o Brasil ser premiado no exterior Já tomou café assoviando? É assim que alguns 'sommeliers' fazem; entenda no VÍDEO abaixo: Sommelier de café: conheça o campeão em provar café especial Leia também: Moedor de café: g1 testa 5 modelos elétricos Qual cafeteira espresso escolher: com cápsulas, café moído ou em grãos? O que mudou na embalagem do café a partir de janeiro de 2023 Veja Mais
De volta ao gás russo? União Europeia enfrenta dilema de segurança energética
Agora que o presidente Donald Trump abalou as relações com a Europa e passou a usar a energia como moeda de troca, empresas europeias estão receosas de que a dependência dos EUA tenha se tornado outra vulnerabilidade. Ucrânia não renova contrato para gasoduto que liga Rússia à Europa Reprodução/Jornal Nacional Mais de três anos após a invasão da Ucrânia pela Rússia, a segurança energética da Europa continua frágil. O gás natural liquefeito (GNL) dos EUA ajudou a preencher a lacuna deixada pelo fornecimento russo durante a crise energética de 2022-2023. Mas agora que o presidente Donald Trump abalou as relações com a Europa estabelecidas desde a Segunda Guerra Mundial e passou a usar a energia como moeda de troca em negociações comerciais, empresas europeias estão receosas de que a dependência dos Estados Unidos tenha se tornado outra vulnerabilidade. LEIA MAIS: Volkswagen Tera: veja um giro pelo carro e o que já sabemos sobre ele; VÍDEO Trump diz que 'ninguém está sendo liberado' e que avalia tarifas para smartphones e eletrônicos Royal Enfield transforma a Himalayan 450 em outra moto — muito melhor; confira o teste do g1 Nesse contexto, executivos de grandes empresas da União Europeia (UE) começaram a dizer o que seria impensável há um ano: importar parte do gás russo — inclusive da estatal Gazprom — pode ser uma boa ideia. Isso exigiria uma grande mudança de política, já que a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022 levou a União Europeia a prometer o fim das importações de energia russa até 2027. A Europa tem opções limitadas. As negociações com o gigante do GNL, o Catar, para mais fornecimento estagnaram, e embora o uso de energias renováveis esteja acelerando, a taxa de implantação ainda não é rápida o suficiente para garantir segurança energética ao bloco. “Se houver uma paz razoável na Ucrânia, poderíamos voltar a um fluxo de 60 bilhões de metros cúbicos, talvez 70 por ano, incluindo GNL”, disse Didier Holleaux, vice-presidente executivo da francesa Engie, em entrevista à Reuters. O Estado francês possui participação na Engie, que antes da guerra era uma das maiores compradoras do gás da Gazprom. Holleaux disse que a Rússia poderia suprir cerca de 20 a 25% das necessidades da UE, abaixo dos 40% anteriores ao conflito. O CEO da gigante petrolífera TotalEnergies, Patrick Pouyanné, alertou a Europa contra a dependência excessiva do gás dos EUA. “Precisamos diversificar, ter várias rotas, não depender demais de uma ou duas fontes”, disse Pouyanné à Reuters. A Total é grande exportadora de GNL dos EUA e também comercializa GNL russo da empresa privada Novatek. “A Europa nunca voltará a importar 150 bilhões de metros cúbicos da Rússia como antes da guerra... mas eu apostaria em algo como 70 bcm”, completou. Virada alemã A França, que gera grandes quantidades de energia nuclear, já possui uma das matrizes energéticas mais diversificadas da Europa. A Alemanha, por outro lado, dependia fortemente do gás russo barato para impulsionar seu setor industrial e tem menos alternativas. No parque químico de Leuna, um dos maiores clusters industriais da Alemanha, onde operam empresas como Dow Chemical e Shell, alguns representantes defendem o rápido retorno do gás russo. Antes da guerra, a Rússia atendia 60% da demanda local, principalmente através do gasoduto Nord Stream, que foi explodido em 2022. “Estamos em uma crise severa e não podemos esperar”, disse Christof Guenther, diretor administrativo da InfraLeuna, operadora do parque. Ele afirmou que a indústria química alemã cortou empregos por cinco trimestres consecutivos, algo que não se via há décadas. “Reabrir os gasodutos reduziria os preços mais do que qualquer programa atual de subsídios”, disse. “É um tema tabu”, acrescentou Guenther, observando que muitos colegas concordam com a necessidade de retomar as importações de gás russo. Quase um terço dos alemães votou em partidos favoráveis à Rússia nas eleições federais de fevereiro. No estado de Mecklenburg-Vorpommern, no leste da Alemanha — onde o gasoduto Nord Stream chega após atravessar o Mar Báltico —, 49% da população quer a retomada do fornecimento de gás russo, segundo uma pesquisa do instituto Forsa. “Precisamos do gás russo, precisamos de energia barata — não importa de onde venha”, disse Klaus Paur, diretor da Leuna-Harze, empresa petroquímica de médio porte localizada no parque de Leuna. “Precisamos do Nord Stream 2 para manter os custos energéticos sob controle.” A indústria quer que o governo federal encontre energia barata, disse Daniel Keller, ministro da Economia do estado de Brandemburgo — onde está localizada a refinaria de Schwedt, co-propriedade da estatal russa Rosneft, mas atualmente sob tutela do governo alemão. “Podemos imaginar retomar a entrada ou o transporte de petróleo russo após o estabelecimento da paz na Ucrânia”, afirmou Keller. O fator Trump O gás dos EUA representou 16,7% das importações da UE no ano passado — atrás da Noruega (33,6%) e da Rússia (18,8%). A participação da Rússia deve cair para menos de 10% este ano após a Ucrânia encerrar o uso de gasodutos. Os fluxos restantes são principalmente de GNL da Novatek. A UE está se preparando para comprar mais GNL dos EUA, enquanto Trump pressiona a Europa a reduzir seu superávit comercial com os EUA. “Com certeza, vamos precisar de mais GNL”, disse o comissário de Comércio da UE, Maros Sefcovic, na semana passada. A guerra tarifária reforçou as preocupações da Europa com a dependência do gás americano, disse Tatiana Mitrova, pesquisadora do Centro de Políticas Energéticas Globais da Universidade Columbia. “Está se tornando cada vez mais difícil ver o GNL dos EUA como uma commodity neutra: em algum momento, ele pode virar uma ferramenta geopolítica”, disse Mitrova. Se a guerra comercial se intensificar, há um pequeno risco de que os EUA limitem suas exportações de GNL, segundo Arne Lohmann Rasmussen, analista-chefe da Global Risk Management. Um diplomata sênior da UE, sob condição de anonimato, concordou: “Ninguém pode descartar que essa alavanca seja usada”. Se os preços domésticos do gás nos EUA dispararem devido à crescente demanda industrial e pelo uso de IA, os EUA poderiam restringir exportações para todos os mercados, alertou Warren Patterson, chefe de estratégia de commodities do ING. Em 2022, a UE definiu uma meta não vinculativa de encerrar as importações de gás russo até 2027, mas já adiou duas vezes a publicação de um plano para isso. Um porta-voz da Comissão Europeia se recusou a comentar as declarações das empresas. Arbitragem Várias empresas da UE abriram processos de arbitragem contra a Gazprom por não cumprimento de contratos após a guerra na Ucrânia. Tribunais concederam à alemã Uniper e à austríaca OMV indenizações de 14 bilhões de euros e 230 milhões de euros, respectivamente. A alemã RWE reivindicou 2 bilhões de euros, enquanto Engie e outras empresas não divulgaram seus pedidos. Didier Holleaux, da Engie, disse que Kiev poderia permitir que a Rússia envie gás via Ucrânia como forma de quitar as indenizações arbitrais — um possível início de retomada dos contratos com a Gazprom. “Vocês (Gazprom) querem voltar ao mercado? Muito bem, mas não assinaremos novo contrato se não pagarem o que devem”, afirmou Holleaux. O possível retorno do gás russo preocupa Maxim Timchenko, CEO da DTEK, empresa privada de energia da Ucrânia, que espera importar GNL dos EUA para armazenamento em território ucraniano e posterior exportação à Europa. “É difícil comentar, sendo ucraniano, mas minha esperança é que os políticos europeus tenham aprendido suas lições ao lidar com a Rússia”, disse Timchenko. Veja Mais
Abono salarial PIS-Pasep: mais de 4 milhões recebem benefício nesta terça; veja se você tem direito
Valores variam de R$ 127,00 a R$ 1.518,00, dependendo de quantos meses a pessoa trabalhou em 2023. Caixa Econômica Federal, PIS/Pasep Marcelo Camargo/Agência Brasil O pagamento do terceiro lote do abono salarial PIS- Pasep 2025 começa nesta terça-feira (15). Ao todo, 4.380.715 trabalhadores nascidos em março e abril serão contemplados, com a liberação de R$ 5,1 bilhões em benefícios. Os valores variam de R$ 127,00 a R$ 1.518,00, dependendo de quantos meses a pessoa trabalhou em 2023. O dinheiro pode ser sacado até 29 de dezembro de 2025. (veja todas as datas abaixo) ➡️ O abono salarial é um benefício no valor de até um salário-mínimo concedido anualmente a trabalhadores da iniciativa privada (PIS) e a servidores públicos (Pasep) que atendem aos requisitos do programa. No geral, têm direito ao abono pessoas que trabalharam durante pelo menos 30 dias no ano-base e receberam até dois salários-mínimos por mês. (Veja todos os requisitos abaixo) O banco de recebimento, data e os valores, inclusive de anos anteriores, estão disponíveis para consulta no aplicativo Carteira de Trabalho Digital e no portal gov.br. (Veja passo a passo de como consultar abaixo) Assim como em 2024, o calendário de pagamento de 2025 foi unificado: tanto os trabalhadores da iniciativa privada como os servidores públicos vão receber de acordo com o mês de nascimento de cada beneficiário. Ao todo, em 2025, serão disponibilizados R$ 30,7 bilhões para pagamento do benefício a cerca de 25,8 milhões de trabalhadores, segundo o Ministério do Trabalho. Em março, o Ministério do Trabalho já efetuou o pagamento para os nascidos no mês de fevereiro. Veja o calendário completo, além de perguntas e respostas: Calendário de Pagamento Abono Salarial PIS-Pasep 2025 (Ano-Base 2023) Consulta ao abono salarial PIS-Pasep 2025 já está liberada Veja perguntas e respostas: Como consultar? (passo a passo) Quem tem direito ao abono salarial? Quem não tem direito ao abono salarial? Qual é o valor? Como são os pagamentos? Canal de dúvidas 1. Como consultar? (passo a passo) Para fazer a consulta pelo aplicativo da Carteira de Trabalho Digital, siga o passo a passo: Certifique-se de que o aplicativo esteja atualizado; Acesse o sistema com seu número de CPF e a senha utilizada no portal gov.br; Toque em "Benefícios" e, em seguida, em "Abono Salarial". A tela seguinte irá informar se o trabalhador está ou não habilitado para receber o benefício. Vale lembrar que trabalhadores do setor privado também podem consultar a situação do benefício e a data de pagamento nos aplicativos Caixa Trabalhador e Caixa Tem. Volte ao índice. 2. Quem tem direito ao abono salarial? Os trabalhadores devem atender aos seguintes critérios para ter direito ao benefício: estar cadastrado no programa PIS/Pasep ou no CNIS (data do primeiro emprego) há pelo menos cinco anos; ter trabalhado para empregadores que contribuem para o Programa de Integração Social (PIS) ou para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep); ter recebido até 2 salários-mínimos médios (no valor em vigor no ano-base) de remuneração mensal no período trabalhado; ter exercido atividade remunerada durante pelo menos 30 dias, consecutivos ou não, no ano-base da apuração (2023); ter os dados informados pelo empregador (pessoa jurídica ou governo) corretamente na Relação Anual de Informações Sociais (Rais) ou no eSocial do ano-base considerado para apuração (2023). Volte ao índice. 3. Quem não tem direito ao abono salarial? empregado(a) doméstico(a); trabalhadores rurais empregados por pessoa física; trabalhadores urbanos empregados por pessoa física; trabalhadores empregados por pessoa física equiparada a jurídica. Volte ao índice. 4. Qual é o valor? O valor do abono salarial é proporcional ao tempo de serviço do trabalhador no ano-base em questão. O cálculo corresponde ao valor atual do salário-mínimo dividido por 12 e multiplicado pela quantidade de meses trabalhados no ano-base. Assim, somente quem trabalhou os 12 meses do ano-base recebe o valor total de um salário-mínimo. Com o aumento do salário mínimo, o valor do abono salarial passará a variar de R$ 126,50 a R$ 1.518,00, de acordo com a quantidade de meses trabalhados. Veja no gráfico abaixo: Volte ao índice. 5. Como são os pagamentos? O pagamento do PIS (Programa de Integração Social) aos trabalhadores da iniciativa privada é administrado pela Caixa Econômica Federal. São quatro opções para receber: As pessoas que possuem conta corrente ou poupança na Caixa receberão o abono automaticamente, informou o banco. Também é possível receber os valores por meio da Poupança Social Digital, cuja movimentação é feita pelo aplicativo Caixa Tem. Outra opção é fazer o saque com o cartão social e senha nos terminais de autoatendimento, unidades lotéricas e Caixa Aqui. Se o trabalhador não possuir cartão social, o pagamento também pode ser realizado em qualquer agência da Caixa com a apresentação de um documento de identificação. Já o Pasep (Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público) é válido para os servidores públicos, e os depósitos são feitos pelo Banco do Brasil. Nesse caso, o pagamento será realizado prioritariamente como crédito em conta bancária, transferência via TED, via PIX ou presencial nas agências de atendimento, informou o Ministério do Trabalho. Volte ao índice. 6. Ainda tem dúvidas? Mais informações podem ser solicitadas nos canais de atendimento do Ministério do Trabalho e nas unidades das Superintendências Regionais do Trabalho, pelo telefone 158 ou pelo e-mail: trabalho.uf@economia.gov.br (substituindo os dígitos UF pela sigla do estado do trabalhador). Volte ao índice. Saiba regras do PIS-Pasep: Consulta ao abono salarial PIS-Pasep 2024 é liberada Veja Mais
Como habitat de onças-pintadas do 'tamanho da Inglaterra' virou plantação de soja e pasto
Uma única fazenda criadora de gado desmatou cerca de 1 mil hectares, de forma não autorizada, em uma área protegida por lei no Mato Grosso. Como são predadores de topo, onças-pintadas possuem um papel ecológico único Getty Images via BBC Em 2022 e 2023, autoridades ambientais identificaram que uma única fazenda criadora de gado desmatou cerca de 1 mil hectares (equivalente a mais de seis vezes o tamanho do Parque do Ibirapuera, em São Paulo), de forma não autorizada, em uma área protegida por lei, no Mato Grosso. Os documentos que registraram as infrações cometidas pela empresa falam de dano à vegetação, o que gerou multas e embargo à empresa responsável. Mas casos como esse contêm um outro dano pouco contabilizado: o prejuízo à biodiversidade. A fazenda está localizada na Área de Proteção Ambiental (APA) Meandros do Araguaia, no Mato Grosso, território conhecido da onça pintada, um dos maiores símbolos da biodiversidade brasileira. Um dos objetivos da unidade de conservação é justamente proteger a espécie - conforme consta do decreto de sua criação, de 1998. Ao menos 477 infrações ambientais foram registradas pelo ICMBio nos últimos dez anos nesta mesma unidade de conservação, cometidas por diferentes infratores e que somam mais de R$ 37 milhões em multas, segundo levantamento feito pela BBC News Brasil nos dados abertos da instituição. As violações são um exemplo de um fenômeno maior, de ameaça ao habitat desses animais causado principalmente pelo avanço da agropecuária e derrubada das florestas, em sua maior parte de forma ilegal, com consequências para várias outras espécies. Um estudo inédito produzido pela ONG Global Witness e obtido pela reportagem identificou que as onças pintadas já perderam 27 milhões de hectares de vegetação nativa nos estados do Pará e do Mato Grosso, uma área que é maior do que a soma dos territórios da Inglaterra, da Escócia e do País de Gales. Esta área corresponde ao total de áreas de pasto e agricultura que havia nesses dois estados em 2023 e que estão sobrepostas ao mapa de habitat da espécie. Na prática, isto significa que esses animais podem ter sido deslocados ou mortos. O Código Florestal determina que toda fazenda deve manter área com cobertura de vegetação nativa em diferentes proporções, a depender da região: na Amazônia, este porcentual é de 80%; no Cerrado, 35%. Mas, segundo o levantamento nos dois estados estudados, 89% da perda de vegetação entre 2014 e 2023 aconteceu sem as autorizações legais devidas. "A destruição que vimos no Pará e em Mato Grosso não aconteceu por acaso. É resultado da fiscalização insuficiente de um sistema legal que, com frequência, permite que corporações poderosas fiquem impunes", diz Alexandria Reid, líder da campanha de Florestas da Global Witness. Para ela, embora existam leis para prevenir o desmatamento, a aplicação da legislação carece de recursos. "Regulamentações frágeis das cadeias de fornecimento significam que fornecedores que desmatam ainda podem contar com grandes empresas para continuar comprando, independentemente dos danos. Com penalidades baixas e lucros altos, as empresas ainda se beneficiam da destruição florestal." País tem quase 2 mil cidades em situação de seca; alerta de risco no Pantanal Um animal 'quase ameaçado' de extinção A União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), grupo que reúne governos, agências e organizações não-governamentais, classifica a onça pintada como uma espécie quase ameaçada, ou seja, que está perto de estar ameaçada de extinção e pode se enquadrar nesta categoria em um futuro próximo. O animal é considerado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) como um símbolo brasileiro da conservação da biodiversidade. Um relatório do ICMBio projetou que a espécie deve ter sua população reduzida em mais de 30% até 2031. O documento atribui a queda às atividades agrícolas, principalmente cultivo da soja e pecuária, e também ao que chama de "efeitos secundários", como conflitos, caça, atropelamentos e comércio ilegal de partes do animal. Mas o que justifica a preocupação especificamente com esta espécie? Especialistas apontam uma série de fatores. "Como são predadores de topo e o maior predador terrestre do nosso país, elas possuem um papel ecológico único. Predadores de topo são muito importantes para o controle das populações de suas presas e, através desse controle, influenciam todo o ecossistema", explica a coordenadora científica do Onçafari, Marcella Pônzio. A organização atua na defesa da biodiversidade brasileira. Quando há a extinção de predadores de topo em um local, segundo Pônzio, muitas populações de suas presas, como herbívoros, podem passar por um processo de explosão populacional. Se aumenta a população de herbívoros, algumas espécies de plantas são mais prejudicadas. É um fenômeno conhecido como cascata trófica. Os efeitos não se limitam a consequências populacionais: pode afetar também a qualidade da água, o curso dos rios e a compactação do solo, explica ela. Outro valor de estudar essa espécie é que as onças são animais que estão quase sempre em florestas e têm aversão a outros ambientes, portanto sofrem mais com o impacto do desmatamento. "Onças pintadas são organismos especialmente sensíveis à perda de habitat nativo, seja o desmatamento de florestas ou outros biomas brasileiros. Isso acontece porque elas precisam de áreas nativas para se refugiar e necessitam de uma grande base de presas, ou seja, um grande volume e diversidade de animais para se alimentarem", diz o diretor de conservação e operações da mesma organização, João Vasconcellos de Almeida. Fernando Tortato, coordenador do Programa de Conservação do Brasil da Panthera, organização global de conservação de felinos selvagens, destaca ainda que políticas públicas que garantam a proteção dessa espécie acabam garantindo a proteção da biodiversidade como um todo, já que seus requerimentos de habitat são maiores do que o de outros vertebrados. Pará e Mato Grosso: onças pintadas perderam 27 milhões de hectares de habitat para pasto e agricultura BBC 'É o bem comum sendo revertido em bem privado' Um estudo publicado em 2021 que estimou, pela primeira vez, o número de onças-pintadas mortas ou deslocadas de seu território na Amazônia colocou os estados de Mato Grosso e Pará no topo da lista. Os autores do artigo estimaram que 1,4 mil onças foram mortas ou deslocadas entre 2016 e 2019. "Imagine uma cidade, como São Paulo, remover quase 2% de sua população todos os anos. É uma taxa absurda", diz Torquato, que é um dos autores da pesquisa. O pesquisador diz ainda que o desmatamento é a primeira etapa do processo, que inclui mais prejuízos a esses animais. Ao fragmentar as populações nativas e reduzir a quantidade de presas, é comum que as onças passem a caçar os bois. Isso pode estimular um conflito com os fazendeiros e a caça desses animais. Com a caça, há também o risco de que partes do animal sejam comercializadas no mercado ilegal, dentro e fora do país. "É uma ameaça que vem em combo". Por isso, explica, os números da pesquisa são bastante conservadores, já que não consideram quantos animais foram mortos por retaliação de fazendeiros, para caça para fins de tráfico de animais, dentre outros casos conhecidos. Torquato diz que a ideia do monitoramento é ver o problema do desmatamento por outro ângulo. "É um mesmo problema, mas apresentado de outra perspectiva. Muitas vezes a sociedade não se atenta sobre o que representa a remoção de uma floresta. O que perdemos, em termos de serviço ecossistêmico, em cada hectare removido? É o bem comum sendo revertido em bem privado." Desmatamento é só a primeira etapa de prejuízo às onças pintadas, com fragmentação de seu território Getty Images via BBC Empresa que desmatou área protegida foi fornecedora indireta da JBS, diz relatório O auto de infração do ICMBio identifica que o desmatamento citado no início desta reportagem aconteceu na Fazenda Canoeiro, em Cocalinho (MT). O auto de infração foi feito em nome da empresa MFX Investimentos e Participações Ltda. A operação de fiscalização aconteceu em agosto de 2022. "Um dos maiores problemas ambientais enfrentados pela equipe técnica da APA Meandros do Araguaia está relacionada à perda de biodiversidade provocada por processos de corte raso, degradação ou uso do fogo, ocorridos ilegalmente em áreas de vegetação nativa", diz o documento. O relatório da Global Witness afirma que a fazenda autuada foi uma fornecedora indireta de gado da JBS, maior empresa de processamento de carne do mundo, entre 2019 e 2022. Segundo a organização, esta fazenda transportou gado para uma outra unidade do grupo, que então vendeu para fornecedoras diretas da empresa em ao menos duas ocasiões. "A transferência de gado criado em terras desmatadas para fazendas limpas é conhecido como lavagem de gado. Essa é uma das formas pelas quais produtos pecuários ligados ao desmatamento podem entrar no mercado, explorando uma brecha nos sistemas de monitoramento da JBS, que em sua maioria rastreiam fornecedores diretos, mas ignoram os indiretos ao longo da cadeia de suprimentos", explica a organização. Dados compilados pela organização afirmam ainda que 75% das fazendas fornecedoras de gado da JBS que estão no território das onças pintadas tinham menos área de vegetação preservada do que a legislação requer. Em nota, a JBS disse que a MFX Investimentos e Participações nunca forneceu bovinos para a empresa, mas não comentou especificamente a informação de que a empresa seria uma fornecedora indireta. A BBC News Brasil não conseguiu contato com a MFX. A reportagem usou os e-mails e telefone dos representantes da empresa que aparecem no auto de infração do ICMBio, mas não obteve respostas. O espaço segue aberto para manifestação. Unidades de conservação são suficientes para proteger a biodiversidade? Há hoje, no Brasil, cerca de 2,7 mil unidades de conservação (UC), tanto de proteção integral como de uso sustentável, que somam 1,5 milhão de hectares, ou 18% do território brasileiro. Como no caso da APA Meandros do Araguaia, citada no início desta reportagem, um dos principais objetivos destes espaços é justamente a proteção da biodiversidade. Só que diversos estudos têm apontado que as UCs, de forma isolada, não resolvem o problema. Um dos desafios, segundo especialistas, é que a preservação das espécies depende da existência de mecanismos que consigam integrar essas áreas. As onças pintadas e outros animais de maior porte precisam de grandes extensões territoriais para conseguir alimento. As estimativas de área de vida desses animais variam muito e podem ultrapassar os 1 mil quilômetros quadrados, a depender da disponibilidade de presas e habitat adequado, segundo especialistas. Se essas áreas estão fragmentadas, elas acabam precisando atravessar estradas e plantações criadas por humanos em busca de sobrevivência, muitas vezes chegando às cidades e fazendas. Um artigo publicado em fevereiro de 2023 no periódico Communications Biology mostrou que as áreas na região amazônica que contêm as maiores populações da espécie são justamente as que enfrentam mais ameaças da ação humana. A pesquisa aponta que o desmatamento, a expansão agrícola e os incêndios são comuns em áreas protegidas que abrigam as maiores populações de onças pintadas, especialmente nas zonas de amortecimento (áreas no entorno dessas regiões). Um outro artigo, publicado por autores brasileiros em 2014 na revista Landscape Ecology, já apontava que "a maioria das grandes reservas no Brasil não mantém populações viáveis de onças-pintadas para garantir a sobrevivência da espécie a longo prazo". Áreas protegidas fragmentadas ameaçam sobrevivência das onças pintadas BBC Corredor ecológico que integra áreas protegidas é aposta Uma das propostas apresentadas para integrar essas áreas é a criação de corredores ecológicos, áreas que conectam fragmentos de florestas ou áreas protegidas que foram separadas pela ação humana. Eles permitem, por exemplo, melhor deslocamento de animais e aumento da cobertura vegetal, dentre outras vantagens. No ano passado, procuradores da república criaram um grupo de trabalho para discutir a criação de um desses corredores, ao longo da bacia Araguaia-Tocantins. A área abrange os estados de Goiás, Mato Grosso, Tocantins, Pará e Maranhão, que ajudaria na preservação das onças-pintadas. O desafio é equilibrar as necessidades com as atividades econômicas na região: a área possui quase três mil quilômetros de extensão, abrange os biomas do Cerrado e da Amazônia e agrega 119 cidades, onde vivem cerca de 4 milhões de pessoas. O procurador da república Guilherme Tavares, que coordena o grupo, disse à BBC News Brasil que a região produz 5 milhões de toneladas de soja ao ano e possui 15 milhões de cabeça de gado. "Nossa ideia de corredor é produzir uma agenda nos órgãos e colocar o Araguaia nessa agenda, seja dos órgãos ambientais, políticos, da academia, com produção de dados e diagnóstico para promover ações." Desmatamento na Amazônia atinge menor nível histórico para fevereiro em 2025 Corredor é viável? Um estudo coordenado pela professora de economia da USP, Andrea Lucchesi, identificou que, embora exista um alto custo financeiro para a criação do corredor no Araguaia, os ganhos podem ser ainda maiores. Estima-se que esses benefícios ultrapassem R$ 100 bilhões ao longo de 50 anos, além da geração de até 38 mil novos empregos diretos. Publicado em 2024 na revista científica Land Use Policy, o artigo avalia a possibilidade de restaurar 931 hectares de áreas localizadas na Amazônia e no Cerrado, ao longo do Araguaia e parte do Rio Tocantins. O estudo leva em conta o impacto financeiro da emissão de CO2, que poderia ser capturado pelas árvores das áreas restauradas, e as milhões de toneladas de erosão do solo que poderiam ser evitadas. Também inclui o ganho financeiro com a extração sustentável de recursos dessas terras. "Conseguimos saber não apenas quanto o proprietário rural vai ganhar ao vender açaí, por exemplo, mas também quanto vale, em termos monetários, ter reflorestado aquela área, considerando a captura de CO2 e a redução na erosão", explica Lucchesi. A pesquisa envolveu a criação de diferentes modelos de restauração ecológica, adaptados a cada bioma. Até as espécies que deveriam ser plantadas em cada região foram analisadas. "Pensamos em modelos que fossem rentáveis, como a exploração de madeira ou produtos como açaí, frutas, castanhas e mandioca. O objetivo é convencer os proprietários a aderirem", afirma a especialista, destacando que o Código Florestal permite, com limitações, a exploração econômica de espécies nativas. Lucchesi ressalta que a única forma de garantir a sustentabilidade é através do diálogo com as diversas comunidades que vivem ao longo do corredor. "É preciso estabelecer um relacionamento de confiança, mostrando os benefícios para o meio ambiente e o clima. Mas também é fundamental apresentar argumentos financeiros sólidos. Não dá para simplesmente desapropriar milhares de propriedades rurais", conclui. Gráficos feitos por Caroline Souza, Equipe de Jornalismo Visual da BBC Brasil. Veja Mais
Novo Porsche Panamera exala luxo por R$ 1 milhão, mas é a mecânica que faz dele diferente; veja o teste
Sistema de amortecimento inteligente, que sozinho custa quase R$ 60 mil, muda completamente a experiência a bordo do sedã. Vídeo mostra como funciona o opcional. Porsche Panamera: suspensão de R$ 57 mil transforma qualquer motorista em piloto O novo Porsche Panamera chega às lojas na casa do R$ 1 milhão, trazendo tudo o que um consumidor de caro de luxo tem direito: esportividade, requinte e tecnologia. Mas o que há de realmente novo é um sistema de suspensão ativa inigualável, e que custa R$ 57 mil a mais. O preço pode ser um detalhe para um carro que tem preço inicial de R$ 850 mil, mas o sistema de amortecimento inteligente, que responde a cada milissegundo aos comandos do motorista, muda completamente a experiência com este sedã de mais de cinco metros de comprimento. O g1 testou duas unidades do Panamera na pista de um autódromo, e a diferença entre a versão comum e a equipada com o opcional Porsche Active Suspension Management (PASM) é brutal. Confira as primeiras impressões sobre o carro. LEIA MAIS Mulheres sobre duas rodas: número de motociclistas habilitadas cresce 70% em 10 anos; veja histórias LISTA: veja as 10 motos novas mais vendidas do Brasil em fevereiro Executivo da GM defende imposto para ‘equilibrar a competitividade’ contra importados chineses O sistema de suspensão ativa aumenta a altura do carro em até 5,5 centímetros Divulgação | Porsche Suspensão ativa A suspensão a ar com gerenciamento ativo do Porsche Panamera custa R$ 57.464. Com os faróis LED Matrix de 32 mil pixels, que custam R$ 16.753, o preço final do carro testado pelo g1 chega a R$ 1.044.217. Comparar um Panamera com e sem o PASM revela uma diferença enorme. O sistema transmite tanta confiança que encoraja o motorista a entrar mais rápido nas curvas, até que os pneus não aguentem mais e comecem a cantar. O controle de rolagem da carroceria e o assistente ativo para curvas fazem o Panamera rodar como se estivesse em uma estrada alemã, mesmo em curvas fechadas de um autódromo a 90 km/h. O Porsche Panamera ajusta automaticamente a inclinação da suspensão em até três graus no sentido contrário ao da curva, compensando o balançar da carroceria. Por exemplo, em uma curva à esquerda, a suspensão ativa infla as bolsas do lado direito para equilibrar o peso do veículo. Embora os passageiros ainda sintam a força G, as curvas ficam mais suaves e o carro permanece sob controle total do motorista. Impressiona até os mais experientes o quanto o veículo não adorna nas curvas. Firme e com uma segurança impressionante, virando o volante de um lado para o outro, entrando certo ou errado na curva, o Panamera faz o que é pedido. A sensação é de estar guiando um carro menor do que ele realmente é. O mesmo ajuste ocorre durante frenagens e acelerações. Sem o PASM, a frente do carro mergulha ao frear bruscamente. Com a suspensão ativa, a frente se mantém estável, proporcionando a melhor reação possível. Considerando o peso do carro, essa falta de "reação" parece mágica. Isso dá ao motorista a sensação de controle total, como um verdadeiro piloto. O PASM torna o Panamera seguro e prazeroso de dirigir. E o funcionamento não é tão complicado quanto se imagina. O sistema monitora a via e as ações do motorista, ajustando a suspensão em apenas 50 milissegundos. Isso é viável graças à tensão elétrica de 400 volts, quatro vezes maior que a de uma tomada residencial. Esse é o segredo da Porsche. Além disso, a suspensão ativa também aumenta a altura do carro em até cinco centímetros para facilitar a entrada e saída da cabine, já que o Panamera tem apenas 1,42 m de altura. A suspensão ativa oferece: Controle de rolagem da carroceria; Maior conforto em superfícies irregulares; Ajuste de altura do carro; Melhor distribuição de carga nas rodas; Acesso mais fácil ao carro; Mais conforto em frenagens e acelerações; Assistente ativo para curvas; Não há outra palavra para descrever essas tecnologias além de "impressionantes". Galerias Relacionadas E os preços? Sim, é caro! A primeira geração do Porsche Panamera foi lançada em abril de 2009. Embora não tenha sido um sucesso de vendas como o SUV Cayenne, o Panamera continua a representar a tecnologia avançada da marca. A terceira geração chegou ao Brasil em outubro de 2024, disponível em duas configurações, por R$ 803 mil e R$ 922 mil, respectivamente. Porém, os preços aumentaram para: Porsche Panamera 4 E-Hybrid: R$ 850 mil; Porsche Panamera 4S E-Hybrid: R$ 970 mil. O que distingue uma configuração da outra é, basicamente, o conjunto híbrido: O 4 E-Hybrid é equipada com um motor 2.9 V6 de 470 cv de potência e 66 kgfm de torque; O 4S E-Hybrid também tem um motor 2.9 V6, mas com 544 cv e 76 kgfm de torque. As versões mais potentes, com motor 4.0 V8 biturbo e elétrico que juntos entregam 680 cv e 94,8 kgfm de torque, não serão oferecidas no Brasil. Toda essa potência e torque vêm da combinação do motor a combustão com um motor elétrico acoplado à transmissão de dupla embreagem PDK. O motor elétrico sozinho oferece 190 cv e 45,9 kgfm de torque, mais do que o Jeep Compass 1.3 turbo (185 cv). A versão mais barata do Panamera acelera de 0 a 100 km/h em 4,1 segundos e atinge 280 km/h de velocidade máxima. A versão 4S E-Hybrid faz em 3,7 segundos e chega a 290 km/h. Ambas as versões têm uma bateria de 25,9 kWh, similar à dos primeiros carros elétricos no Brasil, adequada para um sistema híbrido. O Porsche Panamera pode rodar até 63 km no modo elétrico, de acordo com o Inmetro. A bateria pode ser carregada em três horas usando uma tomada de 11 kW. O consumo médio de combustível é de 21 km/l, segundo a Porsche. Um híbrido com ótimo consumo. Mas convenhamos: quem paga mais de R$ 1 milhão por um veículo dificilmente se preocupará com o gasto de gasolina. Telas e mais telas Galerias Relacionadas O interior do Panamera é extremamente luxuoso. O teto é revestido com alcântara e os bancos de couro têm acabamento primoroso, com o logo da Porsche estampado no encosto de cabeça e formato de banco esportivo, garantindo uma pilotagem segura. O acabamento do habitáculo não deixa à mostra nenhum plástico rígido. A forração das portas e o centro do painel são de couro. O que não é de couro, como no console central que separa o motorista do passageiro, tem acabamento em black piano. Até a parte superior do painel, próxima ao parabrisa, é feita de plástico emborrachado. Mas são as telas que chamam atenção ao adentrar a cabine. À frente do motorista há um painel de instrumentos com tela curva de 12,6 polegadas. Ao lado, a central multimídia de 12,3 polegadas compõe o painel e pode ser conectada a celulares Android e iOS sem a necessidade de cabo. Ao lado, há outra tela de 10,9 polegadas voltada para o passageiro da dianteira. Nessa tela, o ocupante do banco da frente consegue ver todas as informações do carro, inclusive a força G da carroceria. Além dessas, há um head-up display que projeta as informações do carro no parabrisa. A quinta tela fica na parte de trás, no console central, onde os passageiros podem ver e modificar as configurações do ar-condicionado de quatro zonas. Bancos do Panamera possuem regulagem elétrica e encosto de cabeça com o logotipo da marca Divulgação | Porsche Confira a ficha técnica do Porsche Panamera 4S E-Hybrid: Motor: 2.9 V6; Potência: 353 cv; Torque: 51 kgfm; Potência do motor elétrico: 190 cv; Torque do motor elétrico: 45 kgfm; Potência combinada: 544 cv; Torque combinado: 76 kgfm; Transmissão: dupla embreagem de 8 marchas; 0 a 100 km/h: 3,7 segundos; Velocidade máxima: 290 km/h; Consumo: 21 km/l; Autonomia no modo elétrico: 63km; Comprimento: 5,05 m; Largura: 1,94 m; Altura: 1,42 m; Entre-eixos: 2,95 m; Porta-malas: 430 litros; Peso: 2.330 kg. Como funciona o farol Matrix do novo Audi Q8 Veja Mais
Trump está 'estudando' o que fazer com Powell; entenda a importância de um BC independente
Presidente dos Estados Unidos disse que, se pedir para Jerome Powell deixar o cargo, ele irá deixar. No entanto, regras americanas não permitem que o governo demita o chefe do Fed. O presidente dos EUA, Donald Trump, observa Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), durante discurso na Casa Branca, em 2 de novembro de 2017 REUTERS/Carlos Barria/Foto de arquivo O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e sua equipe estão "estudando o assunto", disse o assessor econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, nesta sexta-feira (18), quando questionado por um repórter se demitir o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, era uma opção. Quem ocupa o cargo de presidente nos EUA não pode demitir diretamente o chefe do Fed. Para isso, um processo teria de ser aberto para comprovar que quem está no comando do BC americano cometeu alguma irregularidade grave durante seu mandato. Nesta quinta (17), porém, Trump afirmou a repórteres que, caso ele peça para o chefe do BC deixar o cargo, ele irá deixar. Segundo ele, Powell deveria promover novos cortes de juros. "Não estou satisfeito com ele. Avisei a ele e, se eu quiser que ele saia, ele sairá de lá muito rápido, acredite", disse Trump. Apesar disso, Powell afirmou que a lei não permitiria sua remoção, que ele não sairia se Trump pedisse e que pretende servir até o final de seu mandato, que termina em maio de 2026. Segundo especialistas ouvidos pela Reuters, a credibilidade do Fed como o banco central mais poderoso do mundo se baseia em grande parte em sua independência histórica para agir sem influência política, e uma tentativa de remover Powell do cargo poderia perturbar ainda mais os mercados, já afetados pelo tarifaço. (leia mais abaixo) Os mandatos de presidente e vice do Fed têm duração de quatro anos. Eles são indicados pela Casa Branca e precisam ter a posse confirmada por uma votação no Senado. Foi o próprio Trump quem nomeou Jerome Powell para liderar o Fed durante o seu primeiro mandato em 2018, mas agora o acusa de politizar o banco central americano. Em 2022, Powell foi indicado pelo ex-presidente Joe Biden para continuar no cargo. Trump x Powell Trump chama presidente do BC americano de 'atrasado e errado' Nesta quinta-feira (17), Trump criticou a gestão de Jerome Powell e disse que ele está "sempre muito atrasado e errado" na condução da política de juros do país. A declaração veio apenas um dia após Powell criticar publicamente o tarifaço do presidente americano. Na quarta (16), Powell disse que o nível das tarifas anunciadas por Trump é muito maior do que o Fed esperava, mesmo nos cenários "mais extremos". O presidente do Fed também disse que a guerra tarifária iniciada pelos EUA pode dificultar o trabalho do BC americano, que toma suas decisões sempre guiado pelo objetivo de controlar a inflação e fortalecer o mercado de trabalho. Trump reclamou do tempo que falta para o fim do mandato de Powell à frente do Fed, dizendo que esse momento "não chega rápido o suficiente". A importância de um BC independente O Fed é uma instituição independente e o governo não pode interferir nas decisões sobre os juros, o que evita o uso das taxas de juros para aquecer a economia em um momento de inflação acelerada. "É muito importante o Fed ser independente porque é a instituição responsável por olhar para a economia de um jeito técnico", explica o analista de investimentos Vitor Miziara. "Os governos, de forma geral, torcem para juros muito baixos porque estimulam a economia, trazem dívidas com custos menores e facilitam a vida das pessoas. Mas isso só funciona no curto prazo porque juros muito baixos sem uma base técnica para isso trazem inflação. A conta sempre chega lá na frente", pontua. "A independência do banco central é importante para que a instituição não tome decisões com base no populismo, mas sim tentando assegurar uma economia saudável no médio e longo prazo, e não apenas no curto prazo para beneficiar o presidente da vez", destaca Miziara. *Com informações das agências Reuters e AFP. Veja Mais
Ducati Hypermotard: como é a moto que custa R$ 100 mil e tem motor preparado para dar grau
Além do alto preço, o fato de virem apenas 100 unidades para o Brasil também dificulta o acesso à moto. A Ducati não prevê trazer mais do que essas unidades, pelo menos por enquanto. Ducati Hypermotard 698 Mono chega por R$ 94.990 Divulgação | Ducati A Ducati lançou a Hypermotard 698 Mono, uma motocicleta exclusiva no mercado brasileiro, disponível por R$ 94.990 na versão topo de linha RVE. Esta é a primeira moto da marca com apenas um cilindro, e seu desempenho é tão impressionante quanto seu preço. Motard é um estilo de motocicleta que adapta o chassi de uma trail – conhecida pela capacidade off-road, com suspensão elevada, boa altura do solo, pneus e rodas grandes – para uso urbano. (clique aqui para saber mais) Como a primeira monocilíndrica da fabricante italiana, os engenheiros se esforçaram para entregar uma potência impressionante: são 77,5 cv com uma faixa constante de entrega que vai de 4.500 até 10.250 giros. É a mesma solução utilizada pela Ducati na Moto GP. O torque é de 6,4 kgfm, e 70% dessa força está disponível a apenas 3.000 rotações por minuto. O câmbio é de seis velocidades. Essa potência e torque são comparáveis aos de um carro popular 1.0. Para se ter uma ideia, o motor Superquadro Mono (em italiano, "quadro" significa quadrado) possui, dentro da câmara de combustão, medidas iguais. Ou seja, a cabeça do pistão mede exatamente o curso que ele percorre, por isso o motor é chamado de "quadrado". E "quadrado", neste sentido, não tem nada de ruim. Pelo contrário, um motor com essas características consegue entregar mais potência e torque em rotações mais baixas. LEIA MAIS City, trail ou crossover? VÍDEO mostra qual moto se encaixa melhor no seu dia a dia Yamaha Ténéré 700 volta este mês ao Brasil; veja preços Yamaha lança novas MT-03 e MT-07 para disputar mercado com Honda CB 300 e CB 650R; veja preços Motor de 659 cilindradas entrega 77,5 cv de potência e 6,4 kgfm de torque Divulgação | Ducati Apesar do nome (698), a cilindrada exata da Hypermotard é 659 cm³. Este é o maior motor monocilíndrico entre todas as motos comercializadas no Brasil e no mundo. A Hypermotard vem equipada com um pacote eletrônico que supera muitos carros de entrada, oferecendo o melhor em proteção para o condutor. E aqui, podemos realmente dizer "pilotando", pois a moto promete a sensação de uma verdadeira esportiva. Por isso, muitos itens são necessários para aumentar o controle sobre o veículo. Entre os itens de segurança, destaca-se o ABS Cornering (freio anti-bloqueio para curvas), que, diferentemente de outras motocicletas, promete funcionar sem atrapalhar o condutor. Nas motos tradicionais, o correto é frear sempre em linha reta para melhor desempenho do sistema. Já na Hypermotard, o ABS para curvas permite uma condução mais esportiva, respondendo melhor mesmo em pistas de corrida. O público que busca este tipo de motocicleta opta pelo modelo por sua alta performance e capacidade de realizar manobras que outras motos não conseguem, tanto que estão dispostos a pagar um preço elevado pelo modelo. Ela não é indicada para iniciantes no mundo das duas rodas. Motard é uma categoria similar a trail, mas voltada para o uso urbano e em pista Divulgação | Ducati Além disso, a Hypermotard possui controle de tração, controle de freio motor e controle de empinada. O controle de empinada inclui um sistema que impede que o motor fique sem óleo, utilizando duas bombas que mantêm o motor lubrificado mesmo em ângulos agudos. Assim, é possível "dar grau" com ela sem preocupações — lembrando, claro, que isso só pode ser feito em circuito fechado. A multa para quem pratica grau na rua é de R$ 293,47, resultando na suspensão do direito de dirigir e na apreensão do veículo. Há também a opção de instalar o escapamento Termignoni, que adiciona mais 7 cv de potência, atingindo 84,5 cv. Esse escapamento custa R$ 23 mil em valor promocional de lançamento, subindo para R$ 32.764,68 após três meses. Outro opcional é o banco mais baixo (que diminui a altura do assento em 1,5 cm) e a suspensão menor. Com esse pacote, é possível reduzir a altura do banco da moto em 5,5 cm, passando de 90,4 cm para 84,9 cm. Durante o período de lançamento, o preço desses itens é de R$ 1.705, aumentando para R$ 2.470,60 posteriormente. No total, o preço da moto pode saltar de R$ 94.990 para R$ 130 mil com todos os opcionais. Além do alto preço, o fato de virem apenas 100 unidades para o Brasil também dificulta o acesso à moto. A Ducati não prevê trazer mais do que essas unidades, pelo menos por enquanto. Dentre os opcionais da Hypermotard, está o escapamento Termignoni, que aumenta a potência da moto em mais 7 cv Divulgação | Ducati Confira a ficha técnica: Motor: 659 cilindradas; Potência: 77,5 cv (84,5 cv com escapamento Termignoni); Torque: 6,4 kgfm; Câmbio: 6 marchas; Pneu dianteiro: 120/70 R17 Pneu traseiro: 160/60 R17 Disco de freio dianteiro: 330 mm com ABS; Disco de freio traseiro: 245 mm com ABS; Peso seco: 151 kg; Tanque: 12 litros. O que é uma Motard? Em termos simples, uma motard tem as mesmas especificações de uma moto de trilha, mas é equipada com pneus mais adequados para o asfalto. Assim, os sulcos dos pneus são menores, proporcionando maior aderência. Além dessa diferença, a suspensão das motards é ajustada para proporcionar mais conexão com o solo, já que não precisa amortecer as imperfeições do off-road como nas motos trail. As rodas das motards tendem a ter o mesmo diâmetro na frente e atrás, o que as diferencia das motos de trilha. No caso da Hypermotard, as rodas são de 17 polegadas. As diferenças entre motos Trail, City e Crossover Veja Mais
Fávaro diz que governo vai se 'apresentar' à China para substituir EUA no comércio de carne bovina
Representantes chineses devem se reunir com membros do governo na próxima semana. Conversas podem pavimentar negociações comerciais antes da visita de Lula à China em maio. Grupo de Trabalho da Agricultura do Brics se reúne no Itamaraty Hélio Marinho/TV Globo O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou nesta quinta-feira (17) que o Brasil vai se colocar à disposição da China para "substituir" frigoríficos dos Estados Unidos no comércio de carne bovina. A "oportunidade", como chamou Fávaro, surgiu a partir de um ato do governo chinês que, em meio ao avanço da guerra tarifária americana, retirou a autorização de quase 400 plantas frigoríficas dos EUA para vender carne bovina à China. O espaço aberto com a desabilitação dos frigoríficos americanos, na avaliação do ministro, poderá ser "ocupado" pelo Brasil. "Há poucos dias, nas carnes bovinas, o governo chinês deixou de habilitar 395 plantas. Alguém vai precisar fornecer essa carne, que era fornecida pelos norte-americanos. O Brasil se apresenta, com muita vontade e capacidade, e tenho certeza que vamos saber ocupar esse espaço e ser um grande fornecedor", disse Carlos Fávaro à imprensa. O ministro da Agricultura afirmou que o esforço do governo brasileiro para ampliar a venda de proteínas no mundo não se limita à China. Segundo ele, negociações também têm ocorrido com o Japão, a partir de um acordo firmado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em visita ao país em março. "Por óbvio, queremos ampliação com a China. Acho que, diante da não reabilitação de quase 400 plantas nos EUA, eles vão precisar se decidir, e vamos nos apresentar", declarou. O ministro da Agricultura afirmou que representantes da alfândega chinesa devem se reunir com o governo brasileiro na próxima terça-feira (22). As conversas, de acordo com ele, vão tratar da ampliação comercial entre os países, além de debater a adoção de protocolos conjuntos. As tratativas entre as áreas técnicas do Brasil e da China podem pavimentar as negociações entre o presidente Lula e o presidente chinês, Xi Jinping. Com viagem marcada para maio, Lula deve colocar a ampliação comercial como uma das pautas das agendas na China. Ao ser questionado se o Brasil tem estrutura para substituir totalmente os EUA no mercado chinês, Fávaro disse que o país "não pode ter essa pretensão". O ministro afirmou, no entanto, que, "sem sombra de dúvida", o Brasil é um dos "pouquíssimos" países do mundo capaz de expandir a área produtiva em dezenas de milhões de hectares. "Certamente, gradativamente, o Brasil será a segurança alimentar. Não só para a China, mas para todos os países do mundo", disse. Encontro com ministros do Brics Bruno Carazza analisa a limitação das exportações americanas de chips para China; e a dependência dos EUA por minerais críticos chineses As declarações do ministro ocorreram em um dos intervalos de uma reunião entre ministros de Agricultura do Brics, um bloco criado para fomentar a cooperação entre 11 economias emergentes, como China e Rússia, e que tem, neste ano, o Brasil na presidência. No encontro, que ainda ocorre no Palácio do Itamaraty, em Brasília, os ministros devem concluir e divulgar uma declaração conjunta, que abrangerá compromissos do bloco com a agropecuária, o desenvolvimento sustentável e um plano de ação para os próximos quatro anos. De acordo com Fávaro, embora o encontro não tenha sido convocado em razão do "tarifaço" americano, parte das discussões foi sobre mecanismos para que os países do Brics superem obstáculos criados por barreiras comerciais e protecionismo. Um dos pontos tratados e defendidos em consenso pelo bloco, afirmou o ministro, é a necessidade de ampliar o comércio de produtos agropecuários intrabloco. "Por óbvio, isso nos motiva ainda mais para o fortalecimento desse bloco geopolítico. A afronta neste momento, por parte do governo norte-americano, e um protecionismo sem precedentes certamente nos induz ao fortalecimento do bloco e buscar novas oportunidades", declarou Fávaro. As conclusões dos ministros, que devem ser apresentadas oficialmente ainda na tarde desta quinta, serão levadas para a cúpula de líderes do Brics, marcada para julho, no Rio de Janeiro. Veja Mais
O que é a 'supercana' de Eike Batista, a nova aposta para reerguer seu império
Ele já foi o homem mais rico do Brasil, mas viu a fortuna evaporar em meio ao colapso de suas empresas e de acusações de corrupção. “De volta”, Eike Batista promove uma variedade de cana-de-açúcar que ele diz ser muito mais produtiva que a convencional - e que foi recebida com desconfiança pelo setor. Eike Batista em seu escritório no Rio: 'supercana' foi recebida com desconfiança pelo setor Reuters via BBC Depois de quase uma década longe dos holofotes, o empresário Eike Batista anunciou no fim de fevereiro em suas redes sociais que estava "de volta". "I'm back", ele escreveu no X, ao compartilhar uma notícia da plataforma de informações financeiras Bloomberg em que ele alegava ter garantido investimento de US$ 500 milhões (cerca de R$ 2,95 bilhões) para seu mais recente empreendimento: explorar uma nova variedade de cana-de-açúcar como matéria-prima para a produção de combustível de aviação e embalagens sustentáveis. Também em inglês, o post seguinte marcava Elon Musk, o bilionário à frente do X e de empresas como Tesla e SpaceX: "Hey @elonmusk, remember Rio '08? Let's talk supercana and X!" ('"Hey Elon Musk, lembra do Rio em 2008? Vamos falar de supercana e X!") O texto fazia referência a um suposto encontro dele com o atual conselheiro sênior da gestão Donald Trump na Casa Branca — um churrasco na casa de Eike — e à aposta do empresário brasileiro no que apelidou de "supercana". Detalhe da apresentação sobre o projeto: segundo empresário, variedade de cana é muito mais produtiva que a convencional REPRODUÇÃO Nos comentários, as opiniões se dividiram. Alguns o parabenizaram pelo retorno ao mundo dos negócios, expressaram admiração por sua trajetória, enquanto outros reagiram com ceticismo e com críticas ácidas, muitas respondidas pelo empresário. "Nossa, como gosto de haters!!!", ele chegou a rebater, em maiúsculas. Parte da desconfiança se deve à trajetória de ascensão e ruína de Eike e de seu "império X", um conglomerado que reuniu empresas de logística, óleo e gás e mineração no final da década de 2000 e que em poucos anos desmoronou em meio a escândalos envolvendo, por exemplo, o suposto superdimensionamento do potencial de projetos nos quais as companhias estavam envolvidas. À BBC News Brasil, Eike se defendeu argumentando que parte dos objetivos ambiciosos daquela época não se concretizaram porque os brasileiros, "por uma questão cultural", não lhe deram o tempo de que precisava para reerguer seu negócio quando ele se viu diante de uma "crisezinha". E citou mais uma vez Elon Musk, que teria "quase pedido falência em 2019", para depois encaixar uma trajetória de crescimento em suas empresas. "Só que, nos Estados Unidos, o pessoal tem mais paciência. Viu que o projeto era bom e disse: 'Tá certo, vamos dar mais uma oportunidade'. Deixou ele levantar mais recursos na bolsa", completou, em entrevista por viodeconferência de seu escritório no Rio de Janeiro. Ele também se disse vítima da má gestão de executivos da empresa, que estariam entre os responsáveis pelos números que alimentaram as estimativas demasiadamente otimistas, comparando sua situação com o que aconteceu recentemente com as Americanas, que esteve no centro de uma fraude contábil. Eike chegou a ser o homem mais rico do Brasil, com uma fortuna que atingiu US$ 34,5 bilhões em 2012. Foi preso em 2017 e detido em 2019 no escopo da Operação Lava Jato, assinou acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República em 2020 e foi condenado pela Justiça Federal do Rio por crimes contra o mercado de capitais em 2021. Ele é alvo de cinco ações penais em andamento e recorre em todas elas. Parte de seu patrimônio ainda está bloqueada pela Justiça. Um dos aspectos mais marcantes da derrocada do império X foram as promessas bilionárias que não se concretizaram, em especial as reservas de petróleo da OGX, que acabaram revisadas para uma fração do previsto inicialmente, dando início à crise que engoliu o grupo em 2013. Daí o ceticismo em torno da "supercana" que o empresário tenta agora promover, que produziria de duas a três vezes mais etanol por hectare do que a cana convencional e de 7 a 12 vezes mais bagaço, na mesma comparação. Essa não é, contudo, a única razão. Leia também: Até no cachorro-quente: caviar invade pratos em restaurantes nos EUA Novo capítulo de uma história antiga Muita gente da indústria canavieira olhou para o anúncio com ressalvas. Primeiro, porque o setor passou anos investindo em pesquisas de variedades de cana-de-açúcar semelhantes à do projeto, que produzissem mais bagaço, e acabou abandonando a maioria das iniciativas, que muitas vezes não se mostraram economicamente viáveis. Depois, porque o próprio negócio que é hoje foco do empresário também tem uma história que críticos veem como fracassada. O empresário Rubens Ometto, controlador da Cosan, conglomerado que atua na produção de etanol e açúcar, tocou em ambos os assuntos em um comentário breve durante uma conferência promovida pelo banco BTG Pactual em fevereiro. "Falar do Eike... É difícil criticar, mas já fizemos isso e abortamos. Começamos pequenos e abortamos. Conheço os técnicos que estão lá, que eram daquela empresa da Votorantim...", ele disse. Um dos técnicos aos quais Ometto faz referência é o agrônomo Sizuo Matsuoka, que há décadas se dedica ao melhoramento genético da cana-de-açúcar e é personagem central da nova empreitada de Eike Batista. Por e-mail, ele declinou o pedido de entrevista feito pela BBC News Brasil. Neto de imigrantes japoneses, Matsuoka começou a estudar sobre cana-de-açúcar em 1968 no Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e foi professor da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). No início dos anos 2000, fez parte da equipe que fundou a CanaVialis, uma iniciativa da Votorantim Novos Negócios focada no melhoramento genético da cana com diferentes finalidades, para desenvolvimento de variedades que produzissem mais açúcar, por exemplo, ou mais bagaço. A pesquisa do agrônomo se concentrou nessa última vertente, que acabou ficando conhecida no setor como "cana-energia". Nesse tipo de aplicação, a biomassa da cana (o bagaço) é, de forma simplificada, queimada para produzir energia. A lógica é a mesma da lenha ou de qualquer outra matéria orgânica usada com fim semelhante: o calor da queima esquenta água até que ela produza vapor, que deve então ser capaz de girar uma turbina para converter energia mecânica em energia elétrica. Por isso, o foco do melhoramento genético em variedades que produzissem mais bagaço. Quanto mais bagaço, mais insumo para queimar. "Cana-energia nada mais é do que você tentar selecionar variedades de cana que, em vez de produzirem açúcar, transformem esse açúcar em celulose", explica Fernando Reinach, que foi contemporâneo de Matsuoka na CanaVialis e presidente da companhia. "Ela não é uma 'supercana'. É selecionada para, em vez de produzir açúcar, produzir energia." Em 2008, a CanaVialis foi vendida para a Monsanto, que fechou a empresa em 2015. Muito antes disso, contudo, Matsuoka havia deixado a companhia para investir no próprio negócio, batizado de Vignis, e dar continuidade à sua pesquisa. Em uma entrevista ao jornal Folha de S.Paulo em 2014, ele disse que a decisão de sair se deu porque sabia que a ideia da cana voltada para a produção de biomassa e energia ia "se perder" na CanaVialis, que teria eleito outras prioridades de pesquisa. Cana com mais bagaço é mais dura e mais difícil de ser processada GETTY IMAGES A Vignis operou entre 2011 e 2017, quando entrou em recuperação judicial. Eike se aproximou de Matsuoka ainda em 2015, quando, por meio de uma companhia batizada de BRX, embarcou no negócio. Na visão do empresário, a falência da Vignis foi de certa forma efeito colateral das dificuldades financeiras que o grupo Odebrecht, que era então um de seus principais clientes, passou a enfrentar quando se viu no centro da Operação Lava Jato. "Se a Odebrecht não tivesse quebrado lá atrás, essa empresa [Vignis] já estaria voando há muito tempo", ele comentou durante a conversa com a reportagem. Apesar do revés, ainda segundo Eike, o agrônomo insistiu na pesquisa nesses últimos anos, tendo importado germoplasmas (material genético) de cana-de-açúcar dos Estados Unidos, da França e da ilha de Barbados e promovido cruzamentos para desenvolver 17 novas variedades. "Por isso que a gente chama esse o maior programa de melhoramento genético convencional do mundo", diz Eike. O "convencional" se deve ao fato de que as variedades são desenvolvidas a partir do cruzamento de plantas, ao contrário, por exemplo, da engenharia genética feita em laboratório, que produz plantas geneticamente modificadas. Saiba também: Como bacalhau virou prato típico da Sexta-Feira Santa Chocolate de Dubai: como o desejo de uma grávida virou febre mundial (que já chegou ao Brasil) As críticas Na última década, contudo, os projetos na área de cana-energia têm sido abandonados pelos principais centros de pesquisa do país. O Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), uma das referências globais no desenvolvimento de variedades de cana-de-açúcar, é um exemplo. Segundo sua assessoria de imprensa, o foco hoje é no desenvolvimento de "variedades por melhoramento genético e biotecnologia tendo em vista o aumento da produtividade dos canaviais e controle da broca-da-cana". O CTC não respondeu ao questionamento feito pela reportagem sobre a razão para a ausência de pesquisas especificamente na área de cana-energia. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), por sua vez, também declinou pedido de entrevista da BBC News Brasil. Sua assessoria de imprensa afirmou que "pesquisas com cana-de-açúcar acontecem em diferentes centros de pesquisa da empresa", mas que, "considerando o contexto da matéria, o tema 'supercana' não está entre os abordados em nossas pesquisas no momento". Reinach enxerga pelo menos duas principais razões que explicam por que a cana-energia saiu do foco do setor nos últimos anos. Uma delas é que ela tem poder calorífico menor do que outras fontes de biomassa, como a lenha, por exemplo. Ou seja, é necessário um volume maior de bagaço para produzir a mesma quantidade de energia. Isso significa maior custo de transporte, caso o bagaço tenha que ser queimado em um local mais distante de onde a cana foi plantada. "Quando você traz de longe, ele fica não competitivo", explica o pesquisador, que é membro da Academia Brasileira de Ciências. Cana cresce mais rápido do que outras fontes de biomassa, mas tem poder calorífico menor GETTY IMAGES Outro motivo seria o fato de que a cana que produz mais celulose e menos açúcar é muito mais difícil de processar. "Ela fica tão dura que é quase impossível você colocar em uma moenda para tentar tirar açúcar", ilustra. Esse ponto também foi destacado por José Carlos Hausknecht, sócio-diretor da consultoria MB Agro. Ele cita o caso ilustrativo da GranBio, empresa que investiu na cana-energia para produção de etanol de segunda geração (feito a partir de celulose em vez de açúcar) nos últimos dois anos e esbarrou em uma série de problemas, entre eles, a tecnologia usada para processar o bagaço. A empresa acreditava, equivocadamente, que conseguiria utilizar o maquinário que já era empregado em outros tipos de biomassa, como a madeira, para processar a cana. Foi o que disse, em janeiro, o CEO da companhia, Bernardo Gradin, durante o lançamento do projeto que justamente reorientou a direção dos esforços do negócio. Segundo reportagem da plataforma Capital Reset, o uso de bagaço de cana e de outros tipos de biomassa para produzir o combustível verde não seria mais o foco, que passaria a fontes como o biometano. 'A gente não está aqui pra divulgar mentira' Questionado pela reportagem sobre as críticas, Eike Batista diz que seu objetivo não é explorar a "supercana" para produzir energia por meio da queima, mas para usos "mais nobres", como matéria-prima para a fabricação de plástico biodegradável, a partir do bagaço, e de combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês), a partir do etanol. "O etanol vai pro SAF, que eles querem botar na [nos aviões da] Emirates", diz o empresário, referindo-se ao fundo árabe que, segundo ele, prometeu os US$ 500 milhões para o investimento, o Abu Dhabi Investment Group (Adig). Sobre a dificuldade de processar a cana com mais bagaço, ele afirma que o projeto prevê o desenvolvimento de novas máquinas, maiores e mais reforçadas. "As pessoas levam de um jeito muito leve: 'Ah, as plantas não dão para processar essa cana'. Mas peraí, se eu tô produzindo três vezes mais, essa conta se paga numa velocidade absurda. Por isso, nosso negócio começa todo do zero", pontua. Segundo o empresário, a "supercana" é hoje cultivada de forma experimental em uma usina de referência no interior de São Paulo, em Araras. O projeto modelo deve ter início neste ano, com o plantio de 50 hectares no norte do Estado do Rio, em uma região próxima ao porto de Açu, onde também serão construídas três fábricas de processamento. As projeções dos gestores preveem que as embalagens a partir do bagaço comecem a ser produzidas em 2026 e o SAF, a partir de 2028. A estimativa é que, até 2031, a área plantada alcance 70 mil hectares. Eike diz que já tem sido procurado por cooperativas interessadas em fazer consórcios. E encerra a entrevista se referindo aos "haters": "Tem gente que [fala] 'Ah, mas o Ometto falou…', mas tem gente que vai pesquisar mais, vai querer ver e todo mundo vai falar assim: 'Não, a supercana do Eike que vai virar tudo de cabeça para baixo'. E a gente não está aqui para ficar divulgando o quê, uma mentira? Que besteira é essa?" Cachaça tem cabeça, coração e cauda; saiba qual parte pode ser consumida Veja Mais
34% dos brasileiros vivem em trechos de ruas sem nenhuma árvore, aponta IBGE
59 milhões de pessoas vivem em trechos de ruas sem árvores, segundo dados do Censo 2022 divulgados nesta quinta-feira (17). O estado com o menor percentual de vias arborizadas no Brasil é Sergipe, com 39%. Rua arborizada em Araraquara, no interior de São Paulo. Amanda Rocha/Arquivo pessoal O Brasil tem 34% da população — o equivalente a 59 milhões de pessoas — vivendo em vias sem nenhuma árvore, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Por outro lado, quase 115 milhões de habitantes (66% do total), residem em trechos de ruas arborizadas. Entre essas vias arborizadas, 36 milhões de pessoas (20,4%) vivem em locais com até duas árvores, 23,5 milhões (13,5%) em vias com três ou quatro árvores, e 56 milhões (32,1%) em vias com cinco árvores ou mais. Trechos distintos de uma mesma rua são tratados de forma diferente. Assim, se uma pessoa mora em um trecho que tem árvore, o IBGE considera que ele mora em um trecho arborizado. Se outra mora em um trecho que não tem árvore, é considerada que ele mora em um trecho sem árvore. As informações são da pesquisa Características Urbanísticas do Entorno dos Domicílios, realizada com base no Censo Demográfico de 2022. O levantamento avalia as condições das vias onde vive a população brasileira. Saiba mais: INFOGRÁFICO: A rua do brasileiro Censo 2022: mais da metade das cidades não tem nenhuma via para bicicletas, diz IBGE Censo 2022: 16% dos brasileiros vivem em trechos de ruas sem calçadas e só 15% têm acesso a rampas para cadeirantes O IBGE analisou 63.104.296 domicílios (69,5% do total), localizados em setores urbanos ou em setores rurais com características urbanas. Ao todo, foram consideradas as áreas onde moram 174.162.485 brasileiros — o equivalente a 86% da população. Foram analisadas condições de infraestrutura urbana, como iluminação, arborização, pavimentação, transporte, calçadas, acessibilidade e sinalização. Estados mais e menos arborizados O estado com o menor percentual de vias arborizadas no Brasil é Sergipe, com 38,5%. Já o Mato Grosso do Sul é o com o maior percentual de moradores que vivem em trechos de ruas com árvores, com 92,5%. Em seguida vem o Distrito Federal (84,2%) e o Paraná (82,6%). Dois estados amazônicos estão entre os estados que têm o menor percentual de moradores que vivem em vias arborizadas: Amazonas tem 44,6% e o Acre, 42%. A densidade da arborização segue o padrão dos percentuais de moradores de trechos de ruas com árvores. O Mato Grosso do Sul e o Distrito Federal têm, respectivamente, 59% e 56,4% dos moradores vivendo em trechos de ruas com 5 ou mais árvores. O mesmo acontece no extremo oposto. O Acre tem densidade de 10,7% de trechos de trechos de ruas com cinco ou mais árvores e o Amazonas, 13,7%. Entre as 10 cidades com maior percentual de trechos de trechos de ruas arborizadas, seis estão no estado de São Paulo, três no Paraná e uma no Mato Grosso do Sul. Concentração Urbana – Maiores percentuais (%) Já entre as dez concentrações urbanas com menos trechos de ruas arborizadas, quatro estão em Santa Catarina, duas em Minas Gerais, e uma na Bahia, Maranhão, Pará e Pernambuco. Concentração Urbana – Menores percentuais (%) Iluminação pública Iluminação pública em Jaraguá do Sul Divulgação | PMJS De acordo com a pesquisa, 169,7 milhões dos brasileiros — equivalente a 97,5% — vivem em trechos de ruas que têm iluminação pública. Todos os estados têm mais de 90% dos seus moradores vivendo nessas condições, com exceção de um: Amapá, onde o percentual de brasileiros com iluminação pública em suas ruas é de 88,5%. Há 51 cidades com menos de 80% de moradores em trechos de ruas com iluminação pública. Essas cidades representam 0,9% de todos os municípios pesquisados. Veja Mais
'Bullying', unilateralismo e ameaça à paz: os argumentos da China para levar para a ONU a conduta do governo Trump no tarifaço
Em carta enviada aos países membros das Nações Unidas, o governo chinês acusa os Estados Unidos de intimidar e 'lançar uma sombra sobre os esforços globais pela paz e desenvolvimento' ao usar tarifas como armas. Trump (presidente dos EUA) e Xi Jinping (presidente da China) AFP A China enviou uma carta para todos os 193 Estados-membros das Nações Unidas para convocá-los para uma reunião informal do Conselho de Segurança da ONU na próxima quarta-feira (23). ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp A nota-convite para a reunião, que deve ser realizada no próximo dia 23, critica especificamente os EUA pelo tarifaço imposto por Donald Trump. Pequim acusa a Casa Branca de praticar "bullying" contra o resto do mundo, em particular os países em desenvolvimento, e de tomar decisões unilaterais. O texto também acusa Washington de "violar gravemente as regras do comércio internacional (...) lançando uma sombra sobre os esforços globais pela paz e desenvolvimento". Segundo a agência de notícias Reuters, a missão dos EUA nas Nações Unidas encaminhou um pedido de comentário sobre a reunião planejada pela China ao Departamento de Estado, mas ainda não obteve resposta. A agência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento disse, nesta quarta-feira, que o crescimento econômico global pode desacelerar para 2,3%, à medida que as tensões comerciais e a incerteza impulsionam uma tendência recessiva. Os últimos desdobramentos da guerra comercial entre China e EUA Mais cedo, nesta quarta, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Li Jian, afirmou que os Estados Unidos deveriam interromper sua prática de "pressão máxima" e desistir de ameaças e chantagens se realmente quiserem dialogar e negociar com o país asiático para evitar a crescente guerra tarifária. A afirmação chega apenas um dia após um comunicado no site oficial da Casa Branca informar que a China irá encarar tarifas de até 245% como resultado de suas "ações retaliatórias". China proíbe entrega de jatos da Boing em reação ao tarifaço de Trump No mesmo dia, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que o presidente Donald Trump considera que os americanos não precisam firmar um acordo comercial com a China sobre tarifas. Segundo ela, a responsabilidade pelas negociações sobre tarifas recíprocas agora está com o governo chinês. "A bola está com a China. A China que precisa fazer um acordo conosco. Nós não precisamos fazer um acordo com eles. Não há diferença entre a China e qualquer outro país, exceto pelo fato de que eles são muito maiores — e a China quer o que nós temos... o consumidor americano", afirmou ela. Em resposta à Casa Branca, o porta-voz chinês relembrou que a guerra tarifária foi iniciada pelos EUA, não pela China. "A China não quer uma briga, mas também não tem medo de uma", disse Li Jian. Lin Jian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China Reuters A guerra comercial entre os dois países começou no início deste mês quando o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou um tarifaço contra produtos chineses e de vários outros países. Uma semana depois, as tarifas foram reduzidas por um prazo de 90 dias para negociações. No entanto, os EUA mantiveram e ampliaram as taxas para os produtos da China. Atualmente, a taxa aplicada pelos EUA a produtos chineses é de até 245%. A exceção é para produtos eletrônicos, como smartphones e laptops. Já a China está taxando em 125% os produtos americanos. Veja Mais
Para acalmar oposição, governo estuda turbinar programa habitacional para policiais criado por Bolsonaro
Na tentativa de acalmar a oposição ao governo Luiz Inácio Lula da Silva nas discussões da PEC da Segurança Pública, o Ministério da Justiça passou a discutir ressuscitar um outro programa. Técnicos da pasta concluíram nesta semana um projeto de lei que amplia o programa Habite Seguro, criado no governo Jair Bolsonaro para subsidiar a compra da casa própria para policiais e agentes de segurança. O Habite Seguro foi lançado em 2022 e prevê condições especiais de financiamento imobiliário para essas categorias. O Ministério da Justiça, hoje comandado por Ricardo Lewandowski, quer ampliar o número de beneficiários e facilitar os criterios para a participação no programa. Entenda os Principais Pontos da PEC da Segurança Nos bastidores, a proposta está sendo vista como uma "contrapartida" para a PEC da Segurança – que o governo elabora desde o ano passado, mas ainda não enviou ao Congresso Nacional. As alterações previstas na PEC incluem uma maior participação da União no combate à violência. A proposta vem sendo mal recebida por parte do Congresso e sofre, também, resistência de diversos governadores. Com o Habite Seguro "turbinado", o governo espera acalmar as críticas e disputar o protagonismo na pauta da segurança pública – considerada prioridade máxima pela população, segundo pesquisa Quaest do início do mês. A articulação política do governo avalia que partidos de direita se apropriaram do tema, e que é preciso reagir. O texto do novo projeto foi encaminhado internamente para os ministérios mais próximos a Lula – e ainda não tem data paraser protocolado no Congresso. 'Governo federal não quer intervir nos estados', diz Lewandowski sobre PEC da Segurança Veja Mais
Dólar opera em alta, com expectativa por discurso de presidente do BC dos EUA; Ibovespa cai
No dia anterior, a moeda norte-americana avançou 0,67%, cotada a R$ 5,8905. Já o principal índice acionário da bolsa de valores brasileira encerrou em queda de 0,16%, aos 129.245 pontos. Notas de dólar, em 10 de abril de 2025 Tatan Syuflana/ AP O dólar inverteu o sinal e opera em alta nesta quarta-feira (16), com os mercados na expectativa pelo discurso previsto para hoje de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos). O discurso, previsto para o início da tarde, é importante porque pode trazer novas pistas sobre a condução das taxas de juros na maior economia do mundo, hoje entre 4,25% e 4,50% ao ano. Embora agentes do mercado financeiro acreditem que o Fed possa cortar os juros ainda neste ano, a política tarifária do presidente americano, Donald Trump, gera incertezas porque, com mais tarifas, a tendência é que haja um aumento da inflação. Juros maiores nos EUA podem encarecer o dólar, porque aumentam a rentabilidade dos títulos públicos do país, ainda considerados o investimento mais seguro do mundo. O que são as Treasuries e como Trump está ameaçando o status de ‘investimento mais seguro do mundo’ Além da expectativa por Powell, o mercado também reage aos novos capítulos da guerra comercial entre EUA e China. Nesta terça (15), a Casa Branca publicou um documento que, sem aviso prévio, informou que as tarifas sobre os produtos chineses são de até 245% agora. No mesmo dia, a porta-voz do governo, Katherine Leavitt, disse que os EUA estão dispostos a negociar, mas indicou que é a China quem deve procurar Trump para chegar a um acordo. Já nesta quarta, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Li Jian, afirmou que os EUA deveriam desistir de ameaças e chantagens se realmente quiserem dialogar e negociar com o país asiático para evitar a crescente guerra tarifária. O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, opera em baixa. Veja abaixo o resumo dos mercados. Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair Veja Mais
Senadores e empresários farão caravanas aos EUA para buscar alternativas ao 'tarifaço' de Trump
Ideia da Comissão de Relações Exteriores do Senado e da CNI é enviar representantes ao país em maio. Governo Lula também aposta em negociações com órgão de comércio. Em ações paralelas às negociações conduzidas pelo governo federal, senadores e empresários brasileiros passaram a organizar nas últimas semanas a ida de comitivas aos Estados Unidos para tentar negociar com setores da política e da economia americana alternativas ao "tarifaço" anunciado pelo presidente Donald Trump. Trump chegou a anunciar um tarifaço global, mas suspendeu as novas tarifas por 90 dias para a maioria dos países. Getty Images via BBC Recentemente, o Congresso Nacional aprovou, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou, a chamada Lei da Reciprocidade. Com isso, o governo fica autorizado a retaliar países que impuserem tarifas que contrariem acordos comerciais e possam prejudicar as exportações brasileiras. Mesmo assim, o entendimento no Ministério das Relações Exteriores é o de que o país precisa continuar negociando com o governo americano, encontrando alternativas ao "tarifaço", embora agora tenha uma espécie de marco legal que autorize a retaliação. Nesse cenário, em que o governo Lula ainda vê margem para negociar com os Estados Unidos antes de optar pela retaliação, o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Nelsinho Trad (PSD-MS), e a Confederação Nacional da Indústria (CNI) passaram a articular comitivas para ir aos EUA tentar encontrar possíveis saídas. 5 perguntas e respostas rápidas sobre o tarifaço de Trump No caso da CNI, por exemplo, a expectativa da entidade é incluir cerca de 15 empresas brasileiras na comitiva que viajará para os Estados Unidos. O grupo espera se reunir com representantes do governo Trump e com empresários locais para discutir "agendas de facilitação de comércio e abertura de mercados de forma equilibrada". Pela agenda prevista, a viagem acontecerá de 8 a 17 de maio, e o presidente da CNI, Ricardo Alvarez Alban, chefiará a delegação. Deverão integrar o grupo representantes de setores como energia, combustíveis, máquinas e equipamentos, além de biocombustíveis. "Reiteramos a disposição da indústria de contribuir com as negociações com os parceiros americanos. A missão empresarial estratégica para os EUA tem justamente o objetivo de aprofundar o relacionamento e discutir caminhos para fortalecer a cooperação e o comércio entre o Brasil e os Estados Unidos", afirmou Alban em nota. Os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás somente da China. E, mesmo com a balança comercial superavitária para os americanos, a Embaixada dos EUA em Brasília divulgou um comunicado em português, atribuído à Casa Branca, no qual citou o Brasil entre os países que "sufocam" parte da economia americana. Pontos negativos e positivos do Tarifaço de Trump para o Brasil, segundo especialistas Arte/g1 Busca por apoio de parlamentares Segundo interlocutores de Nelsinho Trad, o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado tem articulado com o encarregado de Negócios da Embaixada dos Estados Unidos em Brasília, Gabriel Escobar, um convite por parte da própria representação diplomática para que um grupo de parlamentares viaje a Washington. O entendimento de Nelsinho Trad é que, se o Senado for discutir a criação de uma comitiva, isto pode levar um tempo maior. Em vez disso, o parlamentar articula com Escobar um convite partindo da própria embaixada para tentar acelerar a definição dos nomes e já definir a data. Segundo aliados de Trad, a ideia do senador não é fazer um contraponto ao trabalho do Ministério das Relações Exteriores, mas, sim, encontrar uma saída em conjunto, unindo possíveis ações do governo federal e o Congresso Nacional. Governo quer reciprocidade comercial, mas aposta na negociação Retaliações 'seletivas' Especialistas do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) divulgaram uma análise na qual afirmam que, diante do "tarifaço" promovido pelos Estados Unidos, o Brasil deve agir com "cautela" e mirar eventuais "retaliações seletivas" caso decida responder à Casa Branca, isto é, focando em setores específicos, não de forma generalizada. Para os especialistas do Cebri, as regras do comércio internacional "estão sendo demolidas e reescritas diante de nossos olhos". Diante disso, afirmam que o Brasil tem duas opções: "permanecer como mero espectador" ou "mobilizar seu arsenal estratégico para defender seus interesses", por exemplo, buscando novos mercados. "O momento exige cautela, mas também audácia — e, sobretudo, a compreensão de que concessões pontuais em setores protegidos podem fortalecer nossa posição, impulsionar a competitividade e evitar a armadilha de um protecionismo ainda maior", afirma um trecho do documento. "Retaliação não é vingança, é alavancagem. Uma política inteligente de retaliações seletivas deve mirar precisamente setores de grande peso político dentro dos EUA", diz o Cebri em outro trecho da publicação. Veja Mais
Semana de 4 dias: as percepções dos chefes e funcionários, 1 ano após a redução da jornada
Colaboradores estão mais engajados, menos ansiosos, e conseguem conciliar melhor a vida pessoal e profissional. No entanto, destacam a necessidade de um planejamento eficiente para não prejudicar as folgas. Empresa de design de Belo Horizonte (MG) adotou semana de 4 dias Greco/Divulgação As empresas brasileiras que participaram de um experimento sobre a semana de 4 dias de trabalho notaram um aumento de 60% no engajamento dos funcionários, um ano após o início da redução da jornada. Veja Mais
Equipe econômica propõe meta de superávit para 2026, mas estima contas no vermelho; entenda
Lei de Diretrizes Orçamentárias inclui permissão para governo abater R$ 55 bilhões em despesas fora da meta em 2026, principalmente com precatórios (sentenças judiciais). Se números se confirmarem, governo Lula será inteiro 'no vermelho'. A equipe econômica encaminhou nesta terça-feira (15) ao Congresso Nacional o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) para o ano de 2026 com uma meta de superávit para as contas do governo. Para 2026, a meta proposta é de um saldo positivo de 0,25% do PIB – cerca de R$ 34,3 bilhões. De acordo com o arcabouço fiscal, aprovado em 2023, há um intervalo de tolerância de 0,25 ponto percentual em relação à meta central. Ou seja: a meta será considerada formalmente cumprida se o governo tiver saldo zero, ou se chegar a um superávit de R$ 68,6 bilhões. O texto, no entanto, permite que o governo retire desse cálculo R$ 55,1 bilhões em despesas. E use esses recursos para pagar, por exemplo, precatórios (gastos com sentenças judiciais). Na prática, portanto, a previsão é de que o governo tenha um rombo de R$ 16,9 bilhões nos cofres em 2026 – mesmo que, para o cálculo oficial da meta, apresente um resultado positivo. Se os números se confirmarem, as contas do governo devem ficar negativas durante todo o governo Lula. Em 2020, as contas foram afetadas pelo pagamento dos gastos extraordinários para o enfrentamento da Covid-19. Em 2022, o resultado voltou a ficar positivo (superavitário) após oito anos. A principal mudança foi a criação de um teto para o pagamento de precatórios. Em 2023, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ampliou gastos sociais, viabilizando o pagamento do Bolsa Família no valor de R$ 600. E incluiu novamente parte de precatórios no resultado primário. No ano passado, além do pagamento de precatórios fora da meta fiscal, também houve ajuda ao estado do Rio Grande do Sul, que enfrentou fortes enchentes. Governo cumpre meta fiscal dentro do limite de tolerância A LDO O projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) encaminhado pelo governo estabelece as bases para a elaboração do orçamento do próximo ano. Já o projeto com o orçamento em si — a Lei Orçamentária Anual (LOA) — é enviado pelo governo ao Congresso até 31 de agosto. Ambos os projetos precisam ser aprovados pelo Congresso Nacional. Veja Mais
Bernard Arnault perde US$ 11,3 bilhões em um dia, após piora dos resultados da LVMH
Receitas do conglomerado vieram abaixo do esperado no 1º trimestre. Queda das ações fez a LVMH perder o posto de maior empresa de luxo da Europa em valor de mercado para a rival Hermès. Bernard Arnault, presidente da Louis Vuitton, durante apresentação dos resultados da empresa, em Paris. Reuters/Stephanie Lecocq Bernard Arnault, dono da holding de marcas de luxo LVMH, viu sua fortuna cair US$ 11,3 bilhões (R$ 66,5 bilhões) nesta terça-feira (15), segundo a revista Forbes. A perda é resultado do pessimismo de investidores, que não gostaram dos resultados da empresa no primeiro trimestre de 2025. As ações da LVMH caíram quase 8% nesta terça, por conta das receitas abaixo do esperado. Com as perdas, a fortuna de Arnault caiu para US$ 146,4 bilhões, segundo a Forbes. Ainda assim, ele é o sexto homem mais rico do mundo, atrás de figuras como Elon Musk (US$ 369,7 bilhões), Jeff Bezos (US$ 196,3 bilhões) e Mark Zuckerberg (US$ 180,2 bilhões). O recuo da LVMH fez o valor de mercado da empresa recuar de 248 bilhões de euros para 244 bilhões de euros. A companhia — dona da Louis Vuitton, Dior e Sephora — perdeu o posto de maior empresa de luxo da Europa em valor de mercado. A líder agora é a rival Hermès, com sede também em Paris, na França. Bernard Arnault: quem é e de onde vem a fortuna do homem mais rico do mundo LEIA MAIS Lista de bilionários da Forbes tem 288 novatos em 2025 Lista de bilionários da Forbes tem 55 brasileiros Famosos e bilionários: veja as celebridades mais ricas do mundo, segundo a Forbes Os resultados da LVMH A queda nas receitas da LVMH foi influenciada por fatores como a baixa demanda nos Estados Unidos e o cenário contínuo de vendas fracas na China. Embora as avaliações de mercado tendam a flutuar, as negociações desta terça-feira "refletem o desempenho divergente e o sentimento dos investidores em relação às duas empresas", disse Jelena Sokolova, analista sênior de ações da Morningstar, à agência Reuters. Sokolova destaca que a LVMH está mais exposta à camada inferior do espectro de luxo. Enquanto isso, a base de clientes da Hermès, que possui um poder aquisitivo ainda maior, permitiu que a empresa resistisse melhor à desaceleração do setor. A Hermès, que vende bolsas Birkin e Kelly de US$ 10.000 (R$ 58.701, sem contar os custos de importação), é conhecida por seu controle rígido da produção, mantendo um aumento de 6% a 7% ao ano. Flavio Cereda, responsável pela estratégia de investimento em marcas de luxo da GAM, considera que o foco da Louis Vuitton em produtos de luxo de médio valor é uma "área de preocupação". Para ele, haverá "dor no curto prazo, com certeza". A queda de 3% nas vendas da LVMH no primeiro trimestre — abaixo das expectativas dos analistas, que previam uma alta de 2% — apontou para outro ano difícil para as empresas de luxo, especialmente em meio ao tarifaço do presidente dos EUA, Donald Trump, que provocou temores de recessão. O desempenho sinalizou "um ambiente comercial mais difícil para o setor de luxo em geral", disse à Reuters o analista Piral Dadhania, do RBC. Ele reduziu sua previsão de vendas da LVMH este ano para a estabilidade, em comparação com o crescimento de 3% esperado anteriormente, citando a demanda fraca do primeiro trimestre. Veja Mais
Dólar opera em alta, com diminuição das expectativas de recuo do tarifaço; Ibovespa cai
Na segunda-feira, a moeda norte-americana recuou 0,34%, cotada a R$ 5,8512. Já o principal índice da bolsa de valores fechou em alta de 1,39%, aos 129.454 pontos. Notas de dólar, em 10 de abril de 2025 Tatan Syuflana/ AP O dólar opera em alta na manhã desta terça-feira (15), cotado a R$ 5,86, com investidores ainda reagindo às últimas notícias sobre o tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a uma possibilidade de recuo. Nesta segunda-feira (14), Trump sugeriu possíveis isenções para as tarifas de 25% impostas às importações estrangeiras de automóveis e peças automotivas, dizendo que estava "procurando algo para ajudar algumas das montadoras". Além disso, na sexta (11), isentou smartphones, laptops e outros eletrônicos das tarifas recíprocas aplicadas sobre mais de 180 países. A decisão trouxe um certo alívio aos investidores em meio ao tarifaço, apesar de o republicano destacar que os eletrônicos não estavam sendo exatamente liberados da taxação, mas que integrarão uma nova categoria de tarifas. Os mercados entenderam que a iniciativa poderia sinalizar uma maior disposição de Trump para negociar, sobretudo com a China. Nesta segunda-feira (14), porém, o Secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, disse que o país iniciou uma análise para taxar produtos farmacêuticos e semicondutores, o que confirma o anúncio de Trump sobre a criação da nova categoria de tarifas, e não uma liberação dos eletrônicos do tarifaço. Além disso, nesta terça, a China ordenou que suas companhias aéreas não recebam mais entregas de jatos da Boeing, em resposta ao tarifaço. As ações da empresa caíram 3% no pré-mercado. No Brasil, o Ibovespa, principal índice de ações da bolsa de valores brasileira, abriu em queda. O destaque de hoje por aqui é o envio ao Congresso do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2026. Veja abaixo o resumo dos mercados. Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair Veja Mais
Abono salarial PIS-Pasep 2025 terá novo pagamento nesta terça; veja quem vai receber
Beneficiados nascidos entre os meses de março e abril receberão até um salário mínimo nesta terceira fase. Valores ficarão disponíveis até o dia 29 de dezembro. PIS/Pasep Marcello Casal Jr/Agência Brasil O abono salarial PIS-Pasep 2025, referente ao ano-base 2023, terá novo pagamento nesta terça-feira (15). Desta vez, o benefício será destinado aos trabalhadores que nasceram nos meses de março e abril. Os valores ficarão disponíveis para saque até o encerramento do calendário em 29 de dezembro de 2025. (Confira todas as datas abaixo) ➡️ O abono salarial é um benefício no valor de até um salário-mínimo concedido anualmente a trabalhadores da iniciativa privada (PIS) e a servidores públicos (Pasep) que atendem aos requisitos do programa. No geral, têm direito ao abono pessoas que trabalharam durante pelo menos 30 dias no ano-base e receberam até dois salários-mínimos por mês. (Veja todos os requisitos abaixo) O banco de recebimento, data e os valores, inclusive de anos anteriores, estão disponíveis para consulta no aplicativo Carteira de Trabalho Digital e no portal gov.br. (Veja passo a passo de como consultar abaixo) Assim como em 2024, o calendário de pagamento de 2025 foi unificado: tanto os trabalhadores da iniciativa privada como os servidores públicos vão receber de acordo com o mês de nascimento de cada beneficiário. Ao todo, em 2025, serão disponibilizados R$ 30,7 bilhões para pagamento do benefício a cerca de 25,8 milhões de trabalhadores, segundo o Ministério do Trabalho. Em março, o Ministério do Trabalho já efetuou o pagamento para os nascidos no mês de fevereiro. Veja o calendário completo, além de perguntas e respostas: Consulta ao abono salarial PIS-Pasep 2025 já está liberada Calendário de Pagamento Abono Salarial PIS-Pasep 2025 (Ano-Base 2023) Veja perguntas e respostas: Como consultar? (passo a passo) Quem tem direito ao abono salarial? Quem não tem direito ao abono salarial? Qual é o valor? Como são os pagamentos? Canal de dúvidas 1. Como consultar? (passo a passo) Para fazer a consulta pelo aplicativo da Carteira de Trabalho Digital, siga o passo a passo: Certifique-se de que o aplicativo esteja atualizado; Acesse o sistema com seu número de CPF e a senha utilizada no portal gov.br; Toque em "Benefícios" e, em seguida, em "Abono Salarial". A tela seguinte irá informar se o trabalhador está ou não habilitado para receber o benefício. Vale lembrar que trabalhadores do setor privado também podem consultar a situação do benefício e a data de pagamento nos aplicativos Caixa Trabalhador e Caixa Tem. Volte ao índice. 2. Quem tem direito ao abono salarial? Os trabalhadores devem atender aos seguintes critérios para ter direito ao benefício: estar cadastrado no programa PIS/Pasep ou no CNIS (data do primeiro emprego) há pelo menos cinco anos; ter trabalhado para empregadores que contribuem para o Programa de Integração Social (PIS) ou para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep); ter recebido até 2 salários-mínimos médios (no valor em vigor no ano-base) de remuneração mensal no período trabalhado; ter exercido atividade remunerada durante pelo menos 30 dias, consecutivos ou não, no ano-base da apuração (2023); ter os dados informados pelo empregador (pessoa jurídica ou governo) corretamente na Relação Anual de Informações Sociais (Rais) ou no eSocial do ano-base considerado para apuração (2023). Volte ao índice. 3. Quem não tem direito ao abono salarial? empregado(a) doméstico(a); trabalhadores rurais empregados por pessoa física; trabalhadores urbanos empregados por pessoa física; trabalhadores empregados por pessoa física equiparada a jurídica. Volte ao índice. 4. Qual é o valor? O valor do abono salarial é proporcional ao tempo de serviço do trabalhador no ano-base em questão. O cálculo corresponde ao valor atual do salário-mínimo dividido por 12 e multiplicado pela quantidade de meses trabalhados no ano-base. Assim, somente quem trabalhou os 12 meses do ano-base recebe o valor total de um salário-mínimo. Com o aumento do salário mínimo, o valor do abono salarial passará a variar de R$ 126,50 a R$ 1.518,00, de acordo com a quantidade de meses trabalhados. Veja no gráfico abaixo: Volte ao índice. 5. Como são os pagamentos? O pagamento do PIS (Programa de Integração Social) aos trabalhadores da iniciativa privada é administrado pela Caixa Econômica Federal. São quatro opções para receber: As pessoas que possuem conta corrente ou poupança na Caixa receberão o abono automaticamente, informou o banco. Também é possível receber os valores por meio da Poupança Social Digital, cuja movimentação é feita pelo aplicativo Caixa Tem. Outra opção é fazer o saque com o cartão social e senha nos terminais de autoatendimento, unidades lotéricas e Caixa Aqui. Se o trabalhador não possuir cartão social, o pagamento também pode ser realizado em qualquer agência da Caixa com a apresentação de um documento de identificação. Já o Pasep (Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público) é válido para os servidores públicos, e os depósitos são feitos pelo Banco do Brasil. Nesse caso, o pagamento será realizado prioritariamente como crédito em conta bancária, transferência via TED, via PIX ou presencial nas agências de atendimento, informou o Ministério do Trabalho. Volte ao índice. 6. Ainda tem dúvidas? Mais informações podem ser solicitadas nos canais de atendimento do Ministério do Trabalho e nas unidades das Superintendências Regionais do Trabalho, pelo telefone 158 ou pelo e-mail: trabalho.uf@economia.gov.br (substituindo os dígitos UF pela sigla do estado do trabalhador). Volte ao índice. Saiba regras do PIS-Pasep: Consulta ao abono salarial PIS-Pasep 2024 é liberada Veja Mais
Pedidos de urgência para projetos mais antigos na Câmara estão há 15 anos na gaveta
O protocolo do pedido de urgência para levar ao plenário o projeto de anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023 está longe de garantir que o texto será votado. 8 de janeiro: ataques às sedes dos Três Poderes ficam registrados na memória nacional Reprodução/TV Globo A Câmara dos Deputados tem atualmente 1.177 pedidos de urgência no plenário, com os mais antigos tendo sido protocolados em 2010, ou seja, estão há 15 anos parados. A decisão de pautar um pedido de urgência é individual e exclusiva do presidente da Câmara, ou seja, o poder está com Hugo Motta (Republicanos-PB). Por conta disso, Motta vem sofrendo pressões de todos os lados: governo, parlamentares da oposição e situação e, claro, do próprio Supremo Tribunal Federal (STF), que ainda julga envolvidos na tentativa de golpe de Estado que culminou no 8 de janeiro. São 1.038 pedidos prontos para que a urgência seja votada – destes, seis esperam desde 2010 para serem analisados pelo plenário. O que é PL da Anistia e qual a “briga” no Congresso? Temor de retiradas O líder do Partido Liberal (PL), Sóstenes Cavalcante, protocolou nesta segunda-feira (14) o pedido de urgência para o projeto da anistia. A oposição conseguiu 262 assinaturas – pouco mais do que os 257 apoios necessários – contando com a ajuda de partidos da base do governo Lula (PT). A decisão do líder do PL se deu porque o governo se movimentava para pressionar parlamentares a retirar seus nomes da lista. Após o protocolo, não é mais possível retirar nomes individualmente. A única possibilidade é a retirada integral da proposta de tramitação, o que depende do apoio de metade mais um dos deputados que assinaram originalmente o requerimento. PL protocola requerimento de urgência para anistia Para que a urgência seja aplicada ao projeto da anistia, será preciso que o pedido seja aprovado pelo plenário da Câmara. A aprovação também depende de, no mínimo, 257 votos favoráveis. No entanto, Hugo Motta (Republicanos-PB), atual presidente da Câmara, já indicou a aliados que não tem intenção de colocar o texto para votar – e, no momento, o destino do pedido de urgência deve ser a gaveta. A ministra Gleisi Hoffmann (PT) já disse também ter confiança de que Motta não vai dar andamento ao projeto. Nesta semana, Motta está fora do Brasil, em viagem particular. Mesmo com o primeiro-vice-presidente, Altineu Cortes (PL-RJ), que é do partido de Bolsonaro, no comando da Câmara, há um acordo para esperar para que o colégio de líderes volte a discutir o assunto, depois da Páscoa. Veja Mais
Tarifaço de Trump: EUA começam estudo para taxar produtos farmacêuticos e semicondutores
No domingo, Trump negou que estaria retirando os eletrônicos das tarifas impostas para produtos importados. A isenção havia trazido alívio ao mercado financeiro nesta segunda-feira. iPhone e Donald Trump Apple e Reuters O Secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, iniciou as "investigações de segurança nacional" sobre importações de produtos farmacêuticos e semicondutores, de acordo com avisos publicados no Registro Federal nesta segunda-feira (14). A medida confirma o anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no domingo (13), que afirmava que a cadeia de eletrônicos não estava sendo liberada do tarifaço, e que o governo estava analisando sua mudança apenas para uma nova categoria de tarifas. Na sexta-feira, o governo americano havia isentado smartphones, laptops e outros eletrônicos das tarifas recíprocas. Com a decisão, esses produtos ficariam de fora das tarifas de 145% impostas à China, principal polo de produção de eletrônicos como o iPhone, e da alíquota de 10% aplicada à maioria dos outros países. A autoridade dos EUA listou 20 categorias de produtos, que além dos celulares e computadores, incluem semicondutores, chips de memória e monitores de tela plana. São itens que não costumam ser fabricados nos EUA e a instalação de uma produção no país exigiria anos de estruturação. As isenções anunciadas são um benefício direto a empresas de tecnologia dos EUA, como Nvidia e Dell, assim como própria a Apple, que fabrica iPhones e outros produtos de ponta na China. Trump, contudo, negou que estaria retirando os produtos das tarifas impostas para produtos importados: "Não houve 'exceção' tarifária anunciada na sexta-feira. Esses produtos [chineses] estão sujeitos às tarifas de 20% sobre o fentanil existentes e estão apenas mudando para um 'balde' tarifário diferente", disse. "Estamos analisando semicondutores e toda a cadeia de suprimentos de eletrônicos nas próximas investigações de tarifas de segurança nacional", afirmou o presidente dos EUA. Também no domingo, Lutnick havia afirmado que a isenção das tarifas sobre componentes eletrônicos seria temporária. Segundo ele, os EUA precisam fazer os próprios eletrônicos, veículos e remédios, como forma de proteger a segurança nacional. "Nós fizemos isso para automóveis, vamos fazer para farmacêuticos e para semicondutores. (...) Eles estarão isentos das tarifas recíprocas, mas estarão inclusos nas tarifas de semicondutores, que estão por vir daqui a provavelmente um ou dois meses", disse. Mercado financeiro respirava aliviado O último capítulo da saga do tarifaço trouxe alívio para os investidores, quando o governo americano isentou smartphones, laptops e outros eletrônicos das tarifas recíprocas aplicadas sobre mais de 180 países. Essa decisão exclui produtos estratégicos e que não são produzidos em larga escala nos EUA da tarifa de 145% que Trump aplicou sobre os produtos chineses. Ainda que Trump tenha avisado que os eletrônicos não estavam sendo liberados do tarifaço, os mercados entenderam que a iniciativa poderia sinalizar uma maior disposição dos EUA para negociar, sobretudo com a China. No primeiro pregão após a decisão dos EUA, as bolsas asiáticas e europeias fecharam em alta. Em Wall Street, os três principais índices também subiram. No Brasil, o Ibovespa, principal índice de ações da bolsa de valores brasileira, acompanhou a tendência e fechou em alta. Veja Mais
Preço do café deve seguir em alta até 2026, apontam especialistas; MG é o maior produtor do país
Perspectiva é que safra brasileira de 2025/2026 seja menor do que a 2024/2025, o que deve manter os preços elevados ao consumidor final. Dia Mundial do Café é celebrado nesta segunda-feira (14). Dia Mundial do Café: modo de preparo interfere no sabor O Dia Mundial do Café é celebrado nesta segunda-feira (14), mas os fãs da bebida, infelizmente, ainda não têm muito o que comemorar: especialistas do setor apontam que os preços da bebida devem continuar altos até o próximo ano. A safra brasileira de 2025/2026, que começa a ser colhida entre o fim de abril e maio, terá queda na produção total na comparação com a temporada 2024/2025, segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). A estimativa é de que a colheita do café arábica, mais sofisticado e líder na produção nacional, caia 13% em relação ao ano passado. Já o café robusta, mais simples, deve crescer 18%. Mesmo com essa alta do robusta, o volume total de produção ainda será menor do que em 2024. "Com esse quadro, com esse cenário, fica difícil prever redução de preço no consumidor final do café no curto prazo", apontou Márcio Ferreira, presidente do conselho da Cecafé. O cenário de menor oferta pressiona os preços, e a expectativa é de que o consumidor continue pagando caro pela bebida. Ainda de acordo com o Cecafé, apenas uma colheita bem-sucedida nesta safra, seguida de boas condições climáticas para floradas no segundo semestre, poderia indicar queda nos preços em 2026. "Se o mercado também estiver o mercado praticando preços abaixo dos atuais, existe uma possibilidade de que os preços pro consumidor comece a se ajustar entre o final deste ano e o início do que vem", completou. O Brasil deve produzir mais de 3,2 milhões de toneladas de café em 2025, de acordo com estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Minas Gerais é o estado que mais produz a commodity no país. Café filtrado, ou de coador, é um dos métodos mais tradicionais no Brasil e vem ganhando popularidade no exterior. (foto ilustrativa) Freepik Alta de 77,78% nos últimos 12 meses Em março, também segundo o IBGE, o café moído acumulou alta de 77,78% no acumulado dos 12 meses anteriores. Só em 2025, a alta já chega a 30%, e, entre fevereiro e março, o aumento foi de 8%. A valorização do produto é reflexo de diversos fatores, como a queda na oferta global — provocada por safras menores no Brasil e no Vietnã —, a alta do dólar e a especulação nos mercados internacionais. Na última safra, a saca de café chegou a ser cotada a US$ 582, recorde desde 1977, ainda segundo a Cecafé. Hoje, o preço gira em torno de US$ 476 por saca, ainda bem acima da média histórica. Assim como outras commodities, o café também é influenciado por fatores financeiros. O preço do produto sofre antecipações e especulações nas bolsas de valores, o que pode elevar os preços para além de motivações como o clima ou a oferta e a demanda. Ainda assim, o aumento nas prateleiras dos supermercados tem sido, segundo a Cecafé, menor do que a alta enfrentada pela indústria. Parte do impacto das cotações internacionais ainda não foi completamente repassada ao consumidor, como estratégia dos lojistas de fidelizá-los, mas a tendência é de que os preços sigam pressionados até o fim do ano. Café no Sul de Minas (foto ilustrativa) Divulgação / Emater-MG Impacto do “tarifaço” dos EUA pode ser limitado Outro fator que pode influenciar o mercado global de café é a taxação imposta pelos Estados Unidos sobre produtos importados. Todos os itens vendidos para os EUA, incluindo o café, passarão a ser taxadas em 10%, por determinação do presidente Donald Trump. O impacto dessa medida no mercado interno brasileiro, porém, deve ser limitado. Especialistas ouvidos pelo g1 apontam que, por um lado, é uma oportunidade de o país vender mais para os EUA, seu principal cliente no exterior — já que outros países produtores devem receber uma tarifação ainda maior que a brasileira. Por outro, um possível encarecimento da bebida naquele país poderia levar a uma queda no consumo. No primeiro trimestre de 2025, o Brasil exportou mais de US$ 1 bilhão e A crise no abastecimento de café também tem motivações climáticas. Desde 2020, eventos extremos como geadas, seca severa (efeito do El Niño) e chuvas em excesso (efeito do La Niña) afetaram a produção de países líderes no setor, como Brasil e Vietnã. Ao mesmo tempo, a demanda global pela bebida continua a crescer. Essa combinação de oferta limitada com procura crescente pelo produto elevou os preços nos mercados internacionais, impactando diretamente os custos da indústria e, por fim, os preços no varejo. Lavoura de café no Sul de Minas (foto ilustrativa) Divulgação / Emater-MG Vídeos mais assistidos do g1 MG Veja Mais
Guerra tarifária entre Trump e China é 'uma benção' para Brasil, diz Financial Times
Reportagem aponta que setor agropecuário brasileiro ganha mais participação e relevância no mercado chinês com guerra tarifária iniciada pelos Estados Unidos. Soja é produto de de destaque nas exportações em Roraima Divulgação A escalada da guerra tarifária entre Estados Unidos e China teve um efeito positivo na América do Sul, mais especificamente no Brasil: o aumento das taxas entre as duas maiores economias do mundo deu novo impulso ao setor agrícola brasileiro e já prejudica o agro americano. Esse é um dos destaques de uma reportagem publicada pelo jornal britânico Financial Times (FT) na edição de domingo (13/4). O texto destaca como China e União Europeia olham cada vez mais para o Brasil como uma "opção estável" de bens alimentícios, como soja, aves e carne bovina. Segundo a publicação, o Brasil já havia sido "o grande vencedor" da primeira troca de tarifas entre asiáticos e americanos, ocorrida ainda durante o primeiro mandato de Donald Trump. O setor agrícola brasileiro já havia conseguido "expandir dramaticamente sua liderança, outrora apertada, como o principal fornecedor de comida para Pequim", diz o FT. Mas, com o desenrolar de fatos das últimas semanas, quando o presidente americano anunciou taxas contra a China que podem chegar a até 145%, o Brasil pode novamente se beneficiar. O analista de agricultura Isham Bhanu foi entrevistado pela reportagem e declarou que a guerra tarifária representa uma "benção" para Brasil e também para a Argentina. "Os países asiáticos vão buscar relações ainda melhores com a América do Sul", antevê ele. O FT aponta que a venda de carne bovina brasileira para a China subiu um terço apenas no primeiro trimestre de 2025 em comparação com o mesmo período do ano anterior. O mesmo aconteceu com as aves, cujo aumento foi de 19%. A demanda estrangeira por soja brasileira também se elevou e ganhou vantagem sobre o mesmo grão produzido nos EUA. Esse recuo tem gerado repercussões entre o setor agropecuário americano. O FT aponta que Caleb Ragland, presidente da Associação Americana de Soja, publicou uma carta aberta pedindo que Trump faça um acordo "urgente" com a China. A reportagem aponta que a China vem bloqueando a entrada de carne bovina dos EUA no país, além de impor limitações à importação de soja, trigo, milho e sorgo americanos. Europa e China tentam aproximação, em meio à guerra comercial com os EUA Brasil em 'boa posição' — mas com gargalos Entrevistado pelo FT, Aurélio Pavinato, executivo da SLC Agrícola, uma das principais produtoras de grão do Brasil, destacou que o país estava "numa boa posição" para capitalizar diante da guerra tarifária. "Com a China de olho em diversificar os fornecedores e a Europa enxergando o Brasil como uma opção estável, vemos um crescimento da demanda estrangeira e um aumento significativo de preços", disse ele. A reportagem aponta que a participação dos EUA nas importações de comida pela China caíu de 20,7% em 2016 para 13,5% em 2023. Nesse mesmo período, a fatia brasileira pulou de 17,2% para 25,2%. No entanto, os Estados Unidos ainda possuem uma vantagem competitiva em relação ao Brasil: a infraestrutura. O FT revela alguns gargalos para escoar a produção brasileira, principalmente na capacidade dos portos do país. Mas especialistas consultados para a matéria apontam que a guerra tarifária pode levar a um aumento de investimentos estrangeiros na logística brasileira, justamente para facilitar esse transporte de alimentos para outras partes do mundo. Por fim, o FT destaca que os europeus aguardam a ratificação do acordo entre Mercosul e União Europeia (UE) — algo que pode representar mais um impulso para o setor agropecuário brasileiro. A preocupação aqui é se o Brasil terá capacidade de satisfazer sozinho esse aumento da demanda global diante das taxas impostas pelos EUA. Para Pedro Cordero, que representa a Federação Europeia de Manufatura de Alimentos, a UE vai competir com a China, além de outros países, pelos mesmos produtos. Isso pode representar um aumento dos preços dos alimentos, caso a demanda seja maior que a oferta, declarou ele ao FT. Veja Mais
Concurso dos Correios: resultado final é divulgado; veja como acessar
Mais de 1 milhão de pessoas realizaram as provas em dezembro. A seleção vai preencher 3.511 vagas imediatas em todos os estados brasileiros, com salários iniciais de até R$ 6,8 mil. Concurso dos Correios oferece mais de 3 mil vagas de nível médio e superior Joédson Alves/Agência Brasil Os resultados finais do concurso dos Correios foram homologados e divulgados nesta segunda-feira (14). Isso significa que, a partir de agora, a empresa pode começar a convocar e contratar os candidatos aprovados. ➡️Extrato de homologação (Agente de Correios - carteiro) ➡️Extrato de homologação (Analista de Correios - nível superior) Os documentos, publicados no Diario Oficial, indicam que a relação final dos aprovados na íntegra estão disponíveis no site dos Correios e do Instituto Brasileiro de Formação e Capacitação (IBFC), a banca responsável pela organização do processo seletivo. As listas de aprovados foram elaboradas com base nos resultados das provas e dos procedimentos de verificação (para negros, indígenas e pessoas com deficiência). Para conferir a lista final de aprovados, os interessados devem: Entrar na página dedicada ao concurso dos Correios. Clicar no ícone 'Resultados' e escolha entre Carteiro ou Nível Superior. No caso de nível superior, é necessário selecionar o cargo que está concorrendo. Selecionar a localidade escolhida durante a inscrição. Escolher o tipo de lista correspondente. São três categorias: ampla concorrência, negros/indígenas ou pessoas com deficiência. Clicar em "Ver lista". Com a homologação, passa a valer o prazo de validade do concurso, que será de um ano, podendo ser prorrogado pelo mesmo período seguindo os critérios da empresa. Ou seja: a seleção ficará valida até abril de 2026. ✅ Siga o canal do g1 Concursos no WhatsApp Veja Mais
Volkswagen Tera: veja um giro pelo carro e o que já sabemos sobre ele; VÍDEO
No evento de lançamento, o g1 teve acesso à configuração topo de linha do modelo, chamada Highline, com o pacote opcional Outfit. Mas a montadora pouco contou sobre os detalhes do carro. Veja quais são as principais novidades do novo Volkswagen Tera A Volkswagen apresentou recentemente seu novo SUV de entrada, o Tera. O modelo promete ser o mais barato da marca, com preço ligeiramente acima de R$ 100 mil. Assim, fará parte de um dos segmentos mais disputados do mercado, rivalizando com Citroën Basalt, Fiat Pulse e Renault Kardian. A Volkswagen ainda não revelou a data de lançamento nem informações sobre preços, versões, ficha técnica ou equipamentos. Sabe-se que o Tera ficará entre o hatch Volkswagen Polo e outros dois SUVs da marca: o Nivus e o T-Cross. No evento de lançamento, o g1 teve acesso à configuração topo de linha do modelo, chamada Highline, com o pacote opcional Outfit, que adiciona uma série de adendos estéticos e de assistência à condução, como ocorre com o Volkswagen Nivus. Confira no vídeo acima o que já sabemos sobre o carro, e entenda nesta reportagem o que se espera do novo SUV da Volkswagen. LEIA MAIS Volkswagen apresenta o Tera, SUV de entrada para brigar no setor mais concorrido do mercado Do anonimato ao Oscar: conheça o Kadett de Fernanda Torres no filme 'Ainda Estou Aqui', que será leiloado Como funciona a frenagem autônoma de emergência e quanto custa ter no seu carro? Dimensões do Tera Construído na mesma plataforma do Polo e do Nivus, o Tera será um SUV subcompacto. Sem dados oficiais, a reportagem do g1 fez medições preliminares com uma trena. O Tera deve ser o mais longo entre seus principais concorrentes. Veja as principais diferenças entre os três carros, caso as dimensões do Tera se confirmem: Sobre o visual, a frente do Tera parece uma combinação de design de três modelos da VW. Os faróis, lanternas, grade e para-choques lembram um Polo mais "anabolizado". Já a parte central da grade é muito semelhante à do Virtus, mais larga nas extremidades, A porção superior da grade, que se assemelha a um sorriso, lembra a do T-Cross. À primeira vista, o espaço do porta-malas parece estar de acordo com a média da categoria. O bagageiro do Renault Kardian tem 358 litros. Galerias Relacionadas Motorização Sob o capô do carro que o g1 teve acesso, há um motor turbinado, identificado pela sigla TSI na tampa. Ainda não é possível afirmar qual será a versão utilizada: se será o motor 1.0 TSI do Polo, com 116 cv e 16,9 kgfm de torque; ou o motor 1.0 TSI do Nivus, com 128 cv e 20,4 kgfm de torque. Embora o câmbio não tenha sido confirmado, é provável que seja o mesmo automático de seis velocidades utilizado em outros modelos da Volkswagen. Versões O lançamento oficial do Tera está previsto para o final do primeiro semestre, quando outras versões também serão apresentadas. A versão exibida ao g1 foi a Highline com pacote Outfit, que inclui rodas diferenciadas, pintura em dois tons, bancos exclusivos e o sistema ADAS — conjunto de tecnologias desenvolvido para ajudar o motorista a ter uma condução mais segura e confortável. Nessa versão, espera-se que o sistema conte com piloto automático adaptativo, frenagem autônoma de emergência, entre outros recursos. Mas a Volkswagen não informou. Espera-se também que o catálogo do Tera também inclua as versões Comfortline, intermediária, e uma versão com motor 1.0 aspirado MPI, mais simples, de 84 cv e 10,3 kgfm de torque. A silhueta de um Fusca, Gol e Tera aparecem no contorno da janela traseira do SUV Divulgação | Volkswagen Um detalhe no vidro do Tera revela as altas expectativas da Volkswagen para o modelo. Na foto acima, é possível ver a silhueta de um Fusca, um Gol e o Tera, um indicativo da intenção de fazer do novo SUV um sucessor desses grandes clássicos da indústria automotiva brasileira. "O segmento de SUVs é extremamente importante no Brasil. Essa categoria conquistou 24% do mercado no ano passado e, este ano, deve chegar a 30% de tudo que é emplacado no Brasil", afirma o presidente da Volkswagen, Ciro Possobom. “Nós vendemos três milhões de unidades do Fusca, sete milhões do Gol e já alcançamos um milhão de unidades comercializadas do Polo. Esperamos ter o mesmo sucesso com o Tera.” Interior Por dentro, o carro é agradável. O acabamento segue o padrão Volkswagen, ou seja, tem bastante plástico nas portas, no painel e no console central. Como defeitos, os espaços para pernas, ombros e cabeça no banco traseiro são mais limitados. Os bancos com acabamento Outfit são um ponto de destaque à parte. Com couro sintético degradê, o interior transmite a sensação de pertencer a um veículo de categoria superior. Os assentos dianteiros possuem bancos inteiriços — ou seja, o encosto de cabeça não é removível. No entanto, assim como os bancos traseiros, o design, o conforto e a textura do couro são agradáveis ao toque. Central multimídia flutuante é novidade no Tera, pois Polo, Nivus, Virtus e T-Cross possuem ecrã integrado ao painel Divulgação | Volkswagen À frente do motorista, há um painel de instrumentos familiar, o mesmo de 10 polegadas utilizado em toda a linha VW. O volante também é o mesmo do Nivus. Além disso, a tela de entretenimento não está mais integrada ao painel. Sua borda fica destacada do console, o que é conhecido como “tela flutuante”. Além de trazer um ar mais moderno para a cabine, essa escolha de posição da tela impede que ela superaqueça. Ali também está a única parte com uma faixa de couro – bastante pequena — abaixo da tela. O carro avaliado possuía carregador de celular por indução, mas não há garantia de que todas as versões a serem disponibilizadas pela VW vão contar com o acessório. Há duas portas USB-C para carregar celulares, mas não há saída de ar-condicionado para os passageiros do banco traseiro. Veja abaixo como foi a revelação do carro: Veja o momento da revelação do Volkswagen Tera Veja Mais
Trump diz que 'ninguém está sendo liberado' de tarifas e que cadeia de eletrônicos será analisada
Na sexta-feira, o governo Trump isentou smartphones, laptops e outros eletrônicos das tarifas recíprocas. Mais cedo, o secretário do comércio, Howard Lutnick, havia afirmado que medida é temporária. Donald Trump REUTERS/Nathan Howard O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse neste domingo (13) que a cadeia de eletrônicos não está sendo liberada de seu tarifaço, e que o governo está analisando sua mudança apenas para uma nova categoria de tarifas. Na sexta-feira, o governo americano havia isentado smartphones, laptops e outros eletrônicos das tarifas recíprocas. Com a decisão, esses produtos ficariam de fora das tarifas de 145% impostas à China, principal polo de produção de eletrônicos como o iPhone, e da alíquota de 10% aplicada à maioria dos outros países. A autoridade dos EUA listou 20 categorias de produtos, que além dos celulares e computadores, incluem semicondutores, chips de memória e monitores de tela plana. São itens que não costumam ser fabricados nos EUA e a instalação de uma produção no país exigiria anos de estruturação. "Esses produtos [chineses] estão sujeitos às tarifas de 20% sobre o fentanil existentes e estão apenas mudando para um 'balde' tarifário diferente. A mídia falsa sabe disso, mas se recusa a relatar", diz Trump. "O que foi exposto é que precisamos fabricar produtos nos EUA e que não seremos reféns de outros países, especialmente nações comerciais hostis como a China, que fará tudo ao seu alcance para desrespeitar o povo americano", prossegue o presidente dos EUA. "A Era Dourada da América, que inclui os próximos cortes de impostos e regulamentações, uma quantidade substancial dos quais foi aprovada pela Câmara e pelo Senado, significará mais e melhores empregos, fabricando produtos em nossa nação e tratando outros países, em particular a China, da mesma forma que nos trataram." As isenções anunciadas na sexta-feira são um benefício direto a empresas de tecnologia dos EUA, como Nvidia e Dell, assim como própria a Apple, que fabrica iPhones e outros produtos de ponta na China. (saiba mais abaixo) O Ministério do Comércio chinês chegou a comentar a decisão dos EUA, dizendo que foi um "pequeno passo" e que a China estava "avaliando o impacto" dela. "Instamos os Estados Unidos (...) a tomarem medidas importantes para corrigir seus erros, eliminar completamente a prática errônea de tarifas recíprocas e voltar ao caminho certo do respeito mútuo", disse o porta-voz do ministério no texto. Mas, mais cedo neste domingo (13), o secretário do comércio, Howard Lutnick, havia afirmado que a isenção das tarifas sobre componentes eletrônicos é temporária. Segundo ele, os EUA precisam fazer os próprios eletrônicos, veículos e remédios, como forma de proteger a segurança nacional. "Nós fizemos isso para automóveis, vamos fazer para farmacêuticos e para semicondutores", disse. "Eles estarão isentos das tarifas recíprocas, mas estarão inclusos nas tarifas de semicondutores, que estão por vir daqui a provavelmente um ou dois meses", apontou Lutnick. Veja o post de Trump abaixo "NINGUÉM está sendo "liberado" dos desequilíbrios comerciais injustos e das barreiras tarifárias não monetárias que outros países têm usado contra nós, especialmente a China, que, de longe, nos trata pior! Não houve "exceção" tarifária anunciada na sexta-feira. Esses produtos estão sujeitos às tarifas de 20% sobre o fentanil existentes e estão apenas mudando para um "balde" tarifário diferente. A mídia falsa sabe disso, mas se recusa a relatar. Estamos analisando semicondutores e TODA A CADEIA DE SUPRIMENTOS DE ELETRÔNICOS nas próximas investigações de tarifas de segurança nacional. O que foi exposto é que precisamos fabricar produtos nos Estados Unidos e que não seremos reféns de outros países, especialmente nações comerciais hostis como a China, que fará tudo ao seu alcance para desrespeitar o povo americano. Também não podemos permitir que continuem a nos abusar no comércio, como tem feito há décadas, ESSES DIAS ACABARAM! A Era Dourada da América, que inclui os próximos cortes de impostos e regulamentações, uma quantidade substancial dos quais foi aprovada pela Câmara e pelo Senado, significará mais e melhores empregos, fabricando produtos em nossa nação e tratando outros países, em particular a China, da mesma forma que nos trataram. O resultado final é que nosso país será maior, melhor e mais forte do que nunca. Nós vamos, FAZER A AMÉRICA GRANDE NOVAMENTE!" Empresários temem que Trump jogue os EUA em uma recessão Alívio para consumidores e big techs Os eletrônicos representam parte significativa das importações da China para os EUA. Em 2024, os smartphones foram a principal importação chinesa para o país, totalizando US$ 41,7 bilhões, e os laptops ficar em segundo lugar, com US$ 33,1 bilhões, de acordo com dados do US Census Bureau divulgados pela Reuters. A isenção sobre esses produtos pode reduzir o impacto no bolso dos consumidores americanos e beneficiar grandes empresas do setor, segundo a Bloomberg. A Apple vende mais de 220 milhões de iPhones por ano em todo o mundo. A Counterpoint Research estima que, agora, 20% do total de importações de iPhone para os EUA vem da Índia, e o restante continua vindo da China. Após o anúncio das novas tarifas sobre produtos chineses, analistas passaram a prever um possível aumento nos preços dos iPhones vendidos no mercado americano, diante da forte dependência da Apple da cadeia de produção chinesa. Para "driblar o tarifaço", a empresa acelerou os embarques vindos da Índia e fretou aviões cargueiros para transportar cerca de 1,5 milhão de iPhones — o equivalente a 600 toneladas — até os Estados Unidos, segundo a Reuters. Na ocasião, o imposto de importação para produtos indianos era de 26%, bem abaixo da alíquota de 145% aplicada à China. Veja Mais
As 10 profissões mais desejadas do mundo e quanto elas pagam (influenciador não está na lista)
Pesquisa da plataforma Resume.io tem como propósito identificar as profissões mais populares e desejadas em 170 países. Funções relacionadas a viagens dominam o ranking. Amy Spicer se tornou uma das pessoas mais jovens do mundo a pilotar um avião totalmente elétrico — Foto: Timbuktu Content/Amy Spicer/Reuters Amy Spicer/Reuters Você já se perguntou qual é a sua profissão dos sonhos? Desde pequenos, somos incentivados a imaginar nosso futuro, e as respostas costumam ser fascinantes como arqueólogo, cientista ou astronauta. Mas a aspiração por ser um explorador ainda se prolonga na vida adulta, como mostra uma pesquisa da plataforma de currículos Resume.io. O estudo revela as 10 profissões mais populares em 170 países. (Veja a lista completa abaixo) O emprego de piloto de avião lidera o ranking, com mais de 1,3 milhão de pesquisas em 2024, sendo também o cargo mais desejado no Brasil e em outros 33 países. O salário deste profissional varia de R$ 5 mil a R$ 13 mil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o site Glassdoor. Funções relacionadas a viagens ocupam boa parte da lista de empregos dos sonhos, com comissário de bordo em quinto lugar e agente de viagens em sexto. Não surpreendentemente, corretor de imóveis aparece em 2º lugar. Essa profissão tem chamado atenção nos últimos anos pelas promessas de comissões milionárias. Só no Brasil há cerca de 650 mil profissionais registrados, de acordo com o Conselho Federal de Corretores de Imóveis, atrás apenas dos Estados Unidos em quantidade de profissionais. A profissão pode proporcionar retornos financeiros expressivos. Em entrevista ao g1, corretores no setor de luxo - que anunciam mansões, fazendas e ilhas - contaram que faturam comissões milionárias. É o caso de Mônica Poplawski, Lucas Felt e Welerson Antunes. "A comissão sobre a venda de um imóvel gira em torno de 6%, e pode representar valores expressivos, especialmente em negociações de alto padrão. A profissão também chama a atenção pela flexibilidade de horários e independência profissional", afirma Diogo Martins, CEO do Instituto Brasileiro de Educação Profissional (IBREP). Leia ainda Quem são e quanto faturam os corretores de luxo; comissões passam de R$ 6 milhões Conheça a profissão que atraiu ex-BBB e atores O levantamento do Resume.io mostra ainda a profissão de engenheiro de software em terceiro lugar no ranking, com quase 600 mil buscas por ano. Embora a carreira possa não parecer tão glamorosa quanto se tornar um ator ou influenciador digital, as vagas de programação oferecem benefícios como estabilidade financeira, oferecendo um salário médio de R$ 13 mil por mês, conforme Glassdoor. Além disso, vagas do setor de tecnologia tendem a ser mais flexíveis, possibilitando o teletrabalho. Abaixo, confira o ranking dos empregos mais desejados globalmente: Top 10 profissões mais pesquisadas em 2024 Veja ainda as profissões mais buscadas em cada país do continente americano abaixo. As profissões mais buscadas em cada país do continente americano g1 O que é um emprego dos sonhos? A definição de "emprego dos sonhos" varia de pessoa para pessoa, moldada pela paixão, interesses, valores, motivações, habilidades e personalidade de cada um. Em essência, um emprego dos sonhos traz satisfação e realização, seja solucionando crimes complexos ou pilotando um Boeing 737. Para alguns, o papel perfeito pode estar relacionado ao baixo estresse e um equilíbrio saudável entre vida pessoal e profissional, enquanto outros podem buscar a emoção de um papel de alta pressão. De acordo com a Grant Up - organização que realiza pesquisas e estudos sobre satisfação no trabalho - apenas 18% da força de trabalho no último ano se consideraria "extremamente satisfeita" com seu emprego, mas com as pressões financeiras e a preocupação generalizada com a estabilidade no emprego, os empregos dos sonhos parecem fora de alcance para a força de trabalho. Como a pesquisa foi elaborada? O Resume.io reuniu dados de volume de pesquisas sobre o tópico de empregos dos sonhos em cada país para determinar a função mais procurada. Cada país foi avaliado usando o modelo de busca "Como se tornar um [cargo]" ou "Como ser um [cargo]", com alterações para fins de tradução. Os dados foram obtidos nos buscadores Google e Microsoft Bing. Alguns países foram omitidos devido à falta de dados do keywordtool.io. Leia ainda Veja ainda Desemprego entre jovens no Brasil é mais que o dobro da taxa de grupo mais velho Veja Mais
Mega-Sena pode pagar R$ 50 milhões neste sábado
Apostas podem ser feitas até as 19h em lotéricas ou pela internet. Mega-Sena Marcelo Brandt/G1 O concurso 2.854 da Mega-Sena pode pagar um prêmio de R$ 50 milhões para os acertadores das seis dezenas. O sorteio ocorre às 20h deste sábado (19), em São Paulo. No concurso da última terça-feira (15), ninguém levou o prêmio máximo. A aposta mínima para a Mega-Sena custa R$ 5 e pode ser realizada também pela internet, até as 19h – saiba como fazer a sua aposta online. A Mega-Sena tem três sorteios semanais: às terças, quintas e sábados. Entenda como funciona a Mega-Sena e qual a probabilidade de ganhar o prêmio Para apostar na Mega-Sena As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), em qualquer lotérica do país ou pela internet, no site da Caixa Econômica Federal – acessível por celular, computador ou outros dispositivos. É necessário fazer um cadastro, ser maior de idade (18 anos ou mais) e preencher o número do cartão de crédito. Probabilidades A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para a aposta simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 5, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa. Já para uma aposta com 15 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 22.522,50, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 10.003, ainda segundo a Caixa. Veja Mais
Por que decisão da China de restringir exportação de terras raras é duro golpe para EUA
A China detém quase o monopólio da produção e refino de terras raras. Mas o que são estes minerais e como a restrição da sua exportação para os Estados Unidos pode prejudicar a indústria e a economia do país? China suspende exportação de terras raras para os Estados Unidos À medida que se intensifica a guerra comercial entre a China e os Estados Unidos, vêm chamando a atenção os níveis cada vez mais altos de tarifas impostas pelos dois países às importações mútuas. Mas a criação de tarifas de importação recíprocas sobre os produtos americanos não é a única forma de retaliação disponível para Pequim. A China também criou controles de exportação sobre uma série de minerais críticos, terras raras e ímãs, o que representa um golpe considerável para os Estados Unidos. A decisão expôs como os americanos dependem desses minerais. Nesta semana, o presidente americano Donald Trump ordenou que o Departamento do Comércio dos Estados Unidos identificasse formas de ampliar a produção nacional de minerais críticos e reduzir a dependência das importações. É uma tentativa de Washington de recuperar essa indústria fundamental. Mas por que as terras raras são tão importantes? E como elas podem sacudir a guerra comercial entre a China e os Estados Unidos? LEIA TAMBÉM Com tarifaço, Brasil pode ser grande destino de produtos chineses, mas precisará de preparo Trump tinha 5 metas com as tarifas — ele atingiu alguma delas? As pequenas empresas chinesas paralisadas pelas tarifas de Trump Bruno Carazza analisa a limitação das exportações americanas de chips para China; e a dependência dos EUA por minerais críticos chineses O que são terras raras e para que servem? As "terras raras" são um grupo de 17 elementos quimicamente similares que são fundamentais para a fabricação de muitos produtos de alta tecnologia. A maioria delas é abundante na natureza. Mas elas são chamadas de "raras" porque é muito difícil encontrá-las em forma pura – e sua extração é muito arriscada. Os nomes nomes de algumas dessas terras raras podem não ser familiares, como neodímio, ítrio e európio. Mas você certamente conhece muito bem os produtos fabricados com elas. O neodímio, por exemplo, é empregado para fabricar os poderosos ímãs usados em alto-falantes, discos rígidos de computador, motores de veículos elétricos e motores a jato, permitindo que eles sejam menores e mais eficientes. Ítrio e európio são utilizados para fabricar telas de televisores e monitores de computador, devido à sua forma de exibição de cores. "Tudo o que você pode ligar e desligar, provavelmente, depende das terras raras", explica o diretor da empresa Ginger International Trade and Investment, Thomas Kruemmer. As terras raras também são fundamentais para a tecnologia médica, como cirurgias a laser e exames de ressonância magnética, além das principais tecnologias de defesa. Até onde vai o controle da China? A China detém quase o monopólio da extração das terras raras e seu refino, que é o processo de sua separação de outros minerais. A Agência Internacional de Energia (AIE) estima que a China é responsável por cerca de 61% da produção de terras raras e 92% do seu processamento. Isso significa que o país atualmente domina a cadeia de fornecimento de terras raras e têm o poder de decidir quais empresas podem ser abastecidas e quais não podem. A extração e o processamento das terras raras são processos caros e poluentes. Todas as terras raras contêm elementos radioativos. Por isso, muitos outros países, como os membros da União Europeia, relutam em produzi-los. "Os resíduos radioativos da produção certamente exigem descarte seguro, apropriado e permanente", explica Kruemmer. E, "atualmente, todas as instalações de descarte da União Europeia são temporárias". Mas a dominância chinesa da cadeia de abastecimento de terras raras não veio da noite para o dia. Ela é o resultado de décadas de investimentos e políticas governamentais estratégicas. Em 1992, durante uma visita à Mongólia Interior, no norte da China, o então líder chinês Deng Xiaoping (1904-1997), responsável pelas reformas econômicas realizadas no país, fez a declaração que ficou famosa: "O Oriente Médio tem petróleo e a China tem terras raras." "Desde o final do século 20, a China prioriza o desenvolvimento das suas capacidades de mineração e processamento de terras raras – muitas vezes, a custos trabalhistas e com padrões ambientais inferiores a outras nações", afirma o pesquisador de materiais críticos Gavin Harper, da Universidade de Birmingham, no Reino Unido. "Isso permitiu que eles ultrapassassem os concorrentes globais e construíssem quase um monopólio de toda a cadeia de valores, da mineração e refino até a fabricação de produtos acabados, como ímãs." Como a China restringiu a exportação desses minerais? Em resposta às tarifas de importação impostas por Washington, a China começou, no início de abril, a criar restrições à exportação de sete minerais de terras raras. A maioria deles é conhecida como terras raras "pesadas", que são fundamentais para o setor de defesa. Trata-se de substâncias menos comuns e de processamento mais difícil que as terras raras "leves". Por isso, elas também são mais valiosas. Desde o dia 4 de abril, todas as empresas precisam obter licenças de exportação especiais para enviar terras raras e ímãs para fora do país. A decisão foi possível porque, como signatária do Tratado Internacional de Não Proliferação de Armas Nucleares, a China tem capacidade de controlar o comércio de "produtos de duplo uso". O Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS, na sigla inglês) afirma que esta medida deixa os Estados Unidos particularmente vulneráveis – e não existe capacidade de processar terras raras pesadas fora da China. Quais impactos a medida poderá trazer para os EUA? Um relatório geológico dos Estados Unidos indica que, entre 2020 e 2023, 70% de todas as importações americanas de metais e compostos de terras raras vieram da China. Ou seja, as novas restrições podem atingir duramente os Estados Unidos. As terras raras pesadas são empregadas em muitos campos militares, como a produção de mísseis, radares e ímãs permanentes. Um relatório do CSIS (um centro de pesquisa e estudos nos EUA) indica que tecnologias de defesa, como os jatos F-35, os mísseis Tomahawk e os veículos aéreos não tripulados Predator, dependem desses minerais. O organismo também destaca que a medida surge no momento em que a China "amplia sua produção de munições e adquire equipamentos e sistemas de armas avançadas a uma velocidade cinco a seis vezes maior do que os Estados Unidos". Para Kruemmer, "o impacto sobre a indústria americana de defesa será substancial". E não apenas neste setor. As indústrias americanas – que Trump espera fazer reviver com a imposição das tarifas de importação – correm o risco de sofrer graves prejuízos. "Os fabricantes, particularmente dos setores de defesa e alta tecnologia, podem enfrentar escassez e atrasos de produção, devido à suspensão dos embarques e aos estoques limitados", segundo Harper. "Espera-se que os preços das terras raras críticas subam, aumentando os custos imediatos dos componentes empregados em uma ampla variedade de produtos, desde smartphones até equipamentos militares", explica ele. Harper destaca que essa situação poderá resultar em possíveis atrasos de produção para as empresas americanas afetadas. Se a falta de abastecimento da China persistir a longo prazo, os Estados Unidos poderão começar a diversificar suas cadeias de fornecimento e escalonar suas capacidades domésticas de processamento. Mas esse processo exigiria "investimentos substanciais e prolongados, avanços tecnológicos e custos gerais possivelmente superiores à dependência anterior da China". Ficou claro que essa possibilidade já está na mente de Donald Trump. Nesta semana, o presidente ordenou uma investigação sobre os riscos à segurança nacional causados pela dependência americana desses minerais críticos. "O presidente Trump reconhece que a dependência excessiva de minerais críticos estrangeiros e seus produtos derivados poderá prejudicar as capacidades de defesa, desenvolvimento de infraestrutura e inovação tecnológica dos Estados Unidos", segundo a ordem. "Os minerais críticos, incluindo elementos de terras raras, são essenciais para a segurança nacional e a resiliência econômica." Os EUA não podem produzir suas próprias terras raras? Os Estados Unidos possuem uma mina de terras raras em operação. Mas o país não tem a capacidade necessária para separar terras raras pesadas e precisa enviar o minério para processamento na China. Já existiram empresas fabricantes de ímãs de terras raras nos Estados Unidos. O país era o maior produtor de terras raras do mundo até os anos 1980. Mas essas empresas deixaram de operar quando a China começou a dominar o mercado, em termos de custo e escala. Acredita-se que esse processo seja uma das razões da forte disposição de Donald Trump em assinar um acordo de minerais com a Ucrânia, o que reduziria sua dependência da China. Outro local na mira do presidente americano é a Groenlândia, que detém a oitava maior reserva de terras raras do planeta. Trump vem demonstrando repetidamente seu interesse em assumir o controle do território dinamarquês autônomo. E não descartou o uso de força militar ou econômica com esse propósito. Os Estados Unidos poderiam ter recorrido a esses lugares como fonte de parte das suas importações de terras raras. Mas o tom antagônico de Donald Trump frente a esses territórios pode ter deixado os Estados Unidos com muito poucas alternativas de fornecedores. "O desafio enfrentado pelos Estados Unidos é duplo", explica Gavin Harper. "De um lado, o país se afastou da China, que detém o monopólio de fornecimento das terras raras." "E, de outro lado, os Estados Unidos também antagonizam com muitos países que, antes, eram amigos e colaboradores, impondo tarifas de importação e outras ações hostis." "Só o tempo dirá se eles ainda irão priorizar a colaboração com os Estados Unidos, no turbulento ambiente político deste novo governo", conclui o pesquisador. Veja Mais
Armazéns fecham as portas e deixam produtores de café com dívidas mesmo com alta histórica do produto em MG
Pelo menos cinco empresas, todas de Minas Gerais, tiveram problemas recentes com a armazenagem e venda de café. Armazéns fechados: cafeicultores do Sul de Minas contabilizam prejuízos e buscam soluções A alta recente da saca do café contrasta com a situação vivida por vários cafeicultores do Sul de Minas, que nos últimos meses foram prejudicados pelo fechamento de armazéns. Eles entregaram as sacas de café, mas não receberam pelo produto. Pelo menos cinco empresas, todas de Minas Gerais, tiveram problemas recentes com a armazenagem e venda de café. Veja Mais
Brasil deve aumentar exportação de carnes aos EUA mesmo com tarifaço, diz analista; americanos pagarão mais caro
Carne bovina brasileira continua competitiva porque os preços do gado nos EUA dobraram em relação ao Brasil devido a estoques historicamente baixos no país. Vendas devem crescer 14% neste ano, segundo analista. Carne bovina brasileira continua competitiva nos EUA, apesar das taxas de Donald Trump Fábio Tito/g1 O tarifaço de Donald Trump não prejudicará as vendas de carne bovina do Brasil para os Estados Unidos, seu segundo maior destino de exportação, segundo analistas e associações do setor. As importações brasileiras de carne bovina que excedem uma cota predeterminada já pagavam uma tarifa de 26,4%. Com o programa de "tarifas recíprocas" de Trump, os produtos brasileiros receberam uma taxa específica de 10%, elevando o total para 36,4%. Mesmo com as tarifas mais altas, a carne bovina brasileira continua competitiva porque os preços do gado nos EUA dobraram comparados ao Brasil devido a estoques historicamente baixos no país, segundo analistas. Fernando Iglesias, analista da Safras & Mercado, estima que as exportações de carne bovina brasileira para os EUA crescerão quase 14% neste ano e devem chegar a 428.000 toneladas (peso equivalente de carcaça). As vendas totais de carne bovina brasileira para os EUA no primeiro trimestre atingiram US$ 557,15 milhões, um aumento de 67% em valor, segundo a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo). Para o consumidor americano, no entanto, a carne bovina ficará mais cara, pois os importadores terão que arcar com o ônus dos impostos mais altos. ENTENDA: Como o tarifaço pode fazer o agro do Brasil aumentar vendas para China Como escolher a carne no mercado Exportação maior para a China João Figueiredo, analista da consultoria Datagro, disse que a demanda dos EUA é tão forte que o Brasil preencheu uma cota anual de 65.000 toneladas livre de tarifas em apenas 14 dias em 2025, o que nunca havia ocorrido. Além disso, os pecuaristas brasileiros estão prontos para aumentar a oferta, disse Figueiredo, afirmando que há ampla disponibilidade de gado no Estado do Mato Grosso. O Brasil, que já responde por mais de 30% do comércio global de carne bovina, também tem condições de aumentar as vendas para a China depois que o país asiático deixou de renovar o registro de centenas de unidades produtoras de carne dos EUA. Hoje, apenas a China compra mais carne bovina do Brasil que os Estados Unidos. As exportações para os EUA representaram 17% do total das vendas externas brasileiras no primeiro trimestre, enquanto o preço médio de venda para o mercado norte-americano subiu de US$ 2.943 para US$ 3.384 por tonelada, segundo dados da Abrafrigo. Leia também: ☕ Tarifaço pode fazer café brasileiro ganhar mais espaço nos EUA Veja quais são os produtos que o agro do Brasil mais vende para os EUA Carne de segunda? Conheça o shoulder, uma alternativa para um churrasco mais barato Veja Mais
Como bacalhau virou prato típico da Sexta-Feira Santa
Para especialistas, costume tem suas raízes na influência de Portugal enquanto país colonizador do que depois se tornaria o Brasil. Entenda Bacalhau GETTY IMAGES Em seus quase 40 anos de sacerdócio, não foram poucas as vezes em que o padre Eugênio Ferreira de Lima questionou o costume, tradicional em muitas famílias católicas brasileiras, de não comer carne vermelha na quaresma — alguns, apenas na Semana Santa; outros, exclusivamente na Sexta-Feira Santa, dia em que o protagonista à mesa costuma ser o bacalhau. "Sobretudo porque bacalhau é mais caro do que certas carnes", disse Lima, em troca de mensagens com a reportagem da BBC News Brasil. "Também não vejo sentido em fazer jejum ou não comer carne e não dar o que deixou de comer para os mais pobres. Às vezes me sinto uma voz isolada nesse sentido." O questionamento levantado pelo religioso faz muito sentido, sobretudo em tempos de inflação, que tem reduzido a oferta de alimentos na mesa dos brasileiros. Mas, ao mesmo tempo, é uma crítica que instiga: de onde veio o costume do bacalhau na sexta-feira que antecede à Páscoa? Para especialistas, é uma história longa em que não há uma única explicação. E, claro, tem suas raízes na influência de Portugal enquanto país colonizador do que depois se tornaria o Brasil. Outra parte da explicação está no fato de ser um produto que pode ser conservado por mais tempo sem refrigeração. Bacalhau é peixe ou modo de preparo? "Quando o assunto é o 'não se pode comer tal coisa' e 'é permitido consumir tais produtos', a regra não é tanto baseada na questão econômica", explica o historiador André Leonardo Chevitarese, professor titular do Instituto de História da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e autor do livro Jesus de Nazaré: O Que a História Tem a Dizer sobre Ele, entre outros. "E o caso do bacalhau tem a ver com a colonização portuguesa", observa. "A chave para pensar essa questão, se não é econômica, tem a ver com a questão religiosa. Por isso é tão tensa essa questão. Nem todo cristão faz jejum ou abre mão de comer carne vermelha durante a Semana Santa", lembra Chevitarese. "O que leva alguém a consumir ou não carne vermelha diz respeito a olhares, formas de se ler teologicamente o que vem a ser o sacrifício de Jesus na cruz", completa ele. É por isso que a abstinência de carne suscita comentários que vão desde o "a Igreja Católica proibiu sem base bíblica" aos que defendem que regulamentações oriundas de documentos ou da tradição católica estariam, sim, ancoradas pelos ensinamentos dos livros sagrados, como contextualiza Chevitarese, em "simbologias teológicas do ato do sacrifício de Jesus". "Ou seja: eu não discutiria questões econômicas, mas pensaria em simbologias", conclui ele. E aí há algumas questões que precisam ser levadas em conta: a prática do jejum, o simbolismo do peixe, o prazer de comer carne vermelha e, por fim, a disseminação do bacalhau no mundo lusitano. Leia também: Até no cachorro-quente: caviar invade pratos em restaurantes nos EUA Jejum "Tudo começa, na verdade, com o jejum", afirma a vaticanista Mirticeli Medeiros, pesquisadora de história do catolicismo na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma. "Desde os primeiros séculos do cristianismo tal prática é observada, mas sem focar em um alimento específico. Até porque, na era primitiva do cristianismo, havia essa preocupação de romper com as práticas judaicas em alguns aspectos, embora a influência, do ponto de vista cultural, fosse mais que evidente. É na Idade Média que se começa a desenhar tal preceito." Chevitarese ressalta que desde os primeiros cristãos já havia uma reflexão sobre "pensar o sacrifício de Jesus" experimentando alguma forma de abstinência. "A ideia de jejuar, de ter uma ascese, representaria, sob muitos aspectos, uma austeridade, um autocontrole diante dos prazeres humanos, sempre em dimensão ao sacrifício feito por Jesus na cruz", pontua. O historiador, teólogo e filósofo Gerson Leite de Moraes, professor na Universidade Presbiteriana Mackenzie, ressalta que essa ideia de jejum, no catolicismo, está ligada ao sacramento da penitência, ou seja, um sacrifício feito para a remissão dos pecados. "No catolicismo, é um conceito que trabalha de modo muito forte com a ideia de reconciliação", diz Moraes. Ora, a quaresma é, por assim dizer, o momento perfeito para a ocorrência dessa experiência religiosa. “Porque é um período de perdão, de reconstrução. E é dentro dessa lógica toda que aparece a abstinência da carne, como um símbolo dessa vida que pede para ser reconciliada”, acrescenta o historiador. Afinal, a simbologia está na narrativa: a quaresma é o percurso que resulta na Páscoa. E a Páscoa, a festa da ressurreição, seria o ápice dessa história de renovação, essa possibilidade de que cada um se torne um novo ser humano. Moraes aponta que essa prática de abstinência não costuma ser seguida por cristãos protestantes, evangélicos ou de outras denominações. Segundo ele, a raiz dessa diferença está justamente na questão dos sacramentos — se para os católicos, são sete, incluindo a penitência ou arrependimento dos pecados, protestantes têm apenas dois: batismo e eucaristia. Peixe Mas se a ideia é jejuar, por que o peixe seria permitido? São muitas as explicações que, somadas, resultam numa unânime permissão. Em primeiro lugar, é preciso lembrar como peixes eram importantes no contexto do Jesus histórico, ou seja, no dia a dia daquelas comunidades do Oriente Médio de cerca de 2 mil anos atrás. Não à toa, os primeiros seguidores de Jesus são apresentados, nos evangelhos, como pescadores. "Ele tinha entre os discípulos, pescadores. É lógico que o peixe é um alimento importante na cultura judaica. Mas não há uma relação explícita, direta, [disso com a ideia da troca da carne pelo peixe]", diz Moraes. O que há, lembra Chevitarese, é uma questão ortográfica. Peixe, no grego antigo, era ichthys. Os cristãos primitivos, naqueles tempos em que eram perseguidos por sua fé, decidiram usar o peixe como símbolo atribuindo à palavra um acrônimo: Iesous Christos Theou Yios Soter, que significa Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador. "Assim, o consumo do peixe também passa por um conjunto de simbolismos, na experiência, na prática cotidiana de muitos cristãos", argumenta o historiador. "As letras que compõem a palavra ichthys formam o sentido que está muito relacionado ao cristianismo", afirma. "Este peixe é, por si só, simbolicamente algo que se remete a Jesus como salvador." Leia também: Chocolate de Dubai: como o desejo de uma grávida virou febre mundial (que já chegou ao Brasil) Katy Perry foi ao espaço com batata-doce e grão-de-bico brasileiros; entenda Carne vermelha OK, havia a prática do jejum, já disseminada. E havia o hábito do peixe, acrescido da simbologia toda. Mas qual o problema com a carne vermelha, afinal? A teoria mesmo veio apenas no século 13, graças ao filósofo, teólogo e frade italiano São Tomás de Aquino (1225-1274), um dos grandes pensadores do mundo medieval. "Quando ele prescreveu uma orientação aos fiéis a respeito do jejum, apontou a carne como um dos alimentos mais prazerosos, juntamente com os laticínios", conta Medeiros. "Fez isso porque o jejum era concebido como o ato de se abster de algo que mais se gostava, não necessariamente privar-se de carne. Mas a carne, em si, por satisfazer o prazer do paladar, estava muito associada à luxúria, aos pecados sexuais, comumente chamados de 'pecados da carne'." "A teologia [da abstinência de carne vermelha] foi trazida por Tomás de Aquino", concorda Chevitarese. Medeiros atenta para a recorrência de exemplos que confirmam essa ideia. Por exemplo, a regra de São Bento, documento atribuído ao monge São Bento de Núrsia (480-547) e que rege a ordem beneditina. "Exigia que os monges só comessem carne em caso de necessidade extrema ou por questão de saúde", afirma a estudiosa do catolicismo. Ela conta que o tema foi muito debatido em sínodos da Igreja ao longo de séculos. "Foi colocado em questão, inclusive, se a carne moída e o presunto poderiam ser consumidos no lugar da carne [em si] porque, uma vez triturados, teriam perdido suas propriedades 'carnosas'", exemplifica Medeiros. "Por fim, na Idade Média, os fiéis observavam o chamado 'jejum magro', que previa a abstinência de carne em várias épocas do ano, incluindo na sexta-feira", conta a pesquisadora. A regra atual consta de dois documentos do Vaticano: o Código de Direito Canônico de 1917 e a Constituição de 1966, do papa Paulo 6º (1897-1978). Não são poucos os artifícios retóricos que buscam explicar a diferença entre carnes de diversos bichos, de modo a autorizar o consumo do peixe e proibir o de outros animais, por exemplo. "Há o elemento do peixe como uma carne cujo sangue é frio, em detrimento ao sangue quente da carne vermelha dos bovinos e do frango", comenta Chevitarese. As nuances não são muito claras tampouco na hora de definir o que é um peixe ou não. Nesse sentido, a religião não necessariamente bebe nas fontes da ciência. "Na tradição judaica, o peixe seria o animal que tem escama e barbatana. Embora consideremos peixes muitos outros animais marinhos que não necessariamente tenham escama e barbatana", explica o historiador. Ele relata que já se deparou com entendimentos bastante afrontosos ao conhecimento taxonômico. "Por exemplo, em Nova Orleans [nos Estados Unidos] houve um bispo que disse que jacaré deve ser considerado um peixe. Então os católicos de lá podem comer carne de jacaré na Sexta-Feira Santa", conta. "Tem culturas que encaram a capivara como peixes, então católicos podem comer capivara na quaresma. E em Quebec [no Canadá], um bispo disse que castores também são peixes…" "Então, a regra varia muito sobre o que é peixe [no âmbito religioso], como definir o que é peixe…" acrescenta ele. "Há muitas brechas." Bacalhau "Não há nenhuma prescrição da Igreja sobre o uso do bacalhau", frisa Medeiros. Ela vai direto ao ponto: a tradição pegou no Brasil "simplesmente porque fomos influenciados pelos costumes portugueses". Ora, pois… "Eles trouxeram a iguaria para cá no século 19. Por ser considerado um peixe de longa conservação, muitos fiéis o consumiam durante toda a quaresma", acrescenta ela. Aí parece estar o pulo do gato — ou o salto do peixe. Em tempos anteriores à invenção da geladeira, sobretudo em que a quaresma ocorre no verão, como o Brasil, era preciso facilitar essa ideia de comer peixe. Como o bacalhau costuma ser curado, em um processo com adição de sal e desidratação, ele é um produto que pode ser conservado por mais tempo sem refrigeração. Em resumo: não foi por fé no bacalhau, foi por puro pragmatismo. O historiador Chevitarese explica que o consumo do bacalhau foi trazido ao Brasil com a chegada da corte portuguesa ao Rio de Janeiro em 1808. Aos poucos, a iguaria começou a estar disponível nos famosos empórios de secos e molhados. "A lógica da penitência impõe ao fiel que ele obedeça, de livre e espontânea vontade, a um momento penitencial importante", enfatiza Moraes. "A Páscoa é uma excelente oportunidade para isso. Na Sexta-Feira Santa, então, o sujeito faz essa substituição [da carne pelo bacalhau], que é uma coisa histórica, tradicional." "Somos um país criado sob a influência do catolicismo, então essa observância dos fiéis católicos vem desde a época da colonização e é algo muito evidente, ancorado pela orientação dos padres daqui. E o peixe [o bacalhau] apareceu como uma tradição da própria corte portuguesa", diz ele. O teólogo sintetiza: se o ritual da abstinência veio com a colonização, a prática se acentuou com a chegada da corte portuguesa ao Rio. "Então o bacalhau, com praticidade de algo que fazia parte da culinária portuguesa e não se estragava com facilidade, foi inserido. E aquilo foi sendo ressignificado ao longo do tempo", comenta. Sim, porque com todos os ingredientes, é a hora de lembrar da frase bíblica que apregoa que as coisas de Deus devem ser deixadas a Deus e as coisas de César, a César. Porque o deus mercado é capaz de fazer perpetuar as mais diversas tradições inventadas… “O consumo do bacalhau, trazido pela corte, caiu no gosto do brasileiro. Vivemos num modo de produção capitalista e quando algo cai no gosto da prática mercantilista comercial, tudo vira mercadoria: tem gente que vende e gente que consome", reflete Moraes. "Então está aí: ficou sendo uma prática muito explorada até hoje. E os vendedores de peixe agradecem." Esta reportagem foi publicada originalmente em 6 de abril de 2023 Veja também: Páscoa com menos ovos, chocolate mais caro e produtos com menos cacau Problemas climáticos deixam chocolate mais caro Veja Mais
Dólar abre em alta, com mercado de olho em Trump e Powell
No dia anterior, a moeda norte-americana recuou 0,44%, cotada a R$ 5,8645. Já o principal índice acionário da bolsa de valores brasileira encerrou em queda de 0,72%, aos 128.317 pontos. Notas de dólar. Dado Ruvic/ Reuters O dólar abriu em alta nesta quinta-feira (17), com os mercados financeiros globais repercutindo as mais recentes falas do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, e a reação negativa do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Nesta quarta (16), Powell, afirmou que as tarifas impostas por Trump atingiram um nível maior do que o esperado, indicando que a guerra tarifária pode complicar a capacidade da instituição de controlar a inflação. Trump não gostou e disse que Powell está "sempre muito atrasado e errado" em relação a condução da política de juros nos EUA e que as tarifas estão deixando o país rico. Embora agentes do mercado financeiro acreditem que o Fed possa cortar os juros ainda neste ano, a política tarifária de Trump gera incertezas. Isso porque o aumento das tarifas tende a pressionar os preços e a aumentar a inflação — potencialmente forçando o BC norte-americano a subir os juros do país novamente. Juros maiores nos EUA podem encarecer o dólar, porque aumentam a rentabilidade dos títulos públicos do país, ainda considerados o investimento mais seguro do mundo. "O Fed está esperando para ver como as coisas vão se desenrolar antes de tomar qualquer tipo de medida em relação às taxas [de juros]", declarou o chefe do Federal Reserve nesta quarta. O que são as Treasuries e como Trump está ameaçando o status de ‘investimento mais seguro do mundo’ O mercado também segue repercutindo os novos desdobramentos do tarifaço de Trump, com o presidente sinalizando que tem avançado nas negociações com parceiros comerciais de diferentes países. Veja abaixo o resumo dos mercados. Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair Veja Mais
Sexta-feira Santa e Tiradentes: vai trabalhar no feriado? Conheça os seus direitos
Remuneração em dobro ou folga compensatória são alguns dos direitos previstos na legislação trabalhista. Advogados trabalhistas esclarecem as principais dúvidas sobre o tema. Sexta-feira Santa é feriado? Saiba o que diz a lei se você faltar ao trabalho Com a chegada da Sexta-feira Santa, nesta sexta-feira (18), e do dia de Tiradentes, já na próxima segunda-feira (21), muitos trabalhadores estão se preparando para o tão esperado "feriadão" prolongado. Enquanto alguns vão aproveitar o descanso, outros terão que continuar trabalhando, pois a legislação trabalhista autoriza o funcionamento de atividades em setores classificados como essenciais. Se você é um desses trabalhadores, é importante conhecer os seus direitos. O g1 conversou com advogados especialistas em direito trabalhista para te ajudar a entender mais sobre o assunto. Abaixo, você vai descobrir: Veja Mais
Entenda como vai funcionar a nova tarifa grátis de energia proposta pelo governo
Projeto em estudo pode beneficiar até 60 milhões de brasileiros – parte deles, com a gratuidade total. Custo da medida, de R$ 4,45 bilhões, será dividido entre os demais consumidores. O Ministério de Minas e Energia quer aumentar o número de beneficiários da tarifa social de energia elétrica – que concede isenção ou descontos na conta de luz. A ideia é que a medida alcance 60 milhões de brasileiros. A proposta de projeto de lei foi enviada à Casa Civil na quarta-feira (16) e pode sofrer alterações até ser encaminhada ao Congresso Nacional. O g1 teve acesso à versão atual do texto. Nela, o ministério propõe isentar os consumidores inscritos no CadÚnico e com consumo até 80 quilowatts-hora (kWh) por mês. Nesta reportagem, você vai saber: Como vai funcionar a nova tarifa social? Como vai funcionar o desconto social? Como funciona a tarifa social hoje? Que resultados o governo pretende alcançar? Quanto o projeto vai custar? Conta de luz deve ficar mais cara em Maio Como vai funcionar a nova tarifa social? Veja Mais
China diz que Trump deve parar com 'ameaças e chantagens' e não dá indicação de acordo
País asiático disse que "não quer uma briga, mas também não tem medo de uma". Lin Jian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China Reuters O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Li Jian, afirmou nesta quarta-feira (16) que os Estados Unidos deveriam interromper sua prática de "pressão máxima" e desistir de ameaças e chantagens se realmente quiserem dialogar e negociar com o país asiático para evitar a crescente guerra tarifária. A afirmação chega apenas um dia após a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmar que o presidente Donald Trump considera que os americanos não precisam firmar um acordo comercial com a China sobre tarifas. Segundo ela, a responsabilidade pelas negociações sobre tarifas recíprocas agora está com o governo chinês. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp "A bola está com a China. A China que precisa fazer um acordo conosco. Nós não precisamos fazer um acordo com eles", afirmou Trump, segundo a porta-voz. "Não há diferença entre a China e qualquer outro país, exceto pelo fato de que eles são muito maiores — e a China quer o que nós temos... o consumidor americano." Em resposta à Casa Branca, o porta-voz chinês relembrou que a guerra tarifária foi iniciada pelos EUA, não pela China. "A China não quer uma briga, mas também não tem medo de uma", disse Li Jian. Nas últimas semanas, China e EUA têm travado uma guerra comercial. No início deste mês, Trump anunciou um "tarifaço" contra produtos chineses e de vários outros países. Uma semana depois, as tarifas foram reduzidas por um prazo de 90 dias para negociações. No entanto, os EUA mantiveram e até mesmo ampliaram as taxas para os produtos da China. O governo chinês retaliou as medidas taxando produtos americanos. Atualmente, a taxa aplicada pelos EUA a produtos chineses é de até 245%. A exceção é para produtos eletrônicos, como smartphones e laptops. Já a China está taxando em 125% os produtos americanos. China proíbe entrega de jatos da Boing em reação ao tarifaço de Trump Veja Mais
O Bolsa Família é culpado pela dificuldade das empresas em contratar?
Empresários se queixam de falta de funcionários em meio ao mercado de trabalho aquecido no Brasil. Mas será o Bolsa Família o culpado? Estudos trazem algumas respostas. Cartaz afixado em restaurante de São Paulo, que culpava 'o pessoal do Bolsa Família' pela falta de funcionários, viralizou nas redes sociais Reprodução/Redes sociais "Srs. clientes por favor, tenham paciência, o pessoal do Bolsa Família e da cervejinha não quer trabalhar, estamos com muita falta de funcionários." O comunicado foi afixado em meados de março no balcão de atendimento de um restaurante em um shopping na Zona Sul de São Paulo. Fotografado e compartilhado, viralizou nas redes sociais, levando os proprietários do empreendimento a divulgarem um pedido de desculpas oficial. Na mesma semana, um empreendedor também viralizou nas redes, ao se queixar: "Estou há 6 dias procurando 3 pessoas pra descarregar um container que chegará segunda-feira, não acho, ninguém quer fazer o mínimo de esforço, e olha que tem café ainda depois do serviço. 45 reais pra cada, 950 caixas, café após o serviço, ninguém quer", reclamou o empresário do ramo de importação. Os dois casos ocorrem num momento de mercado de trabalho aquecido, com taxas baixas de desemprego, e após o Bolsa Família ter passado por um processo de expansão na esteira da pandemia, que elevou o número de famílias beneficiárias de 13,8 milhões na média em 2019 para 20,5 milhões em março deste ano. O valor mínimo do benefício também foi ampliado, de R$ 400 ao fim do governo de Jair Bolsonaro (PL), para R$ 600 sob o terceiro mandato de Lula (PT). Atualmente, são elegíveis ao programa famílias com renda por pessoa de até R$ 218 por mês — atual linha da pobreza oficial. Para incentivar que os beneficiários tenham empregos, foi criada em 2023 a chamada regra de proteção, que permite que famílias que elevem sua renda até meio salário mínimo por pessoa (R$ 759) possam continuar a receber metade do benefício por até dois anos. Essa regra deve passar por mudanças ainda este mês, segundo o governo (leia mais abaixo). Os dois episódios de reclamações de empregadores alimentam um debate recorrente, mas que ganhou força no período recente: o Bolsa Família faz com que pessoas deixem de trabalhar? O programa com valor mais alto é culpado pela dificuldade de algumas empresas em contratar no momento atual? E é verdade que as pessoas de baixa renda não estão mais aceitando qualquer trabalho? Conversamos com economistas que estão buscando respostas para essas perguntas. Bolsa Família estimula o emprego formal de mães Gabriel Mariante, pesquisador de doutorado na London School of Economics (LSE), estudou o efeito do Bolsa Família sobre o mercado de trabalho em 2014 — portanto antes da recente elevação do valor mínimo do benefício para R$ 600. Sua pesquisa foi premiada como melhor artigo sobre mercado de trabalho de 2024 pela Associação Econômica Europeia e a UniCredit Foundation. Ela mostra que mães que recebem o Bolsa Família têm maior probabilidade de conseguir um emprego no mercado de trabalho formal, comparado às que não recebem — já para os homens, o programa não tem efeito significativo na empregabilidade. Pesquisa premiada mostrou que, em 2014, mães que recebiam o Bolsa Família tinham maior probabilidade de conseguir um emprego formal Lyon Santos/ MDS No seu estudo, Mariante analisou uma reforma feita pelo governo Dilma Rousseff (PT) em 2014, que aumentou a cobertura do Bolsa Família, ao reajustar as linhas da pobreza e da extrema pobreza, usadas como parâmetro para definir quem tem direito ou não ao benefício. Com a mudança, o governo elevou a linha da extrema pobreza de R$ 70 para R$ 77, incluindo no programa um grupo de famílias que antes não recebia a transferência de renda, e então passou a receber. "Essa reforma cria grupos muito parecidos de famílias, em que a única diferença é estar um pouco acima ou um pouco abaixo dessa linha que o governo estabeleceu, e esses grupos são comparáveis", explica Mariante, citando o exemplo de uma família com renda mensal por pessoa de R$ 76, e outra com renda por pessoa de R$ 78. "Então, eu observo os membros dessas famílias que receberam o Bolsa Família como resultado dessa reforma, com membros de famílias que não receberam, mas por pouco, e comparo a evolução dessas pessoas no mercado de trabalho formal ao longo do tempo", diz o pesquisador. O que Mariante encontrou é que, para os homens, não há diferença significativa em termos da participação no mercado de trabalho. "Já as mulheres que recebem o Bolsa Família têm uma probabilidade 7,4% maior de estarem inseridas no mercado formal do que mulheres que não recebem e, nesse grupo, o efeito está concentrado em mães de crianças pequenas, principalmente com filhos na faixa etária de 3 a 7 anos, ou seja, em idade pré-escolar." Segundo o pesquisador, isso sugere que o dinheiro do Bolsa Família ajuda as mães de crianças pequenas a arcar com custos ligados à educação dos filhos, como transporte, material escolar e atividades ou cuidados após a escola. Com isso, as crianças vão à escola ou creche e as mães podem trabalhar, eliminando uma barreira que mantinha essas mulheres fora do mercado de trabalho. "Se esse mecanismo é real, de superação de barreiras para entrar na força de trabalho, o que ele revela é que, quando essas barreiras são superadas, as pessoas querem trabalhar", diz Mariante. Do Bolsa Família à carteira assinada Rosilene Martins Silva, de 30 anos e moradora de Anastácio (MS), é um exemplo disso. Mãe solo de duas crianças, de 8 e 2 anos, ela passou a receber transferência de renda — à época, o auxílio emergencial — ainda em 2020, após ter perdido seu emprego numa fábrica de kani (alimento à base de peixe típico da culinária japonesa). "Nunca chegou a faltar nada, porque minha família ajudava, mas eu vivia com menos de mil reais, eram R$ 700 do Bolsa Família e mais alguma coisa da pensão do meu filho. Era bem apertado", lembra a mãe de família. Rosilene conta que nunca parou de trabalhar nesse meio tempo, fazendo os bicos que apareciam. Mas, desde o ano passado, ela conseguiu um emprego com carteira assinada como empregada doméstica. Recebendo um salário mínimo (R$ 1.518), ela entrou para a regra de proteção do Bolsa Família, tendo seu benefício reduzido à metade nos últimos quatro meses. Agora, o benefício serve para ela como um complemento ao salário, que ajuda a doméstica na compra do necessário para seus dois filhos. Famílias que têm um aumento de renda após algum membro conseguir um emprego passaram a contar com a regra de proteção do Bolsa Família Agência Brasil/Arquivo Apesar da redução no benefício, Rosilene fala sobre a satisfação em voltar a ter um emprego: "Foi muito bom, porque você tem uma renda melhor para se sustentar." Ela relata, porém, que as críticas a quem recebe Bolsa Família são frequentes. "Infelizmente, é o que a gente mais ouve, que quem recebe Bolsa Família não quer saber de nada, quer mordomia, só quer receber dinheiro do governo", relata. "As pessoas acham que quem pega Bolsa Família não trabalha, vai gastar à toa… Mas não é isso, é uma ajuda", considera a beneficiária. Menos mulheres e jovens no mercado de trabalho Mas, se ainda com um valor mais baixo, o Bolsa Família ajudava as mulheres a trabalharem mais com carteira, conforme o estudo do pesquisador da LSE, o que está acontecendo agora no mercado de trabalho, depois que o programa teve seu valor mínimo elevado a R$ 600 e o número de beneficiários ampliado? Em um artigo publicado em novembro, os economistas Leandro Siani Pires e Fábio José Ferreira da Silva, do Banco Central, analisaram o comportamento da taxa de participação na força de trabalho — a proporção da população em idade de trabalhar (com 14 anos ou mais) que está de fato empregada ou em busca de trabalho. Esse indicador é acompanhado de perto pelos economistas, porque é uma medida da capacidade do país de gerar renda e produzir bens e serviços. Usando dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua do IBGE, Pires e Silva observam que, entre 2019 e 2023, a taxa de participação média anual recuou 1,5 ponto percentual, passando de 63,9% para 62,4% Os dados de 2023 são os mais recentes disponíveis para a Pnad que incluem rendimentos de todas as fontes, para além da renda do trabalho, o que permite analisar especificamente os beneficiários de programas sociais. Analisando essa variação nas diferentes faixas de renda, e comparando quem recebe e quem não recebe Bolsa Família, os pesquisadores constataram que essa taxa de participação na força de trabalho caiu mais nos grupos de menor renda e entre beneficiários do programa. "Os exercícios sugerem que a ampliação de benefícios sociais está associada com a queda da taxa de participação entre 2022 e 2023", observam Pires e Silva em seu estudo — ou seja, de fato, a parcela de pessoas trabalhando ou em busca de emprego está menor desde que o Bolsa Família aumentou, segundo os pesquisadores. Empresários se queixam de dificuldade para contratar em meio ao mercado de trabalho aquecido no Brasil Thais Carrança/BBC Daniel Duque, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), realizou análises semelhantes e constatou que os grupos mais afetados por essa queda da taxa de participação na força de trabalho são mulheres e jovens. Mas isso não é necessariamente algo negativo para a economia do país, destaca. "No caso das mulheres, por exemplo — é claro que há toda a questão dos papéis sociais e de gênero —, isso vai permitir maior cuidado com a família e com as atividades domésticas, o que pode ter um impacto positivo sobre as crianças", diz Duque. "E, no caso dos jovens, isso está relacionado com uma maior taxa de matrícula [em instituições de ensino] nas regiões em que houve maior expansão do Bolsa Família. Então, isso, no longo prazo, vai ter um efeito econômico positivo devido ao aumento de capital humano", completa. Duque observa, porém, que isso ajuda a explicar porque alguns empregadores têm tido dificuldade de contratar, particularmente no setor de serviços, como restaurantes. "É natural que essa dificuldade aconteça", diz Duque. Isso porque a queda na taxa de participação reduz a oferta de trabalhadores e obriga esses setores a aumentar salários para atrair novos funcionários, diz o economista. "Não à toa, estamos vendo uma recuperação gradual, bem lenta, mas consistente, na taxa de participação junto com o aumento de salários." 'Mais pobres não aceitam mais receber tão pouco' Marcos Hecksher, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), também buscou entender melhor o que está acontecendo por trás da queda da taxa de participação na força de trabalho observada no período recente. Analisando dados da Pnad, ele constatou que, de fato, a taxa de participação na força de trabalho (que inclui pessoas ocupadas e aquelas desocupadas, mas em busca de trabalho) caiu 2,3 pontos percentuais (p.p.) para beneficiários do Bolsa Família entre 2019 e 2023. Foi de 57,8% para 55,5% — queda maior do que a observada entre não beneficiários, que foi de 0,9 p.p. no mesmo intervalo de tempo. Mas, no mesmo período, a taxa de ocupação dos beneficiários do programa (que inclui ocupados formais e informais) aumentou ligeiramente, de 46,3% para 46,8%. O gráfico abaixo mostra como a queda na taxa de participação e o aumento da ocupação aconteceram ao mesmo tempo, o que indica, segundo Hecksher, que os beneficiários do Bolsa Família não estão trabalhando menos. Menos participação, mais ocupação na força de trabalho BBC News Brasil A queda na taxa de participação aconteceu porque parte dos beneficiários está agora fora da força de trabalho (não trabalham, nem procuram emprego), o que contribuiu para a redução da parcela de desocupados — que, na definição do IBGE, são as pessoas que não estão trabalhando no momento, mas procuram emprego. Ao mesmo tempo, a parcela de beneficiários do Bolsa Família empregados formalmente aumentou de 12,6% para 14,8% no período, conforme mostra o gráfico abaixo. Duque, da FGV, lembra que o Bolsa Família ajuda nessa criação de empregos, ao movimentar a economia. Um estudo do Ipea de 2013 mostrou, por exemplo, que cada R$ 1 gasto com Bolsa Família gera um efeito multiplicador de R$ 2,40 sobre o consumo das famílias e adiciona R$ 1,78 ao Produto Interno Bruto (PIB) do país. Mais beneficiários do Bolsa Familia estão trabalhando com carteira assinada BBC News Brasil Ainda com base nos dados da Pnad, Hecksher observa que, entre as pessoas que estão fora da força de trabalho diminuiu a parcela dos que dizem que estão nessa condição porque não encontram trabalho na sua localidade e aumentou a dos que dizem que não encontram trabalho que consideram adequado. "Isso é mais um sinal de que algumas pessoas, sobretudo os informais, não estão topando receber tão pouco", observa Hecksher. "Mas a proporção de pessoas pobres com emprego formal aumentou. Então, não é que os pobres estão deixando de trabalhar ou que sejam preguiçosos. É que, realmente, o Bolsa Família garante que as pessoas tenham um mínimo e possam não ter que aceitar qualquer condição de trabalho." Jefferson Brito, de 36 anos, conta que começou a receber o Bolsa Família após perder o emprego em um supermercado na Bahia, ainda em 2020. No período em que ficou desempregado, se mudou para um sítio, onde passou alguns anos ajudando o pai a construir uma casa e fazendo bicos sempre que oportunidades apareciam, contando com a renda do benefício nesse período. No ano passado, Jefferson voltou a ter carteira assinada, graças a uma parceria do grupo Carrefour com o governo federal para contratação de pessoas registradas no CadÚnico (cadastro geral do governo para pessoas de baixa renda) ou beneficiárias do Bolsa Família. "Para mim, foi uma superação, depois desses anos [desempregado], voltar ao mercado de trabalho e me engajar na carreira novamente", conta o atual líder da sessão de frios em um supermercado paulistano. 'Para mim, foi uma superação voltar ao mercado de trabalho', diz Jefferson, ex-beneficiário do Bolsa Família que atualmente trabalha em um supermercado Divulgação/Grupo Carrefour Regra de proteção: problemas e mudança à frente Assim como Rosilene, Jefferson entrou por alguns meses na regra de proteção do Bolsa Família, passando a receber metade do benefício, até deixar o programa, por conta do seu aumento de renda com o novo emprego no supermercado. Hecksher, do Ipea, observa que o mecanismo de proteção tem sido um dos fatores a incentivar o emprego formal de beneficiários do Bolsa Família no período recente. "A nova regra acaba incentivando as pessoas a buscarem emprego formal e manterem o Bolsa Família ou ao menos metade dele", observa o economista. Mas a regra de proteção atualmente também tem problemas, considera a assistente social Paola Carvalho, diretora de Relações Institucionais da Rede Brasileira de Renda Básica. Ela está à frente do projeto Ju do Bolsa, que usa inteligência artificial para tirar dúvidas de beneficiários do Bolsa Família. Carvalho diz que, entre esses problemas, está a demora para que trabalhadores que perdem o emprego tenham o benefício integral restabelecido. Outro problema, diz ela, é a queda abrupta do valor à metade, o que poderia ser corrigido, na sua visão, com uma redução mais gradual. Ao fim de março, o governo publicou um decreto alterando algumas regras do Bolsa Família e indicando mudanças no mecanismo de proteção. Até então, caso a renda familiar por pessoa aumentasse para até meio salário mínimo (R$ 759), o titular do Bolsa Família ainda receberia 50% do benefício, por até dois anos. O decreto estabeleceu que, agora, tanto o teto máximo de renda para as famílias serem beneficiadas pela regra de proteção, quanto o período durante o qual elas receberão metade do benefício serão determinados por uma normativa do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS). Por conta disso, são esperadas mudanças nesses parâmetros. Segundo a assessoria de comunicação do MDS, essa normativa com as novas regras deve ser publicada ainda este mês, mas sem data definida. Gráficos feitos por Carla Rosch, da equipe de Jornalismo Visual da BBC Brasil Leia também: Pejotização no STF: o que está em jogo no julgamento que paralisou todas as ações do tema Quais as profissões que mais pagam no Brasil? Veja ranking com 428 carreiras Como produto de trabalho escravo vai parar na sua calçada Veja mais em: Desemprego entre jovens no Brasil é mais que o dobro da taxa de grupo mais velho Mulheres ganham 20,9% a menos que os homens no Brasil Veja Mais
China substitui principal negociador comercial em meio à guerra tarifária com os EUA
Li Chenggang, que agora ocupa o cargo, já atuou como ministro assistente do Comércio durante o primeiro governo de Donald Trump e era representante chinês na OMC. Bandeiras dos EUA e da China tremulam em Pequim Tingshu Wang/Reuters A China retirou o vice-ministro do Comércio, Wang Shouwen, de seu cargo como negociador comercial e o substituiu por um ex-representante chinês na Organização Mundial do Comércio (OMC) nesta quarta-feira (16). Decisão vem em meio a uma escalada na guerra tarifária com os Estados Unidos. (Leia abaixo) Li Chenggang, de 58 anos, que anteriormente atuou como ministro assistente do Comércio durante o primeiro governo de Donald Trump, assumiu o posto de Wang, de 59 anos. A informação é da agência de notícias Reuters. LEIA MAIS China proíbe entrega de jatos da Boeing em reação ao tarifaço dos EUA EUA x China, lance a lance: a escalada de tarifas que mudou a economia global em poucos dias Guerra tarifária EUA x China: a escalada de tarifas Arte g1 A guerra tarifária entre as duas maiores economias do mundo se intensificou na semana passada, após o anúncio das tarifas recíprocas prometidas pelo presidente americano, Donald Trump. No dia 2 de abril, Trump detalhou a tabela das tarifas, que vão de 10% a 50% e serão cobradas, a partir desta quarta, sobre mais de 180 países. A China foi um dos países que foi tarifado — e com uma das maiores taxas, de 34%. Essa taxa se somou aos 20% que já eram cobrados em tarifas sobre os produtos chineses anteriormente. Como resposta ao "tarifaço", o governo chinês impôs, na sexta passada (4), tarifas extras de também 34% sobre todas as importações americanas. Os EUA decidiram retaliar a resposta, e Trump deu um prazo para a China: ou o país asiático retirava as tarifas até as 13h (horário de Brasília) de terça-feira (8) ou seria taxado em mais 50 pontos percentuais, levando o total das tarifas a 104%. A China não recuou e ainda afirmou que estava preparada para "revidar até o fim" Cumprindo a promessa de Trump, a Casa Branca confirmou a elevação em mais 50% das tarifas sobre os produtos chineses. O presidente americano disse, porém, que acreditava que a China chegaria a um acordo com os EUA para evitar mais tarifas. resposta chinesa veio na manhã de quarta-feira (9): o governo elevou as tarifas sobre os EUA de 34% para 84%, acompanhando o mesmo percentual de alta dos EUA. No mesmo dia, Trump anunciou que daria uma "pausa" no tarifaço contra os mais de 180 países que foram taxados com tarifas que variam de 10% a 50%. Essa pausa é, na verdade, uma redução de todas as tarifas para 10% por um prazo de 90 dias. Tarifas específicas já em vigor, como as de 25% sobre aço e alumínio, não são afetadas pela medida — e continuam valendo. A exceção, porém, foi a China. Trump anunciou mais uma vez a elevação de tarifas sobre os produtos chineses, para 125%. Na quinta (10), a Casa Branca explicou que as taxas de 125% foram somadas a outra tarifa de 20% já aplicada anteriormente sobre a China, resultando numa tarifa total de 145%. Como resposta, nesta sexta os chineses elevaram as tarifas sobre os americanos para 125%. Exportações da China disparam em março, por conta de Tarifaço de Trump Veja Mais
Proposta do governo para regras do orçamento de 2026 estima salário mínimo de R$ 1.630
Se confirmada a projeção da equipe econômica, haveria um aumento de R$ 112 no próximo ano, ou de 7,4%. Salário mínimo serve de referência para quase 60 milhões de brasileiros. dinheiro, cédulas, trabalho, economia, reais Caio Rocha/Framephoto/Estadão Conteúdo O governo federal estima que o salário mínimo será de R$ 1.630 em 2026, com início em janeiro. O pagamento, porém, será feito a partir de fevereiro. A projeção está no projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2026, enviado nesta terça-feira (15) ao Congresso Nacional, conforme determina a Constituição. Veja Mais
'A bola está com a China', diz Casa Branca sobre negociações de tarifas comerciais
Secretária de imprensa, Katherine Leavitt, afirmou que o gigante asiático também precisa estar aberto a negociações para que haja um acordo entre os dois países. A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt REUTERS A secretária de imprensa da Casa Branca, Katherine Leavitt, afirmou nesta terça-feira (15) que a possibilidade de um acordo comercial entre a China e os Estados Unidos está nas mãos do país asiático. "O presidente deixou bem claro que está disposto a fazer um acordo com a China, mas a China também precisa querer fazer um acordo com os EUA", afirmou Leavitt. Segundo a porta-voz, o presidente dos EUA, Donald Trump, teria afirmado que a única diferença entre a China e os demais países do mundo é o seu tamanho, e que todos os países do mundo querem alcançar o consumidor norte-americano. "Eles querem o nosso dinheiro", disse. Leavitt também afirmou que o governo norte-americano já recebeu mais de 15 propostas de acordos comerciais de diferentes países e que deve apresentar alguns deles "em breve", mas não deu mais detalhes. A afirmação vem em meio à crescente tensão entre os dois países, após o anúncio de diversas tarifas de importação dos EUA sobre o país asiático — e também de retaliações por parte dos chineses. Nesta terça-feira, a China ordenou que suas companhias aéreas não recebam mais entregas de jatos da empresa norte-americana Boeing, e pediu que transportadoras chinesas suspendam as compras de equipamentos de aeronaves de empresas dos EUA. Essa é mais uma determinação em resposta às tarifas de 145% sobre produtos chineses importados pelos EUA. O aumento das taxas aos chineses, por sua vez, foi uma resposta à retaliação do gigante asiático, que havia aumentado para 84% as taxas sobre os EUA. Veja aqui a evolução da guerra tarifária entre os dois países. Em meio à escalada das tensões, a porta-voz da Casa Branca também afirmou, nesta terça-feira, que o governo considera conceder um alívio para os agricultores norte-americanos, que enfrentam preços mais baixos e altos estoques em meio à guerra comercial. "O auxílio está sendo considerado. O Secretário de Agricultura conversou com o presidente sobre isso e, novamente, está sendo considerado", disse. China bate de frente com os EUA e sobe tarifas para 125% Guerra tarifária A disputa comercial entre os EUA e a China se intensificou na última semana, após novos anúncios de tarifas de importação. EUA x China: a escalada de tarifas Arte g1 Entenda a evolução da guerra tarifária entre os dois países: No início de fevereiro, os EUA aplicaram uma taxa extra de 10% sobre as importações vindas da China, que se somou à tarifa de 10% que já era cobrada do país, chegando a 20%; Em 2 de abril, Trump anunciou seu plano de "tarifas recíprocas" que incluía uma taxa extra de 34% à China, elevando a alíquota sobre os produtos do país asiático a 54%; Após a retaliação chinesa que também impôs tarifas de 34% sobre os EUA, a Casa Branca confirmou mais 50% em taxas sobre as importações chinesas, deixando a tarifa sobre o país no patamar de 104%. Com o anúncio de que a China irá elevar a 84% as taxas sobre os produtos norte-americanos, Trump decidiu subir para 125% a tarifa contra os asiáticos, na mais nova ofensiva. Trump (presidente dos EUA) e Xi Jinping (presidente da China) AFP Veja Mais
China proíbe entrega de jatos da Boeing em reação ao tarifaço dos EUA
Pequim também pediu que as transportadoras chinesas suspendam as compras de peças de aeronaves de empresas americanas; ações da Boeing caíam 2% no início do pregão. Aeronaves Boeing 737 MAX em fábrica da Boeing em Washington em imagem de 2019 Lindsey Wasson/Arquivo/Reuters A China ordenou que suas companhias aéreas não recebam mais entregas de jatos da Boeing em resposta à decisão dos Estados Unidos de impor tarifas de 145% sobre produtos chineses, noticiou a Bloomberg News nesta terça-feira (15). Pequim pediu ainda que as transportadoras chinesas suspendam as compras de equipamentos e peças de aeronaves de empresas americanas, segundo a reportagem, o que deve aumentar os custos de manutenção dos jatos que voam no país. O governo chinês também está considerando maneiras de ajudar as companhias aéreas que alugam jatos da Boeing e estão enfrentando custos mais altos devido ao tarifaço, ainda conforme a Bloomberg. As ações da Boeing — que vê a China como um dos seus maiores mercados em crescimento e onde a rival Airbus detém uma posição dominante — caíam 2% no início do pregão. As três principais companhias aéreas da China — Air China, China Eastern Airlines e China Southern Airlines — planejavam receber 45, 53 e 81 aviões da Boeing , respectivamente, até 2027. Agora, a interrupção representa mais um revés para a fabricante de aviões, que ainda se recupera de uma greve trabalhista no ano passado. A empresa também perdeu mais um terço de seu valor desde a explosão da porta de uma aeronave durante um voo em janeiro. A Boeing não respondeu imediatamente a um pedido de comentário da Reuters. Guerra tarifária EUA x China: a escalada de tarifas Arte g1 A decisão da China sobre a Boeing está em linha com a sua decisão da semana passada de aumentar os impostos sobre as importações dos EUA para 125%, em retaliação às tarifas americanas. A medida aumentaria significativamente o custo dos jatos da Boeing entregues às companhias aéreas chinesas, o que as levaria a considerar alternativas como a Airbus e a empresa doméstica COMAC, explicou a Reuters. As crescentes tarifas retaliatórias entre as duas maiores economias do mundo correm o risco de paralisar o comércio de bens entre os dois países, segundo analistas, que foi avaliado em mais de US$ 650 bilhões em 2024. EUA x China, lance a lance: entenda a escalada de tarifas que mudou a economia global em poucos dias Exportações da China disparam em março, por conta de Tarifaço de Trump Veja Mais
Bolsa Família 2025: pagamentos de abril começam nesta terça; veja calendário
Primeiros a receber serão os beneficiários com Número de Identificação Social (NIS) com final 1. Pagamento previsto é de R$ 600 por família, com possíveis adicionais; valores serão pagos de forma escalonada até o fim do mês. Bolsa Família 2025: veja as regras e o calendário de pagamentos de abril A Caixa Econômica Federal inicia os pagamentos de abril do Bolsa Família 2025 nesta terça-feira (15). Os primeiros a receber serão os beneficiários com Número de Identificação Social (NIS) com final 1. (veja mais abaixo o calendário completo) O dinheiro vai ser disponibilizado nos últimos 10 dias úteis de cada mês, de forma escalonada. A exceção é o mês de dezembro, quando os pagamentos são antecipados. Confira o calendário do Bolsa Família para abril de 2025: Final do NIS: 1 - pagamento em 15/4 Final do NIS: 2 - pagamento em 16/4 Final do NIS: 3 - pagamento em 17/4 Final do NIS: 4 - pagamento em 22/4 Final do NIS: 5 - pagamento em 23/4 Final do NIS: 6 - pagamento em 24/4 Final do NIS: 7 - pagamento em 25/4 Final do NIS: 8 - pagamento em 28/4 Final do NIS: 9 - pagamento em 29/4 Final do NIS: 0 - pagamento em 30/4 Ao longo do ano, a previsão de pagamentos é: Maio: de 19/5 a 30/5; Junho: de 16/6 a 30/6; Julho: de 18/7 a 31/7; Agosto: de 18/8 a 29/8; Setembro: de 17/9 a 30/9; Outubro: de 20/10 a 31/10; Novembro: de 14/11 a 28/11; Dezembro: de 10/12 a 23/12. Bolsa Família Luis Lima Jr/FotoArena/Estadão Conteúdo Veja abaixo perguntas e respostas sobre o Bolsa Família. Quem pode receber o Bolsa Família? A principal regra para receber o benefício é ter renda mensal familiar de até R$ 218 por pessoa. Para se enquadrar do programa, é preciso somar a renda total e dividir pelo número de pessoas. Caso o valor fique abaixo dos R$ 218, a família está elegível ao Bolsa Família. Os beneficiários também precisam arcar com contrapartidas, como: manter crianças e adolescentes na escola; fazer o acompanhamento pré-natal (no caso de gestantes); manter as carteiras de vacinação atualizadas. Onde se cadastrar? Os beneficiários precisam se inscrever no Cadastro Único (CadÚnico) — principal instrumento do governo federal para a inclusão de famílias de baixa renda em programas sociais — e aguardar uma análise de enquadramento. Estar no Cadastro Único não significa a entrada automática nos programas sociais do governo, uma vez que cada um deles tem regras específicas. Mas o cadastro é pré-requisito para que a inscrição seja avaliada. VEJA COMO FAZER O CADASTRO ÚNICO DO GOVERNO FEDERAL Como sacar o Bolsa Família? Os beneficiários recebem e podem movimentar os valores pelo aplicativo Caixa TEM e internet banking. Assim, não é necessário ir até uma agência da Caixa Econômica Federal — que é responsável pelo pagamento do Bolsa Família — para realizar o saque. Segundo a Caixa, os beneficiários também podem utilizar o cartão do programa para realizar compras nos estabelecimentos comerciais, por meio da função de débito. Além disso, há a opção de realizar saques nos terminais de autoatendimento, casas lotéricas e correspondentes Caixa Aqui, além das agências da Caixa. Veja Mais
Valores a receber: Fazenda diz que não há prazo para resgatar 'dinheiro esquecido' em bancos
No ano passado, Congresso autorizou o governo a recolher os recursos, mas Fazenda diz que processo não está em andamento. Segundo o BC, há R$ 9 bilhões ainda à espera de resgate. O Ministério da Fazenda informou que não há prazo para clientes resgatarem o “dinheiro esquecido” em instituições financeiras. Em setembro do ano passado, o Congresso aprovou a proposta que autoriza o governo a recolher recursos esquecidos em contas bancárias que não foram reclamados pelos titulares. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a lei, ainda em setembro. Dinheiro esquecido: governo diz que não há prazo para clientes resgatarem valores. Reprodução/TV Globo No entanto, o processo e os prazos para que os recursos fossem apropriados pelo Tesouro Nacional não estão em andamento, esclareceu o governo. Com isso, quem tem “dinheiro esquecido” nos bancos, consórcios ou outras instituições ainda pode requisitar o saque. Segundo dados do Banco Central, há R$ 9,024 bilhões à espera de resgate nas instituições financeiras. Resgate segue possível Pelas regras previstas na lei, o resgate poderia se encerrar nessa semana, se as etapas tivessem sido cumpridas. No entanto, o Tesouro Nacional informou que sequer houve a transferência desses recursos para a conta do órgão – o que seria a primeira etapa. Depois disso, o Tesouro publicaria um documento com os detalhes do “dinheiro esquecido”, o que também não foi feito. Portanto, “continuam valendo as regras do Banco Central”, que segue permitindo o saque, explicou o secretário do Tesouro, Rogério Ceron. Ele também reconheceu que pode ter havido falha na comunicação do governo em relação a essa medida, mas lembrou que foi uma proposta que surgiu no Congresso. “Esses recursos nunca foram internalizados, inclusive à época, [...] até [pela] redação que foi dada a ela, a interpretação da PGFN [Procuradoria-geral da Fazenda Nacional] é que precisaria até de um complemento legislativo para poder viabilizar essa transferência [para o Tesouro], e isso não está em discussão no momento”, completou Ceron. Fato ou Fake esclarece golpe em redes sociais envolvendo 'dinheiro esquecido' Como consultar o dinheiro esquecido O único site no qual é possível fazer a consulta e saber como solicitar a devolução dos valores para pessoas jurídicas ou físicas, incluindo falecidas, é o https://valoresareceber.bcb.gov.br. Veja Mais
Katy Perry foi ao espaço com batata-doce e grão-de-bico brasileiros; entenda
Espécies foram na bagagem como parte de uma pesquisa sobre a produção de alimentos em ambientes fora da Terra. Aisha Bowe, ex-engenheira de foguetes da Nasa e integrante da tripulação, conduziu experimento. Katy Perry no espaço: Blue Origin divulga imagem da tripulação no espaço Além de Katy Perry e uma tripulação 100% feminina, a viagem espacial da nave New Shepard, da Blue Origin, incluiu na bagagem dois ingredientes brasileiros: a batata-doce e o grão-de-bico. Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), foram enviadas plantas de batata-doce e sementes de grão-de-bico como parte de uma pesquisa sobre a produção de alimentos em ambientes fora da Terra, com alta radiação e baixa gravidade. Quem conduziu os experimentos com as espécies brasileiras foi uma das seis integrantes da tripulação: Aisha Bowe, ex-cientista de foguetes da Nasa e engenheira aerospacial. VÍDEO: Veja Katy e a tripulação feminina flutuando no espaço VÍDEOS mostram momento a momento do voo Grão-de-bico brasileiro viajou ao espaço em nave da Blue Origin junto com Katy Perry e tripulação feminina Reprodução/Blue Origin e Rogério Monteiro/Embrapa De acordo com a Embrapa, as espécies foram selecionadas por sua resistência, valor nutricional e capacidade de crescer em condições adversas. Dessa forma, elas seriam “candidatas promissoras para alimentar astronautas em missões espaciais”, segundo a entidade. A batata-doce poderia contribuir para a alimentação dos astronautas por ser uma fonte de carboidratos de baixo índice glicêmico. Além disso, suas folhas podem ser consumidas como proteína vegetal. No caso do grão-de-bico, a escolha se deve ao alto valor de proteína presente no alimento. A batata-doce e o grão-de-bico são espécies adaptáveis, de rápido crescimento e fácil manejo, que se desenvolvem bem mesmo com o mínimo aporte de insumos ao longo do ciclo de produção. A participação brasileira ocorreu por um convite da instituição da Winston-Salem State University (WSSU), da Carolina do Norte. A pesquisa com as espécies faz parte das ações da Rede Space Farming Brazil , parceria entre a Embrapa e a Agência Espacial Brasileira ( AEB ). A rede inclui um grupo de cientistas e foi criada para estudar a produção de alimentos em ambientes fora da Terra. A entidade brasileira também diz que a pesquisa em agricultura espacial deve acelerar o melhoramento genético e trazer inovações para a agricultura praticada no planeta. VÍDEO: Bezos tropeça e cai de cara no chão após pouso de nave CELEBRIDADES: Oprah e Kardashians estavam no lançamento Melhores momentos da viagem de turismo da Blue Origin Como foi a viagem Veja Mais
#NÃO É BEM ASSIM: discurso de Xi Jinping não é atual, mas está sendo usado pelo governo da China como resposta ao tarifaço de Trump
Trecho viralizou depois de ter sido compartilhado em 8 de abril de 2025 pela porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês. Na publicação, ela declara que é 'hora de relembrar as palavras do Presidente Xi em 2018'. É #FAKE que discurso de Xi Jinping sobre economia chinesa seja em resposta às tarifas de Donald Trump Reprodução Circulam nas redes sociais publicações que usam um vídeo de um discurso Xi Jinping, presidente da China, alegando que se trata de uma resposta ao tarifaço de Donald Trump. #NÃO É BEM ASSIM. Não é bem assim g1 Veja Mais
Com maior alta do chocolate em 13 anos, vendas devem cair na Páscoa em 2025, estima confederação
Chocolate deverá registrar aumento médio de 18,9%, o maior reajuste em 13 anos. Alta é atribuída à valorização do cacau no mercado internacional e à desvalorização do real frente ao dólar, que passou de R$ 5 para R$ 5,80 em um ano. A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) estimou nesta segunda-feira (14) que as vendas deverão somar R$ 3,36 bilhões na Páscoa. Veja Mais
Casa Branca está 'preocupada' com a China, mas avança em negociações com UE, diz conselheiro de Trump
Presidente Donald Trump já disse que espera ligação chinesa para negociar um acordo para as tarifas, mas China afirmou estar preparada para "revidar até o fim". Bandeiras dos EUA e da China tremulam em Pequim Tingshu Wang/Reuters A Casa Branca está "preocupada" com o período vivido pela China, segundo Kevin Hassett, conselheiro econômico do governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A China e os EUA protagonizam uma guerra tarifária intensa desde o início de abril, quando Trump impôs tarifas de 34% sobre as importações chinesas, parte da política de tarifas recíprocas do presidente — taxas que ele aplicou sobre mais de 180 países afirmando ser uma compensação em respostas às tarifas e barreiras comerciais que o país norte-americano enfrenta. O governo chinês, porém, não recuou e retaliou os EUA. Os dois países já anunciaram diversas retaliações um sobre o outro desde o começo do mês e, agora, a tarifa americana sobre a China está em 145%, enquanto a tarifa chinesa sobre os EUA está em 125%. (veja mais detalhes abaixo) Trump já falou em algumas oportunidades que acredita que os EUA e a China chegarão a um acordo e até afirmou que aguardava uma ligação do líder chinês, Xi Jinping. Mas o país asiático não cedeu e disse estar preparado para "revidar até o fim". As autoridades chinesas afirmaram que uma guerra comercial não é boa para ninguém e que esperam poder negociar com os EUA, mas exigiram respeito. LEIA TAMBÉM EUA x China, lance a lance: a escalada de tarifas que mudou a economia global em poucos dias O que são as Treasuries e como Trump está ameaçando o status de ‘investimento mais seguro do mundo’ Tarifas de Trump trazem desafios imediatos para o Brasil, mas podem gerar oportunidades, apontam economistas Negociações 'em progresso' com a União Europeia Além da China e outros países asiáticos, a União Europeia foi uma das regiões que receberam alíquotas elevadas dos EUA. Trump impôs uma taxa de 20% sobre as importações do bloco. No entanto, na semana passada, o presidente americano decidiu reduzir a cobrança de todas as tarifas recíprocas — que variavam de 10% a 50% — para 10% por um período de 90 dias, para dar um prazo maior para os países que querem negociar com os EUA. A União Europeia chegou a anunciar uma retaliação sobre os americanos. Porém, após a decisão de Trump de reduzir as taxas por um tempo, o bloco também optou por pausar sua retaliação, que nem chegou a começar, por 90 dias. Segundo Hassett, a União Europeia e os EUA estão avançando com as negociações para evitar o tarifaço entre as regiões. "Houve muitas discussões com a UE", disse Hassett, em entrevista à Fox Business Network. "Estamos fazendo um progresso enorme. Vai ser muito bom para os trabalhadores americanos, especialmente os da indústria automobilística americana." Guerra tarifária: indústria calçadista do Brasil espera vender mais para os EUA, mas teme invasão de produtos da China Entenda a guerra tarifária entre China e EUA A guerra tarifária entre as duas maiores economias do mundo se intensificou na semana passada, após o anúncio das tarifas recíprocas prometidas pelo presidente americano, Donald Trump. No dia 2 de abril, Trump detalhou a tabela das tarifas, que vão de 10% a 50% e serão cobradas, a partir desta quarta, sobre mais de 180 países. A China foi um dos países que foi tarifado — e com uma das maiores taxas, de 34%. Essa taxa se somou aos 20% que já eram cobrados em tarifas sobre os produtos chineses anteriormente. Como resposta ao tarifaço, o governo chinês impôs, na sexta passada (4), tarifas extras de também 34% sobre todas as importações americanas. Os EUA decidiram retaliar a resposta, e Trump deu um prazo para a China: ou o país asiático retirava as tarifas até as 13h (horário de Brasília) de terça-feira (8) ou seria taxado em mais 50 pontos percentuais, levando o total das tarifas a 104%. A China não recuou e ainda afirmou que estava preparada para "revidar até o fim". Cumprindo a promessa de Trump, a Casa Branca confirmou a elevação em mais 50% das tarifas sobre os produtos chineses. O presidente americano disse, porém, que acreditava que a China chegaria a um acordo com os EUA para evitar mais tarifas. A resposta chinesa veio na manhã de quarta-feira (9): o governo elevou as tarifas sobre os EUA de 34% para 84%, acompanhando o mesmo percentual de alta dos EUA. No mesmo dia, Trump anunciou que daria uma "pausa" no tarifaço contra os mais de 180 países que foram taxados com tarifas que variam de 10% a 50%. Essa pausa é, na verdade, uma redução de todas as tarifas para 10% por um prazo de 90 dias. Tarifas específicas já em vigor, como as de 25% sobre aço e alumínio, não são afetadas pela medida — e continuam valendo. A exceção, porém, foi a China. Trump anunciou mais uma vez a elevação de tarifas sobre os produtos chineses, para 125%. Na quinta (10), a Casa Branca explicou que as taxas de 125% foram somadas a outra tarifa de 20% já aplicada anteriormente sobre a China, resultando numa tarifa total de 145%. Como resposta, nesta sexta-feira (11) os chineses elevaram as tarifas sobre os americanos para 125%. *Com informações da agência de notícias Reuters Veja Mais
Exportações da China disparam em março, por conta de Tarifaço de Trump
Exportações da China subiram 12,4% em março, superando expectativas. Aumento foi impulsionado por fábricas que aceleraram embarques antes das tarifas dos EUA. Guerra comercial entre China e EUA obscurece perspectivas para fábricas e crescimento da China Reprodução EPTV As exportações da China subiram acentuadamente em março, após fábricas acelerarem os embarques antes da entrada em vigor das novas tarifas dos EUA, mas a intensificação da guerra comercial entre China e Estados Unidos obscureceu as perspectivas para as fábricas e o crescimento da segunda maior economia do mundo. O presidente dos EUA, Donald Trump, aumentou significativamente as tarifas sobre produtos chineses, o que muitos economistas dizem que terá um impacto profundo nos fluxos comerciais globais e nos investimentos empresariais. As exportações cresceram 12,4% em relação ao ano anterior — o maior nível em cinco meses — superando com folga a expectativa de crescimento de 4,4% prevista em uma pesquisa da Reuters com economistas. Em janeiro e fevereiro, as exportações haviam crescido 2,3%. LEIA MAIS: Trump diz que 'ninguém está sendo liberado' e que avalia tarifas para smartphones e eletrônicos Ouro, pedrarias e glitter: venda de bíblias de luxo faz empreendedoras faturarem até R$ 100 mil por mês Royal Enfield transforma a Himalayan 450 em outra moto — muito melhor; confira o teste do g1 China faz apelo a Trump pelo fim das sobretaxas de importação As incertezas comerciais abalaram os mercados financeiros neste mês após Trump anunciar tarifas abrangentes para diversos países em 2 de abril. Dias depois, ele suspendeu inesperadamente as tarifas mais altas para cerca de uma dúzia de economias, mas impôs taxas ainda mais duras sobre a China, que Pequim classificou como "uma piada". Economistas alertam que os números de exportação de março serão ofuscados por uma perspectiva que se deteriora rapidamente. "O crescimento das exportações acelerou em março, já que os fabricantes correram para enviar mercadorias aos EUA antes do 'Dia da Libertação'", disse Julian Evans-Pritchard, chefe de economia da China na Capital Economics, em nota a clientes. "Mas os embarques devem recuar nos próximos meses e trimestres", acrescentou. "Acreditamos que pode levar anos até que as exportações chinesas recuperem os níveis atuais." Trump impôs tarifas de 10% sobre todas as importações chinesas nos Estados Unidos a partir de 4 de fevereiro, e seguiu com mais 10% em março, acusando Pequim de não fazer o suficiente para conter o fluxo de fentanil para os EUA. A nova rodada de tarifas dos EUA eleva as taxas sobre a China para impressionantes 145%, levando Pequim a aumentar as tarifas sobre produtos dos EUA em 125%, intensificando a guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo. Os dados de segunda-feira (14) também destacaram a fraqueza da demanda interna na China, o que significa que os formuladores de políticas terão um desafio maior para tentar conter uma queda acentuada no comércio. As importações caíram 4,3%, em comparação com a queda de 2,0% prevista pela pesquisa da Reuters, e uma contração inesperadamente forte de 8,4% no início do ano. Os mercados na China subiram modestamente, mas grande parte da atividade esteve ligada às mensagens ambíguas de Trump no fim de semana sobre isenções para smartphones e outros eletrônicos. O índice chinês CSI300 de blue chips subiu 0,3%. Luta até o fim Pequim prometeu lutar até o fim contra as tarifas dos EUA e proteger a economia de "choques externos", com o mercado amplamente esperando que as autoridades lancem mais medidas de estímulo fiscal e monetário nos próximos meses para sustentar o crescimento. As exportações têm sido um dos poucos pontos positivos da economia chinesa, que tem enfrentado dificuldades para se recuperar de forma sólida após a pandemia, com a confiança permanecendo baixa diante de uma prolongada crise imobiliária e pressões deflacionárias crescentes. O presidente Xi Jinping, em seus primeiros comentários públicos sobre as tarifas, disse ao primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez, durante uma reunião em Pequim na sexta-feira (11), que China e União Europeia devem "se opor conjuntamente a atos unilaterais de intimidação", segundo a agência estatal Xinhua. Xi iniciou na segunda-feira (14) uma visita a três países do Sudeste Asiático, buscando fortalecer os laços com alguns dos vizinhos mais próximos da China em meio às turbulências tarifárias. A Organização Mundial do Comércio (OMC) alertou que a disputa comercial entre China e EUA pode reduzir o fluxo de mercadorias entre as duas economias em até 80% e prejudicar gravemente o crescimento global. Na semana passada, o Goldman Sachs reduziu sua previsão de crescimento do PIB da China para 2025 de 4,5% para 4%, citando os efeitos das tarifas. O Citi cortou sua estimativa de 4,7% para 4,2% dois dias antes. Essas previsões revisadas estão bem abaixo da meta oficial de crescimento do governo, que é "em torno de 5%". A indústria exportadora da China enfrenta um ambiente externo complexo e severo, disse o funcionário da alfândega Lv Daliang nesta segunda-feira. "A China está construindo ativamente um mercado diversificado e aprofundando a cooperação nas cadeias de produção e suprimento com todas as partes", afirmou ele em uma coletiva de imprensa. A crescente pressão comercial e a diminuição da base de consumidores nos EUA também levaram exportadores chineses a avaliarem oportunidades no mercado doméstico. Desequilíbrio comercial? O superávit comercial da China em março foi de US$ 102,64 bilhões, ligeiramente abaixo dos US$ 104,8 bilhões de dezembro, a leitura comparável mais recente. Mais importante ainda, o superávit comercial da China com os Estados Unidos no primeiro trimestre foi de US$ 76,6 bilhões, acima dos US$ 70,2 bilhões do ano anterior. Isso provavelmente manterá a potência produtiva chinesa no radar de Trump, já que reduzir esse déficit comercial é uma de suas principais prioridades. Os dados sobre commodities mostraram que, embora as importações chinesas de petróleo bruto tenham aumentado em março, as de soja, carvão, minério de ferro e cobre bruto caíram. As importações vindas dos Estados Unidos já podem ter sido afetadas pela disputa comercial. As importações totais de soja da China despencaram 36,8% em março em relação ao ano anterior. "A China parece já ter interrompido completamente suas importações agrícolas dos EUA", disse Xu Tianchen, economista sênior da Economist Intelligence Unit. "As importações de soja caíram pela metade em março, durante uma alta temporada do comércio agrícola entre China e EUA, talvez porque importadoras estatais já tenham recebido orientação para suspender as compras", afirmou. Veja Mais
O que são as Treasuries e como Trump está ameaçando o status de ‘investimento mais seguro do mundo’
Títulos americanos também sofreram em mais uma semana de polvorosa nos mercados financeiros globais. Trump durante reunião de gabinete nesta quinta (10) Brendan SMIALOWSKI / AFP O vaivém das tarifas de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, e sua recente guerra tarifária com a China assustou os mercados financeiros no mundo inteiro na última semana. Bolsas de valores em todos os continentes derreteram a taxas que não se via há alguns anos, e ações de todos os setores despencaram, assim como moedas de vários países. Além dos efeitos mais conhecidos na renda variável — que são investimentos de grande oscilação — outro tipo de ativo também se destacou e gerou preocupação no governo dos EUA: as Treasuries, os títulos públicos emitidos pelo governo americano. Esses investimentos são considerados os mais seguros do mundo e são um refúgio para investidores em momentos de crise. No entanto, a percepção negativa de investidores, empresários e população em geral sobre as últimas decisões de Trump também levantam incertezas sobre a confiabilidade dos títulos públicos do país. Entenda, nesta reportagem: O que são as Treasuries? Qual sua relação com o preço do dólar? Por que são consideradas o "investimento mais seguro do mundo"? Como a percepção negativa sobre Trump pode afetar a confiabilidade dos títulos? China aumenta tarifas sobre os EUA de 84% para 125% a partir deste sábado O que são as Treasuries? Treasuries são os títulos públicos emitidos pelos EUA. Como todo título público, ele representa a dívida do país que o emite. Assim, ao investir em uma Treasurie, o investidor está emprestando dinheiro para o governo pagar suas dívidas em troca de uma rentabilidade (que a devolução do dinheiro emprestado mais uma taxa de juros). Essa rentabilidade é paga periodicamente até o vencimento do título, explica Isabela Bessa, especialista em investimentos internacionais da Warren. "A rentabilidade é calculada com base na taxa de juros acordada no momento do investimento (essas taxas podem ser pré-fixadas, pós ou atreladas à inflação norte-americana)", afirma. Qual sua relação com o preço do dólar? Por serem títulos do mercado americano, o investimento em Treasuries é geralmente feito em dólares — o investidor, mesmo de outro país, pode trocar sua moeda nacional pelo dólar para investir nos ativos. Nesse sentido, quando muita gente quer acessar as Treasuries, a demanda por dólar cresce no mercado. Pela lei de oferta e demanda, quanto mais busca há por alguma coisa, maior fica seu preço. Ou seja, a moeda americana se valoriza em relação a outras divisas. Além disso, Isabela, da Warren, explica que as taxas de juros dos títulos americanos, por serem considerados os ativos mais seguros do mundo, influenciam o fluxo de investimentos internacionais. "Em momentos em que as taxas são consideradas altas, investidores de todo o mundo tendem a preferir investir em Treasuries, aumentando a demanda por dólares e, consequentemente, valorizando a moeda americana", pontua a especialista. Por que são consideradas o 'investimento mais seguro do mundo'? Esses títulos representam uma forma segura de investimento, pois têm o respaldo do governo dos EUA, que não tem histórico de calote — além de se tratar da maior economia do mundo e, consequentemente, a que tem mais recursos para arcar com suas dívidas. "A estabilidade política e econômica dos EUA também contribui para a segurança desses investimentos, o que os torna um porto seguro em tempos de incerteza no mercado global", afirma Isabela. Por esse motivo, em momentos de tensões políticas e econômicas no mundo, como quando acontecem guerras ou crises, por exemplo, os investidores migram aos montes para as Treasuries, por considerarem que seu dinheiro está protegido contra a volatilidade causada pelas incertezas. Como a percepção negativa sobre Trump pode afetar a confiabilidade dos títulos? Esse status de confiança começou a ser questionado nas últimas semanas por conta da repercussão negativa das decisões do governo Trump em relação às tarifas. Segundo a especialista da Warren, ao implementar tarifas altas sobre vários produtos e parceiros comerciais, Trump aumentou o grau de incerteza sobre o desempenho do comércio global, o que pode ser prejudicial para a economia americana. "Se o mercado perceber que há risco maior de inadimplência ou instabilidade econômica [nos EUA], a demanda pelas Treasuries pode diminuir", pontua Isabela. O especialista em tributação Angelo Paschoini, sócio do Paschoini Advogados, explica que o principal motivo de cautela em relação aos EUA está nos efeitos do tarifaço. Com taxas maiores sobre os insumos e produtos que chegam ao país, a tendência é que haja uma elevação no custos de produção de diversos setores, o que impacta os preços ao consumidor final -- aumentando a inflação. Os preços elevados e a consequente queda no poder de compra da população pode pode significar uma redução no consumo interno. O cenário levanta temores de que o país possa sofrer com uma desaceleração da atividade econômica, ou até um período de recessão. "A percepção do investidor é que, se a economia vai sofrer, se vai ter menos geração de riqueza, o governo vai arrecadar menos e, arrecadando menos, ele tem menos chances de cumprir com as suas despesas, de pagar seus títulos e, logo, os títulos apresentam mais risco", destaca Paschoini. O advogado tributarista, porém, afirma que, por enquanto, as chances de que os EUA cheguem ao patamar de não conseguirem honrar com suas dívidas ainda são muito distantes. Mesmo assim, o mercado ficou apreensivo e passou a exigir um maior retorno pelos títulos públicos americanos, para que a rentabilidade melhor compensasse os riscos de investir no país. Desde o anúncio das tarifas recíprocas de Trump, no último dia 2, os juros para os títulos americanos subiram: as Treasuries com vencimento em 2 anos acumulam alta de 2,6%; as Treasuries com vencimento em 10 anos acumulam alta de 9,7%; as Treasuries com vencimento em 30 anos acumulam alta de 7,5%. Além da maior aversão aos riscos, que faz com que o governo precise oferecer mais rentabilidade para atrair os investidores, há o receio de que a inflação obrigue o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) a elevar os seus juros — mecanismo que os bancos centrais têm para controlar a inflação. Juros maiores encarecem a tomada de crédito por pessoas e empresas, dificultando ainda mais o consumo em períodos de inflação elevada. Isso pode pesar ainda mais sobre a atividade americana, razão para os mercados estarem em polvorosa. Tarifas dos EUA contra a China somam 145%, esclarece Casa Branca Veja Mais